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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Notaram a novidade????

Queridos leitores, Tops e bottoms!

Conseguiram notar alguma diferença em nosso blog? Pois é, começa por aí! Não é mais só o blog do Janus mas agora o blog de Janus e Astharoth de Janus. 
Com a postagem anterior Astharoth "debuta" no mundo dos blogs BDSM e porque ter outro blog se pode dividir esse com o Dono? Então aí está!
Esperamos vocês sempre por aqui, trocando idéias e experiências, sempre com muito respeito e consideração! Sejam sempre bem vindos


Dear Tops and bottoms!


Has anyone noticed the changes in our blog? Well here is where it starts: from now on this is not just Janus´ blog but Astharoth´s also.
With the previous post Astharoth started as a writer in BDSM blogs. Why have another blog if she can divide this with her Dear Owner? So, here it is.
We count on you all to share experiences and ideas! Remember, the Google translation tool is avaliable in the sidebar.
Be always welcome!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dilema de uma sub iniciante – a trajetória em busca do EU, dos OUTROS e do BDSM - Astharoth de Janus

Lembro-me de quando, pela primeira vez, li essas 4 letrinhas: BDSM. Já tão conhecida de muitos, para mim seria o começo de uma grande descoberta. Quando as vi pela primeira vez, nosso contato foi curioso e de estranhamento. Eu não me reconhecia nelas, as imagens associadas eram deveras dissonantes daquilo que me representava. Um mundo “exótico demais”, que não representava minha sexualidade mas me intrigava tanto quanto me repelia.
Apesar do universo erótico associado a um novo modismo, quase um Glam BDSM, me atraírem profundamente por sua estética apurada e ousada (para meus antigos padrões), aquilo que me alcançava do “real” me assustava. Afinal, como ter sentimentos tão antagônicos? O que significam, de fato, essas 4 letrinhas?
Além do significado já tão conhecido, como Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo, aquelas letras significaram um novo universo de exploração de sensações.  À medida que eu buscava seu sentido, me sentia cada vez menos conhecedora do que elas representavam. Um mundo confuso de representações, de rituais “enfadonhos” à total anarquia catártica, nada parecia saciar essa tal curiosidade e tampouco elucidar esse mistério.
Nesse caminho de descoberta,  ouvi algo que parecia um norte a seguir: afinal, é tão importante definir? Que tal sair um pouco desse universo teórico e diverso e buscar algo que te faça sentir o sentido o que busca?
Ao ouvir isso, pensei em como poderia viver essa experiência se sequer me sentia confortável com os papéis pré-estabelecidos em muitas práticas: Domme? Escrava? Serva? Submissa? Nomes que pareciam macular minha essência, como praticar se tudo parecia tão repulsivo ao meu EU feminista e progressista, que abominava as figuras de servidão ou de dominação?
No entanto, em meio a tantos pensamentos confusos, uma ação relampeou em minha cabeça e iluminou essa escuridão: estar de joelhos, para mim, era tão erótico quanto um beijo. Excitava-me  inexplicavelmente estar à mercê de um alguém que conduzisse meu corpo e minhas ações para o seu prazer. Em resumo: servir me excitava.
Mas como conciliar tamanha entrega com uma personalidade cotidiana combativa e dona de si? Por que algo que feria tanto meu EU me dava tamanho prazer? Afinal, seria eu uma mulher servil que maquiava a sua essência com um verniz socialmente aceito por OUTROS?
Até que me dei conta que meu servir era um ato de doação daquilo que eu tinha de melhor a um alguém que havia CONQUISTADO minha mansidão. Um alguém que se materializava de maneira tão grandiosa aos meus olhos que minha única ação possível seria adorá-lo e render-lhe todas as minhas homenagens. Descobri o que é ter um SENHOR e DONO. E, principalmente, minha submissão era um ato de escolha, o caminho pelo qual elegi viver aquela maneira de se obter prazer. Poderia ter optado por outros destinos, outros nomes ou mesmo não nomear nada. Mas decidi dar um nome ao que sou. E, assim, me permiti entregar-me.
Após tamanho ato de libertação dos meus desejos e vontades, após percorrer um tortuoso caminho para descobrir o prazer e de auto-aceitação, não cabe a OUTROS tentar definir o que sou. Basta-me a minha convicção e Daquele que me chama SUA.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mensagem aos novatos

