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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Como toda cadela...(Astharoth de Janus)

Ele ordenou que eu me deitasse de bruços, rosto encarando somente a cabeceira daquele conhecido quarto de hotel. Uma velha e conhecida tensão, aquela que precede o desconhecido. Antecipar o que Ele deseja é uma das minhas maiores satisfações. Quando sou ordenada a algo e não sei antecipar o que Ele deseja, meu corpo é tomado por terríveis sensações de ansiedade. Logo, em seguida, ele acaricia minha nádegas e eu começo a antecipar Seus desejos. E conhecer Sua vontade me coloca mais cômoda e a preparar meu espírito para o que vem adiante.

Ele ordena que eu conte. Ajeita o cinto de couro que está em Sua mão e o dobra. Em movimentos rápidos e ainda suaves, prepara minhas nádegas para o que de fato Ele deseja e, em um lance tão rápido que mal consigo antecipar, recebo o primeiro golpe. Uma dor quente e irradiante passa por minhas nádegas. Minhas pernas ficam bambas e o suor brota em meu rosto e mãos. Em voz quase inaudível, digo “Um”. “Não ouço sua voz, cadela. Diga mais alto!”, Ele diz, em tom áspero. Eu repito “Um”. “Não te ensinei como se diz? Diga direito!”. “Um, Senhor”. “Muito bem, menina. Agradeça, também”. “Um, Senhor. Obrigada, Senhor”. “Isso, cadela. Siga contando”.

Assim, Ele desfere os golpes de cinto em minhas nádegas, que sentem o ardor na pele e esperam somente que aquele momento acabe logo. Conto até 10, como Ele ordenou. Minha pele negra, que desconhecia até então as sensações e aspectos da dor, permanece inalterada à vista. Mas eu sinto o calor na região recém flagelada. Ele ordena que eu me vire. Com alguma dificuldade, me viro e me coloco deitada, com o rosto olhando ao infinito do teto amarelo daquele quarto. Ele abre minha pernas com a ponta do cinto e ordena que eu as abra bem. Ainda sem me tocar com Suas mãos, acaricia meu sexo. O encara, aprecia e, sem que eu esperasse, bate levemente com a ponta do cinto. Mais pelo susto que pela dor, me agito. Ele não gosta e ordena que eu fique imóvel. Em seguida, desfere vários golpes rápidos e contínuos, que esquentam meu sexo e o deixam sensibilizado. Ele me pergunta quantos golpes havia desferido em minha pele. Eu, atordoada pelas sensações, não sei dizer. Me envergonho de minha displicência.


Visivelmente irritado por minha falta de atenção, Ele nada diz. Somente desfere mais golpes, dessa vez passando pela parte interna de minhas coxas e sexo. Somente sinto o calor e tento contar os rápidos golpes pelo meu corpo. Ele me pergunta o que senti. Digo que senti calor. Ele, tocando meu sexo, percebe que não me excitei. Pergunta se, por acaso, preciso de mais alguns para me excitar. Respondo que não, que não me agradam os golpes. Ele sorri e desfere mais alguns golpes, satisfeito. Me pergunta mais uma vez quantos golpes eu havia recebido. Eu não sei responder, mais uma vez. Sinto vontade de chorar, mas me mantenho firme e digo um número qualquer. Ele percebe minha manobra e põe-Se muito irritado “Cadela, não sabe contar? Como pode não saber?”. Lágrimas começam a brotar de meus olhos. “Vá para o chão, ao lado do Dono. Só saia daí quando Eu mandar, entendeu?”. “Sim Senhor”, respondi, em tom baixo. Ele ordena que eu fale mais alto. Eu digo. E me coloco ao piso, triste por meu fracasso em agradá-Lo. Então sinto Sua mão acariciar meus cabelos e dizer, baixinho “Muito bem, menina. Fique aí, ao alcance do Dono”. E percebo que Ele adormece, ao meu lado. E, assim, me ponho mais tranquila. Vigilo Seu sono. Como toda cadela deve fazer.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

#prontofalei: BBB 12, BDSM e aceitação social: O que eu tenho a ver com isso????

