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sábado, 26 de novembro de 2011

Discoteca básica de Janus - Buraka Som Sistema



Ultimamente tenho ouvido , por sugestão de Astharoth, muito de Buraka Som Sistema um grupo angolano sediado em Lisboa. Eles fazem uma vertente do kuduro, música angolana.
Aqui um pequeno exemplo da música deles.


Lately I´ve heard, suggested by Astharoth a lot of songs by Buraka Som Sistema a group from Angola based in Lisbon. They do a kind of kuduro, music of Angola with guests like M.I.A.
A little sample of their work.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Caixa de Pandora - Soberba - Parte 2

(continuação)

Quando deixamos nossos amigos, ela estava ajelhada com dores espalhavam-se por seus membros inferiores mas jamais pensou em manifestar quaisquer sentimentos que inspirassem algum sentimento de vitória naquele homem.
O que mais queria? Até onde chegaria? Tomava notas em um caderno com capa de couro durante bem mais de meia hora como se não estivesse ali. Por mais que desejasse que houvesse alguma manifestação, jamais ousaria dar conta de seu desassosego.
- Na Idade Média os açoites eram feitos de couro, no entanto, tinham em suas pontas elementos metálicos em forma de uma pequena bola sendo que algumas, principalmente das pontas, eram feitas em diversos tamanhos para provocar ulcerações as mais diversas possíveis. Os cortes sangravam e pelo sangue se esvaiam não apenas a matéria corpórea mas todo o orgulho e, assim, faziam aflorar a humildade e a penitência de pequenos animais insubordinados como você. Com certeza essa cabeça já está maquinando o quanto a deixaria aí ajoelhada sem qualquer palavra que fosse. Se fez essa pergunta mentalmente , creio que a fez, não ouse repeti-la pois acumulará a desilusão de não encontrar reposta. Aliás, desde quanto o mundo ou alguém nele foi feito para seu prazer pessoal?
Arrancou a fita com a qual estava selada a boca e houve o primeiro grito de dor. Uma bofetada ecoou e calou o choro recém inciado insuflando-a de um orgulho próprio que fora anteriormente retirado e, depois disso, nada foi dito, sequer uma palavra que fosse por mais tempo dispendido em anotações.
- A carne é como o orgulho, um ente que nos salva em qualquer lugar, menos aqui. Aqui, todo o orgulho obstrui o caminho para a livre fruição de nossa essência. O que há de erótico no orgulho? Diga-me! Permanece calada? Como ousa?
Queria dizer-lhe que era , como sempre, dona de si e de seus haveres. No entanto, mais uma vez, dizer isso uniria a certeza do domínio ao impossível de ser dominado. Se parecei ser inevitável a rendição porque prolongar o ato de soberba? Será que a pergunta melhor será feita da seguinte maneira: se a rendição é inevitável porque NÃO prolongá-lo? Decidiu que a rendição seria indesejável, improvável, sem qualquer hipótese de que viesse a acontecer.
Sede... Não iria pedir água! Que quem quer comandar saiba bem a necessidade de seus comandados! Meia, uma, uma e meia, duas horas sem qualquer líquido. Da parte dele, tampouco desviou-se das infindáveis anotações feitas à bico de pena sendo que apenas alguns olhares fortuitos eram dirigidos como constatação de que nada havia se alterado. 
- Não tem sequer o necessário para a sua subsistência mas dedica todo o seu sofrimento à um motivo superior, sem reclamar, sem ao menos ter pena de si mesmo. Sacrifica-se em nome daquele que ainda virá quando tudo estiver acabado e o corpo se desfizer como ente ideal frente às cogitações do cotidiano. Não! Não sucumbirá por mais que esteja pensando que assim será feito. Se tudo basear-se em apenas comer e beber, do que nos distinguimos de qualquer criatura viva que rasteja pelo planeta? Quer liberar sua animalidade? Não! Desnecessária é qualquer resposta. 
Pela primeira vez, levantou-se da mesa, deixou o caderno de anotações e foi para dentro da casa. Trouxe de volta um cocho como aqueles que se dá de beber aos animais e colocou cheio de água fresca não muito distante de onde ela encontrava-se ajoelhada.
- Se quiser saciar seus instintos animais, que seja como um animal.
A sede começava a torturá-la depois das horas sem qualquer líquido e aquela bebida cujo frescor sentia-se à distância a fascinava. Beberia?