Ser novato em qualquer comunidade é um desafio: como comportar-se? Como portar-se corretamente, como tratar pessoas em situação de hierarquia, liturgia e por aí vai. No entanto, tem-se observado que parece que essa necessidade de resguardar-se e aprender tem sido local de micro-exercícios de poder que acabam por ameaçar o bom começo de vida dentro da comunidade.
Procuro compilar algumas "dicas" que coletei durante alguns anos de humilde vida dentro do meio mas já digo de antemão, não siga o "tio" Janus cegamente, ative seus competentes circuitos de julgamento:

1. Referências de outros são apenas referências - Houve uma discussão um tanto prejudicada em um dos canais que frequentava acerca de referências acerca de pessoas, locais, práticas e demais "elementos" do nosso estilo de vida. Toda essa discussão leva muito claramente à conclusão que as referências de segunda mão (dos outros) devem servir como o nome diz, referências. Ter referência,  é como uma referência bilbliográfica, deve ser base para a nossa construção individual de conceitos e julgamentos. Porque? Quando alguém julga jamais será isento e isso deve destruir a ilusões de muitos mas é a pura verdade. Munidos de conceitos, pré-conceitos,  interesses, desinteresses, construímos o julgamento e o "soltamos" ao ar como fosse a maior das verdades. Cuidado! Jamais compre brigas que não são suas e nem faça apoios automáticos. Isso não costuma ser bom para ninguém e, no fim da história, quem sobra para lamentar um julgamento precipitado será VOCÊ. Falo por experiência própria.

2. Submeter-se jamais será anular seu bom senso e amor próprio - Existem pessoas que, em nome de sua prática ou do seu fetiche, acabam se metendo em coisas que levam à um histórico de profundo sofrimento físico e mental que é totalmente incompatível com o desejo inicial ou mesmo conduzem a desenlaces fatais ou semi fatais que acabam, inclusive, estampando as manchetes de jornais como o ocorrido na Itália recentemente. Cuidado, gente! Por mais que mergulhar de cabeça seja parte de sua fantasia, da sua tara, lembre-se que você tem de sobrar inteira para contar a história e desfrutar do prazer das práticas. Nada deve anular seu bom senso e o seu amor próprio, além e principalmente, do seu "instinto de sobrevivência" esse elemento primal que a natureza te municiou exatamente para ser usado. É muito hard para você? Apresenta risco de morte? Não tem confiança em quem diz ou executa algo? Caia fora!
Não gostaria de ver, sinceramente, a prezada sub leitora ou prezado sub leitor lamentando (se puder) algo que deu muito errado. Até porque, mais uma vez, o culpado será você mesmo não sendo. 

3. Desconfiar é algo que preserva a vida e o gosto pelo modo de vida - Temos vários papas em diversos assuntos e nas mais variadas áreas do conhecimento. Você acredita que no BDSM seja diferente? Tolinho ou tolinha... Como eu disse lá em cima, tudo o que estiver escrito aqui só poderá ser assimilado como seu se o Tio Janus disse algo que vale apena querido sobrinho ou sobrinha (tio Janus tá ficando velhinho por isso fala com vocês assim)! Desconfie dos papados auto-designados, usem aquele processador maravilhoso que você tem na caixa craniana, exercite o gostoso e importante direito de pensar. Sabe, aceitar cegamente alguém conduziu pessoas, países e sociedades à perdição e não cabe a você ser elemento dessa estatística. Olhe com uma lupa para o que pareça estranho e, acredite, se parece estranho é porque é.

4. O que está escrito em sites qualificados são boas fontes de informação - Sites como o Albany Exchange, Site do Carcereiro, o infelizmente finado Desejo Secreto (ainda no ar) são fontes maravilhosas de conhecimento sobre o BDSM. Pessoas como Raven Shadowborn, Jack Rinella e outros também fazem da discussão algo qualificado e agradável. Se você fala  inglês, alemão, francês ou qualquer outra língua, convém você interagir e ler coisas produzidas fora do nosso país. Você verá que a perspectiva é diferente e muitas vezes dão de mil a zero no que se vê por aqui. Não se trata de complexo de "vira-lata" , trata-se de ampliar o mundo ao nosso redor.