Passa tempo, volta tempo, mais do mesmo e com agora uma agravante, o dito BBB12 com uma Dominatrix. Ai, minhas bolas! (perdão pela má palavra) mas eu fico pensando que voltamos a discutir da "aceitação do BDSM na sociedade blá blá blá...". 
Reafirmo o meu ponto de vista: se você está esperando o BDSM ser aceito para falar à alguém que é BDSMista, sinto muito meu amigo, minha amiga mas seus lábios estarão colados com Super Bonder até o fim de seus dias!!!! JAMAIS, digo e repito, JAMAIS o BDSM será aceito como algo "normal", "tolerável" ou quejandos.
O fetichismo sim, é matéria diária em seus mais diversos "formatos" mas BDSM (Bondage, Dominação, Submissão e Sadomasoquismo) "no way". Não vai ter BBB, Fetlife, Club X, Y ou Z que dará jeito, é aceitarmos, de uma vez por todas, que somos marginais (estamos à margem), alternativos, loucos e tudo bem.
É bom lembrarmos , de vez em quando, nosso "grau de heresia" : há um postulado básico que diz que o ser humano tentará colocar sua sobrevivência física e mental em primeiro plano, em qualquer situação, todos os momentos de sua vida. Nem precisa argumentar o que eu sei que muita gente está na ponta da língua para dizer mas negar que andamos no fio da navalha é ingenuidade ou estupidez mesmo! Nós lidamos com um risco imenso e mesmo com todas as "atenuantes" temos de reconhecer que ele é grande e constante e tentamos (ou dizemos tentar) minimizá-lo ao máximo mas imaginem a visão de alguém de fora que tem esses postulados de auto-preservação bastante rígidos e diga-me: vocês o censurariam de pensar que somos o mapa do rascunho do inferno? Eu não!
Se ele pensasse diferente, poderia vir para o nosso "clube" que eu iria dar as boas vindas pessoalmente. Por mais que seja hipócrita, mentiroso, farisaico, esse mundo tem suas regras e dizem que devem ser obedecidas, no caso do nosso país, especialmente para desmoralizar nosso adversários! Meu caro, minha cara, dificil não reconhecer que aceitação social é utopia maior do que pôneis e unicórnios!
Em uma corrente do mundo da sexualidade (apesar da Dominatrix dizer que BDSM é uma coisa e sexo é outra, o que não concordo) como o dito "movimento gay" por mais emancipado, por mais presente na vida diária que seja, um dia desses discutia-se se a homossexualidade é "natural". OMG!!!! O que dizer das nossas pobres práticas!!!
Concordo com uma manifestação que li em uma comunidade do Fetlife que dizia que a Globo sabe muito bem mexer os pauzinhos para ter uma atração diferente, criando um mosaico de pessoas de universos diversos sem que isso repercuta além da duração do programa. Ao contrário do que se afirma, muitos gays alavancaram as próprias carreiras após o BBB mas o programa não tem força e nem a pretensão de mudar comportamentos mas, até certo ponto, reafirmá-los e serem expressões de opções de "consumo" dentro de um universo limitado e limitante da TV.
Portanto, a presença da Dominatrix, sem discutir o seu caráter, o que pretende , sua capacidade intelectual, não fará nem cócegas na questão da "aceitação" e , acredito, nem do preconceito tampouco, sendo desnecessária a "defesa do último bastião BDSMista" sitiado.
Mesmo as redes sociais, clubes e diversos espaços de expressão BDSMista podem, eventualmente, preparar-se para uma relativa presença a mais em seus espaços mas, como uma maré, de toda a "invasão" esperada sobrará pouca coisa no refluxo, apenas ficando pessoas que se identificarão com o BDSM o que é positivo para todos nós até porque a maioria vai perguntar em que "Stultifera Navis" foi embarcar e desce no próximo porto.
Portanto, cara Domme, Dominatrix, Switchers, subs e demais, fiquem tranquilos! A marginalidade de seu estilo de vida está garantida  e eu digo, particularmente, graças aos deuses do chicote e das cordas!!!! Quando o BDSM virar "mainstream" eu apeio e vou buscar outra transgressão. 
Quando ao BBB 12, não assistirei. Prefiro a presença virtual da minha sub (que poderia ser bem real, né?) ou horas de sono a mais do que ver mais do mesmo. 
Saudações a quem está aí para qualquer viagem,como diria o querido Frejat! 