(Fim da Parte 2)

Caixa de Pandora - Soberba - Parte 1


- Isso não faz o menor sentido...
Uma figura de mulher estava olhando um detalhado desenho de uma sessão sado masoquista de muito tempo atrás. Disfarçado sob a delicada cobertura de purificação, previa a mortificação da carne como a condição necessária e suficiente para a liberação do espírito.
- O que não te faz sentido? - perguntou o homem que estava ao lado dela. - Não sabia que o corpo aprisiona o espírito e isso é conhecido milenarmente? Basta que experimente deixar as marcas indeléveis no corpo para perceber que pouco é essa carcaça que um dia será um repasto de vermes.
Ela virou-se e fitou-o diretamente nos olhos:
- Sem isso, o espírito não tem materialidade. Será que temos de destruir tudo para que possamos ter iluminação mesmo que seja pouca?
- Quem disse "destruir"? - perguntou reforçando as aspas com as pontas dos dedos. - Basta na verdade não concentrar-se nela, exatamente sabê-la frágil para que a sua real essência liberte-se.
Ela sabia que, no fundo, provocar aquele homem que tanto queria bem seria uma grande e inconsequente loucura. No entanto, como dizer-lhe que fartara-se da sanidade que supostamente lhe era oferecida em todas as oportunidades que havia em classificar o inclassificável?
- Consegue me mostrar o que significa essa libertação?
Ele olhou com profunda desconfiança e até certa dose de desprezo para ela e perguntou-se se, verdadeiramente, estava a desejar o que a boca falava.
- Você não conseguiria suportar sequer a décima parte do que isso representaria. Não peça aquilo que não pode suportar.
Ela não acreditava no que estava a ouvir. Seria tão desprezível o seu propósito a ponto de merecer aquele grau de desconsideração? Novamente arguiu, novamente obteve a mesma resposta.
- Fato é que o que você não deseja mostrar, caríssimo, é a sua incapacidade de me mostrar o caminho que fica a dizer aos quatro ventos que é o mais indispensável para o esclarecimento humano, aquele que liberta do corpo a essência mais verdadeira e primeira de todos nós. Basta de palavras!
Ele apertou os olhos e logo compreendeu qual era o jogo que estava sendo travado. Porque ceder a alguém que fazia de uma provocação básica demais para ser considerada sequer relevante.
- Quer mesmo saber o que é isso? Nem sequer teme pelo que possa te acontecer? Tem a dimensão de qual batalha está querendo travar? Claro que não. Soubesse, evitaria-a com todas as suas forças.
- Porque sou indigna de atingir o estado maior?
- Não! Exatamente porque não sabe o que o estado maior possa vir a significar.
- Mostre-me...
- Quando eu desejar e não antes. No entanto, veremos do que você é feita: dispa-se completamente de suas roupas e ajoelhe-se aqui, no caminho frio.
Começou a livrar-se de suas roupas mas foi dito para que se afastasse quando estava a preparar-se e só voltar quando estivesse totalmente nua.
Não demorou em nada para fazer tal coisa e em sua nudez aproximou-se dele. A primeira providência foi colar um pergaminho na boca com a palavra "silêncio" de forma a impossibilitar-lhe qualquer comunicação senão por grunhidos que, classificados como inumanos sequer eram considerados. Em seguida, uma corda de seda atou-lhe as mãos e os pés e assim foi mandada ajoelhar-se.
Para tal, não pode ajudar com os pés a ter a estabilidade necessária para ajoelhar-se de forma tranquila mas soltou-se em um movimento que causou-lhe dor a ponto de querer gritar mas não conseguia.
- Fique calada e pronta.
O que viria a seguir? Pouco sabia, menos era dito. Restava esperar.