5. Quando você não consegue listar três defeitos de um lugar ou pessoa, desconfie - Ixi! isso vai dar polêmica. Um dos grandes desafios que qualquer novato tem é o de não começar a ver que, como qualquer obra humana, o BDSM é imperfeito e (deveria) estar em constante revisão. Só que tem muita gente acomodada ao que está aí e , inclusive, impondo modos de viver e de ver a qualquer pessoa. Você consegue listar ao menos três defeitos de um lugar, pessoa, prática ou até mesmo seus para vc mesma? Se consegue é um bom começo. Se não, que tal ver com carinho o que está acontecendo à sua volta?
Ao contrário do que querem fazer imaginar, criticar, ver os defeitos também é um gesto de amor, do gostar de algo e nos faz ter o impulso de pesquisar e querer saber mais para evoluirmos e levarmos conosco o meio em que vivemos, seja qual for.



6. Dominar não significa achar que o outro ou outra é igual um trapo -  Milgram, Zimbardo, Lifton, Gilbert, Jones são sobrenomes de alguns psicólogos e psiquiatras que refletiram sobre a qestão da despersonalização enquanto elemento que é contribuinte para diversos episódios de abuso durante a história da humanidade, notadamente no Holocausto (Shoá). Apesar de aparentemente não ter nada a ver, estamos em um meio que atiça a testarmos os limites e autoridades (reais ou fictícias) que estimulam , no limite, coisas que nem sempre são abonadoras dos indivíduos envolvidos.
A grande tarefa do Dominador ou Dominadora é ter em mente que aquela pessoa que aceita ser submetida aos piores e mais intensos "castigos" , é um ser humano com limites psiquicos e físicos.
Se é verdade que o psíquico nem sempre pode ser aferido o físico dá muitas indicações do estado global da pessoa. Esteja atento à eles. Mesmo um ou uma masoquista extrema se sujeita ao seu comando porque confia que você esteja atento e cuidando de quem se submete à você.

Não se iluda, você vai ouvir muito blá-blá-blá por aí mas a responsabilidade sobre o sub ou a sub é SUA, Domme ou Dom. Nem a consensualidade salva e , aos olhos de legisladores, NADA te salva se der errado. Todo cuidado é pouco.


7. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal à ninguém - Se você ler o blog ou já lê , vai ver que essa advertência é recorrente e, entra dia , sai dia, essa recorrência tem sua razão de ser. Você quer ser um fodástico ou uma fodástica, onde quer que você esteja e em qual prática faça, é uma aspiração legítima. No entanto, é infinitamente melhor que você seja fodástico na ética, no cuidado, no respeito do que em shibari, spanking etc. É isso que fará com que você tenha gente disposta a se submeter à você e sempre.
Não sabe? Aprenda. Sabe o básico apenas? Execute o básico apenas e bem feito Tem dúvidas? Não faça. A regra do bom dominador é por seu controle e controle é a base do poder.


8. Consenso não é você concorda com o que tenho a oferecer mas é a discussão madura de duas intenções em polos opostos - Um dos grandes critérios criados para distinguir a escravidão que praticamos (escravidão moderna) da antiga é o consenso. No entanto, até nisso, parece haver uma grande avacalhação. Se era preocupação, anteriormente, discutir o que era são e seguro (continua uma questão relevante), hoje há uma discussão totalmente sem nexo sobre o CONSENSUAL. Criam-se estruturas como avaliação de risco compartilhado como se fosse algo que não envolvesse estrutura de poder e etc. Quer fazer um consenso sério? Então tenha ouvidos mais do que a boca, estrutura e conhecimento para discutir (e convencer) o outro da validade de sua visão. Crie um ambiente onde todas as condições estejam colocadas para desfrutar, verbo quase esquecido. Isso sim é consenso, isso sim é verdade, isso sim é PRAZER que começa desde a construção da relação até a prática. Dá trabalho? Me diz alguma coisa que não dê trabalho e seja bom?


Bem , queridos e queridas, Tio Janus vai almoçar nesse novo horário de verão, o bendito. Vamos discutir o escrito acima, sejamos nós novatos ou veteranos. Aliás, quero renovar meu convite para quem se sentir afim de publicar coisas e não quer ou não pode ter seu próprio blog que publiquem aqui se assim desejarem. No entanto, se apenas colocarem seus pontos de vista e opiniões, já estarei mais do que satisfeito. ]
Esse é o nosso blog e todas as vertentes de pensamento serão bem vindas e respeitadas! Saudações!