Abração do Janus

P.S.: Para quem não sabe, Stultifera Navis era um navio que circulava pelos portos europeus, sem parada final, colhendo os loucos que habitavam as localidades, o simpático barco da imagem. Se isso lembra a alguém o jornalzinho da Psi da USP na década de 80, também vale

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um poema...


Acrobata da Dor

Gargalha, ri, num riso de tormenta,
Como um palhaço, que desengonçado,
Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
De uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
Agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta clown, varado
Pelo estertor dessa agonia lenta ...

Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
Nessas macabras piruetas d'aço. . .

E embora caias sobre o chão, fremente,
Afogado em teu sangue estuoso e quente,
Ri! Coração, tristíssimo palhaço.


Cruz e Souza, poeta brasileiro.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sobre submissão e vinhos (Astharoth de Janus)

Recentemente tive contato com o mundo dos vinhos. Apesar de detida leitura de textos sobre o tema, sobre como identificar aromas e paladares, aprendendo até a reconhecer barricas, madeiras e período de guarda, foi a experiência de tutoria a que mais me agregou na área.

Uma grande amiga me levou a feiras de vinho, me ensinou a ver as variações de cor - de um dourado em um branco envelhecido a um rubi de um tinto cheio de personalidade - e de aromas - a cereja, a baunilha, cravo, canela e carvalho - criando um universo com diversas oportunidades e sabores. Aos poucos, você educa seu olfato e paladar a reconhecer a mistura dessas diferentes sensações para, ao final, criar uma sensação gustativa única e pessoal.

Sim, apesar do reconhecimento dos aromas poder ser universal - sendo que quanto mais experimentado em ervas e sabores for o analista, mais fácil será o reconhecimento das diferentes notas de um vinho - a sensação gustativa da mescla de todas essas informações é um aparato único e mesmo que um experiente sommelier aprecie um determinado vinho, você pode reconhecer o grande valor daquele vinho sem, todavia, apreciá-lo tanto assim. Pode preferir um com notas mais fortes, ou mais frutado, ou conforme até seu estado de espírito em determinado dia.

Comparo a minha submissão e sua construção, assim, à essa experiência de formação de sommelier. Tive um contato inicial com a parte intelectual e estética da submissão, que me atraiu para leituras acadêmicas e literárias, que abordavam desde o aspecto patológico ao prazeroso, de como uma pessoa pode se desconstruir ou pode refazer-se por meio do prazer encontrado de forma pouco convencional.
 
Todavia, a “visita guiada” pelo mundo da submissão e servidão foi o que, de fato, me fez compreender os diferentes sabores e variações, que me fez perceber as diferentes formas de irradiação do prazer ou da dor, que ampliou meus sentidos para a percepção das mais variadas formas de se obter o resultado esperado. A partir daí, pude construir meu repertório e conhecer-me melhor, saber quais "sabores"  são os mais ressaltados e quais são aqueles que não me chamam a atenção, provando de vez em quando aqueles que eu não gostei em outros momentos, para ver se minha percepção a respeito deles mudou.


Somente depois dessa aprendizagem mínima da leitura das diferentes sensações, me senti minimamente capaz de me reconhecer como uma submissa. Por isso, àqueles que iniciam ou àqueles que já enveredam por essa estrada a mais tempo do que eu, somente posso dizer que tornar-se um submisso é como tornar-se um sommelier: você necessita de uma experiência teórica, que o habilite a reconhecer e expandir suas práticas; uma experiência sensorial, que consolide sua experiência teórica e que dê sentido e sabor a tudo aquilo que foi intelectualmente conhecido; e, finalmente, uma consolidação e construção de uma experiência sensorial própria, que firme a sua identidade e te faça conhecer seus limites e limitações.