(Fim da Parte 1)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tome o controle (Afrojack ft. Eva Simons)



Let's go take a ride in your car
Vamos dar uma volta no seu carro

I will take the passenger seat
Eu vou no lado do passageiro

Baby we don't have to go far
Querido, não precisamos ir muito longe

Unless you want to show
A menos que você queira me mostrar

Me a lovely place out of town
um lugar lindo fora da cidade

Where you feel most at easy
Onde você se sinta mais à vontade

Well you are the one that i like
Bem, você é quem eu gosto

Always will be time to let you know
Sempre haverá tempo de fazer você saber

The way i feel when you take hold
O jeito que sinto quando você toma o controle

You set me free my body's yours
Você me liberta , meu corpo é seu

It feel the best when you're involved...
Sinto a melhor quando você está presente



I want you to
Eu quero que você

Take over control
Tome o controle

Plug it in and turn me on
Energize-me e ligue-me


Baby, baby can't you see
Querido, você não consegue ver

That i'm giving all of me
Que estou dando tudo de mim

So it's up to you now
Então agora é com você

We could let time pass away
Podemos deixar o tempo passar

Only can excuse to play
Ou arranjar uma desculpa para brincar


But it's up to you now
Mas agora depende de você

Just wanna fulfill your needs
Apenas quero realizar seus desejos

While you taking over me
Enquanto você me domina

So what do you want now?
Então o que será agora?

Take a picture, make a show
Tire uma foto, faça um show

Cuz nobody has to know
Porque ninguém tem de saber

All the ways that we get down
Todas as formas que nós fazemos


I want you to
Eu quero que você

Take over control
Tome o controle

Plug it in and turn me on
Energize-me e ligue-me

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pequena cena (Janus SW)

(Para Astharoth de Janus, com amor)



- Deite-se de costas.
A escrava nua nem ao menos responde, excecuta diligentemente a ordem que lhe fora dada. Expõe as nádegas nuas e Ele rapidamente deseja fazer nela algumas marcas se a pele escura permitisse que assim ficasse.
- Conte.
A primeira batida com o cinto tira alguns sons murmurantes de dor já que ela não era masoquista. No entanto, silencia.
- Quantas?
- Uma , Senhor.
A outra nádega é atingida e as batidas são contadas dilegentemente mesmo que os intervalos entre um e outro golpe fosse extremamente irregulares.
- Quantas foram as batidas?
A dúvida pela inconstância a faz errar. Ele não se enfurece, não a castiga, apenas faz com que ela repouse no chão e ali fica até que adormece. Acorda ainda com ela a velar o sono como uma guardiã. Convidada a deitar-se ao lado do Dono, respeitosamente declina. Ele não insista. O silêncio da entrega se faz pleno naquela pequena e simples cena.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Observação necessária /Necessary remark




À partir de 8 de novembro de 2011 , Astharoth de Janus, outrora astharoth de Janus, passa a ter o direito concedido por seu Dono de grafar seu nome com a letra "A" maiúscula. Esse direito é dado em reconhecimento pelo seu serviço impecável mas também pela mulher digna e honrada que é. Os meus respeito como Dono à minha submissa, a alegria e contentamento de minha vida.


From November the 8th, 2011, Astharoth of Janus, previously astharoth of Janus, has the right given by her Master to write down her name with capital "A".
This right is granted as recognition of her outstanding servicing as a servant but also for the honored woman she is. My respects as Owner to my submissive, joy of my life

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os Segredos de ser um bom Dominador - MsterJames (Tradução: Janus SW)


(Publicado com a permissão do autor)

AUTORITÁRIOS

Muitos Dominadores não sabem a diferença entre ser um Dominante e ser apenas um autoritário.Uma pessoa autoritária acha que tudo resume-se em estar no comando,sendo geralmente insuportáveis, gritam e são tirânicas, exercendo seu poder de forma opressiva.
São injustos e severos no treinamento das pessoas ao seu redor. Seu controle é geralmente exercido com ameaças de punições físicas e sem nenhuma consideração por outros senão a si mesmo.