Obviamente que nada disso é uma regra e não se deu de maneira tão ordenada, por isso a tutoria é tão importante, pois é uma oportunidade de aprendizagem imprescindível para a etapa de construção da submissão. Criar oportunidades de diálogo aberto com um alguém que, reconhecidamente, tenha mais conhecimento que você mas, ao mesmo tempo, te dê espaço para seu crescimento individual torna essa construção ainda mais eficaz. A troca intelectual ordena a parte sensorial.

A submissão assim construída torna o submisso mais confiante em sua prática, mais atento a reconhecer “os vinhos que não o agradam” e a reconhecer-se em constante processo de aprendizagem de novas sensações, pois seus sentidos foram “educados” a reconhecer tal expansão.

Assim, convido nossos sommeliers da fina arte da submissão a apreciar com ainda mais requinte e prazer o saboroso vinho que alcança nossos sentidos apurados.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Refletindo acerta do "Decálogo" (Janus SW)

Primeiramente, gostaria de desejar um FELIZ 2012 a todos os leitores de nosso "blog"! Retornando à ativa depois de um período de ausência dado, principalmente, pelo excesso de trabalho, nosso famoso ganha pão.

Pois bem, nesse retorno eu gostaria de submeter à um cotejo um texto que escrevi a muito tempo e que consistia em um decálogo referente às qualidades que uma submissa deveria ter para que merecesse a coleira de Janus.
Antes de quaisquer comentários, vamos reproduzir o tal decálogo:

1. Devotamento inquestionável ao seu Senhor. 
2. Obediência irrestrita ao que lhe é mandado fazer ou não fazer. 
3. Confiança que o seu Senhor tutela pela sua saúde, segurança e bem estar. 
4. Saber que o direito à voz não prescinde da sabedoria do silêncio. 
5. Ter claro que seu Senhor é o centro de sua vida e nada é mais importante do que a satisfação de quem a tem. 
6. Saber que sua vida profissional e pessoal será resguardada mas esse resguardo não a desobriga, em nenhum termo, das condutas convenientes à uma submissa. 
7. Nenhum contato pessoal serão proibido exceto aqueles que ofereçam risco físico e/ou moral à submissa sendo que em todos esses casos será o Dono que tomará as devidas providências. 
8. Honestidade, transparência e lealdade são qualidades essenciais. 
9. O direito à devolução da coleira é assegurado a quem não puder ou não desejar portá-la. 
10. Ter claro que a vida BDSM é algo sério e como tal será conduzido.

Ao ler, confesso, não posso evitar pensar que esse tal decálogo tenha muito de ingenuidade mas devo reconhecer, sem qualquer modéstia, que é algo que tenho a honra de realizar. No entanto, no que ele implica?

1. Obediência absoluta é de fato desejável?

Aqui, antes de qualquer coisa, gostaria de fazer uma observação fundamental: a questão não se coloca quanto à obediência, o que não faria o menor sentido mas o que segue à palavra obediência, ou seja, "irrestrita".
Sigo afirmando o que quem me lê a algum tempo sabe: irrestrito é algo que deve ser visto com bastante cuidado. Irrestrito é sem limites, sem balizas, de forma que desafie qualquer limite. É disso que estamos falando? Espero que não porque não é esse o meu conceito de vida, sexualidade e de BDSM. 
Pensando como alguém na posição de submissão, a obediência não pode prescindir de um olhar voltado para si mesmo, apesar de várias declarações de obediência absolutamente irrestrita. Se esse olhar faltar, cabe ao Dono ou Dona dar conta desse cuidado.

2. Confiança que o Top cuida de sua saúde, bem estar e segurança

Vamos e venhamos: será que alguém em sã consciência se sujeitaria em submeter-se em alguém que não tivesse o mínimo respeito por quem se submete? Que ninguém tenha ilusão: o cuidado de saúde, bem estar e segurança é fundamental para quem quer dominar e para quem quer se submeter, principalmente o primeiro.
Demonstrações concretas de cuidado e de respeito pelo submisso são condições fundamentais para que não existam fatos a se lamentar nem tão pouco aquela vitimização que coloca "Doms e Dommes vilões" e "subs inocentes vítimas deles".

3. Saber que sua vida profissional e pessoal será resguardada mas esse resguardo não a desobriga, em nenhum termo, das condutas convenientes à uma submissa. 


Não conheço muitos casos entre meus amigos onde um dos dois membros da dupla (ou demais arranjos) não trabalhe ou desempenhe alguma atividade profissinal autônoma e isso, ao menos para mim, tem implicações importantes no que se refere ao cuidado que o Top deve ter no exercício de seu mando.
Por mais que desejemos, esse mundo não é necessariamente tolerante com a diversidade, seja racial, de credo, de concepções de mundo e de sexualidade, especialmente com coisas que não compreendem como o BDSM por exemplo.
No entanto, cada um de nós tem de ganhar o pão de cada dia, não é certo? E como fica essa questão de possíveis "impulsos de intereferência"? Acredito que aí deva existir uma dose reforçada de bom senso e o respeito pela vida privada de nossos queridos e queridas "bottoms".
O mais importante, na minha concepção, é estar "presente" na vida de nossos bottoms em profundidade, na consciência e na alma de cada um deles o que implica estrita observância das posturas e atitudes dignas de cada um, configurando-se o real domínio.

4. Honestidade, transparência e lealdade são qualidades essenciais. 


Fico pensando aqui o quanto isso é fundamental para QUALQUER relação humana  e não apenas no BDSM! Penso também o quanto deve-se criar uma atmosfera onde a livre expressão, resguardado o respeito devido, a lealdade e a transparência , significando menos fazer da vida "um livro aberto" mas sim responsabilizando-se pelo que se faz, jogando limpo, sejam coisas que se imponham pelo convencimento e pela cumplicidade entre Top e bottom, não transformando o domínio numa atividade ditatorial e de falas duras e berros!
Sinceramente, para mim domínio jamais foi uma estrada de via única mas que se reafirma pelo diálogo, por poder olhar nos olhos e aprender cada vez mais. Fora disso, a ditadura só é justificável na fantasia de ambos e não apenas de um.


5. Ter claro que seu Senhor é o centro de sua vida e nada é mais importante do que a satisfação de quem a tem. O direito à devolução da coleira é assegurado a quem não puder ou não desejar portá-la.

 São coisas diversas mas que têm muito a ver uma com a outra. Ter clareza de que a satisfação de seu Senhor ou Senhora é central é garantia de exercício de todos os demais itens, de garantir sua satisfação pelo serviço que é dignificado pelo prazer que proporciona.
No entanto, a vida é dinâmica, os relacionamentos SM ou baunilhas vão se transmutando e por conta disso, muitas vezes, não conseguimos dar conta de comandar ou servir. Tanto quanto tomar a coleira, devolvê-la é um gesto, ao menos para meus olhos, de extrema dignidade!
Longe de ser um gesto de fraqueza significa um reconhecimento de suas limitações, do respeito, consideração e lealdade que todo Top merece. Melhor assim do que terminar "relacionamentos" de forma desgastada e desgastante, gerando aborrecimentos e ressentimentos onde deveria apenas existir boas lembranças e satisfação.

Por fim, algo que tenho procurado sempre manter em mente em minhas ações dentro do BDSM: BDSM é coisa séria e assim deve ser tratada. Infelizmente, vemos por aí que há muita brincadeira em meio a gente que se diz séria mas que prefere esquecer das graves conseqüências físicas e emocionais que a nossa prática enseja e que cautela e respeito devem ser sempre a tônica.
Em uma sociedade cada vez mais individualizada, preconceituosa e que não coloca outro limite senão o desfrute individual, agir com conseqüência é um grandíssimo desafio para todos nós. Que estejamos à altura dela.

Saudações SM

Janus SW