DOMINADORES
  • Um  Dominador exerce controle de uma forma mais sutil , exercendo sua influência e pensando menos em ameaças e punições físicas, cuidando das pessoas à sua volta. Podem ser autoritários e poderosos mas tem extremo respeito pelos outros.
  • Um Dominador ama e cuida de seu submisso. Submissão é um presente livremente dado e a dominação é uma retribuição cheia de amor a esse presente.
  • O submisso responde ao Dominador se ele demonstra que o submisso é digno de respeito. Submissão  é o esforço em agradar, não o temor da punição.
  • Para conquistar o coração de um submisso primeiro deve-se conquistar a confiança dele, através da honra, credibilidade e gentileza do Dominador.
  • Um Dominador usufrui de todas as vantagens dadas pelo seu poder e sabe compartilhar, com prazer, o que decorre disso.
  • Você deve controlar-se antes de poder exercer o controle sobre outros.
  • Você entende a diferença entre  sensação e  dor e a distância entre orientação e força.
  • Quando a safe word é usada você rapidamente deixa os papéis para trás e torna-se um parceiro que apoia  e cuida.
  • Você sabe que punição e  o que ocorre durante uma sessão são coisas diferentes e nunca levanta sua mão estando com raiva.
  • Você mostra ao submisso que é melhor seguir orientações e que seu conhecimento merece atenção.
  • A pior punição para um submisso provém do desprazer do Dominante.
  • Você entende os perigos de uma “play” e auxilia quando o desconforto aparece. O corpo e a mente são frágeis e você é cuidadoso para não causar-lhes dano.
  • Você usa as sensações para ampliar as fronteiras do prazer. Você pode conduzir seu submisso a novas dimensões do prazer e moldar esse novo limite no fogo deste momento.
  • Você sabe que a comunicação é o aspecto mais importante de um relacionamento. Você sempre ouve.
  • Você deve conhece o corpo e a mente de seu submisso e lutar arduamente por entender  a alma dele.
  • Você tem paciência. Sabendo que a confiança cresce também crescerá a proximidade da relação.
  • Você é corajoso o suficiente para aceitar ajuda, tem a mente aberta o suficiente para aprender coisas novas e é sábio o suficiente para saber que há sempre mais para aprender.
  • Suas ferramentas são sua mente, carne, espírito, alma e amor, com uma pequena ajuda do flogger, paddle, cane, cordas, algemas e vendas.


Originário do Reino Unido, MsterJames pertenceu à cena londrina por alguns anos. Agora, encontra-se baseado em Cape Town. Especialista em flogging, canning, bondage, velas e dominação psicológica. Deu palestras e demonstrações em Cape Towm Moots. 
Para contatos com MsJames via Fetlife, clique aqui

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Notaram a novidade????

Queridos leitores, Tops e bottoms!

Conseguiram notar alguma diferença em nosso blog? Pois é, começa por aí! Não é mais só o blog do Janus mas agora o blog de Janus e Astharoth de Janus. 
Com a postagem anterior Astharoth "debuta" no mundo dos blogs BDSM e porque ter outro blog se pode dividir esse com o Dono? Então aí está!
Esperamos vocês sempre por aqui, trocando idéias e experiências, sempre com muito respeito e consideração! Sejam sempre bem vindos


Dear Tops and bottoms!


Has anyone noticed the changes in our blog? Well here is where it starts: from now on this is not just Janus´ blog but Astharoth´s also.
With the previous post Astharoth started as a writer in BDSM blogs. Why have another blog if she can divide this with her Dear Owner? So, here it is.
We count on you all to share experiences and ideas! Remember, the Google translation tool is avaliable in the sidebar.
Be always welcome!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dilema de uma sub iniciante – a trajetória em busca do EU, dos OUTROS e do BDSM - Astharoth de Janus

Lembro-me de quando, pela primeira vez, li essas 4 letrinhas: BDSM. Já tão conhecida de muitos, para mim seria o começo de uma grande descoberta. Quando as vi pela primeira vez, nosso contato foi curioso e de estranhamento. Eu não me reconhecia nelas, as imagens associadas eram deveras dissonantes daquilo que me representava. Um mundo “exótico demais”, que não representava minha sexualidade mas me intrigava tanto quanto me repelia.
Apesar do universo erótico associado a um novo modismo, quase um Glam BDSM, me atraírem profundamente por sua estética apurada e ousada (para meus antigos padrões), aquilo que me alcançava do “real” me assustava. Afinal, como ter sentimentos tão antagônicos? O que significam, de fato, essas 4 letrinhas?
Além do significado já tão conhecido, como Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo, aquelas letras significaram um novo universo de exploração de sensações.  À medida que eu buscava seu sentido, me sentia cada vez menos conhecedora do que elas representavam. Um mundo confuso de representações, de rituais “enfadonhos” à total anarquia catártica, nada parecia saciar essa tal curiosidade e tampouco elucidar esse mistério.
Nesse caminho de descoberta,  ouvi algo que parecia um norte a seguir: afinal, é tão importante definir? Que tal sair um pouco desse universo teórico e diverso e buscar algo que te faça sentir o sentido o que busca?
Ao ouvir isso, pensei em como poderia viver essa experiência se sequer me sentia confortável com os papéis pré-estabelecidos em muitas práticas: Domme? Escrava? Serva? Submissa? Nomes que pareciam macular minha essência, como praticar se tudo parecia tão repulsivo ao meu EU feminista e progressista, que abominava as figuras de servidão ou de dominação?
No entanto, em meio a tantos pensamentos confusos, uma ação relampeou em minha cabeça e iluminou essa escuridão: estar de joelhos, para mim, era tão erótico quanto um beijo. Excitava-me  inexplicavelmente estar à mercê de um alguém que conduzisse meu corpo e minhas ações para o seu prazer. Em resumo: servir me excitava.
Mas como conciliar tamanha entrega com uma personalidade cotidiana combativa e dona de si? Por que algo que feria tanto meu EU me dava tamanho prazer? Afinal, seria eu uma mulher servil que maquiava a sua essência com um verniz socialmente aceito por OUTROS?
Até que me dei conta que meu servir era um ato de doação daquilo que eu tinha de melhor a um alguém que havia CONQUISTADO minha mansidão. Um alguém que se materializava de maneira tão grandiosa aos meus olhos que minha única ação possível seria adorá-lo e render-lhe todas as minhas homenagens. Descobri o que é ter um SENHOR e DONO. E, principalmente, minha submissão era um ato de escolha, o caminho pelo qual elegi viver aquela maneira de se obter prazer. Poderia ter optado por outros destinos, outros nomes ou mesmo não nomear nada. Mas decidi dar um nome ao que sou. E, assim, me permiti entregar-me.
Após tamanho ato de libertação dos meus desejos e vontades, após percorrer um tortuoso caminho para descobrir o prazer e de auto-aceitação, não cabe a OUTROS tentar definir o que sou. Basta-me a minha convicção e Daquele que me chama SUA.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mensagem aos novatos

Ser novato em qualquer comunidade é um desafio: como comportar-se? Como portar-se corretamente, como tratar pessoas em situação de hierarquia, liturgia e por aí vai. No entanto, tem-se observado que parece que essa necessidade de resguardar-se e aprender tem sido local de micro-exercícios de poder que acabam por ameaçar o bom começo de vida dentro da comunidade.
Procuro compilar algumas "dicas" que coletei durante alguns anos de humilde vida dentro do meio mas já digo de antemão, não siga o "tio" Janus cegamente, ative seus competentes circuitos de julgamento:

1. Referências de outros são apenas referências - Houve uma discussão um tanto prejudicada em um dos canais que frequentava acerca de referências acerca de pessoas, locais, práticas e demais "elementos" do nosso estilo de vida. Toda essa discussão leva muito claramente à conclusão que as referências de segunda mão (dos outros) devem servir como o nome diz, referências. Ter referência,  é como uma referência bilbliográfica, deve ser base para a nossa construção individual de conceitos e julgamentos. Porque? Quando alguém julga jamais será isento e isso deve destruir a ilusões de muitos mas é a pura verdade. Munidos de conceitos, pré-conceitos,  interesses, desinteresses, construímos o julgamento e o "soltamos" ao ar como fosse a maior das verdades. Cuidado! Jamais compre brigas que não são suas e nem faça apoios automáticos. Isso não costuma ser bom para ninguém e, no fim da história, quem sobra para lamentar um julgamento precipitado será VOCÊ. Falo por experiência própria.

2. Submeter-se jamais será anular seu bom senso e amor próprio - Existem pessoas que, em nome de sua prática ou do seu fetiche, acabam se metendo em coisas que levam à um histórico de profundo sofrimento físico e mental que é totalmente incompatível com o desejo inicial ou mesmo conduzem a desenlaces fatais ou semi fatais que acabam, inclusive, estampando as manchetes de jornais como o ocorrido na Itália recentemente. Cuidado, gente! Por mais que mergulhar de cabeça seja parte de sua fantasia, da sua tara, lembre-se que você tem de sobrar inteira para contar a história e desfrutar do prazer das práticas. Nada deve anular seu bom senso e o seu amor próprio, além e principalmente, do seu "instinto de sobrevivência" esse elemento primal que a natureza te municiou exatamente para ser usado. É muito hard para você? Apresenta risco de morte? Não tem confiança em quem diz ou executa algo? Caia fora!
Não gostaria de ver, sinceramente, a prezada sub leitora ou prezado sub leitor lamentando (se puder) algo que deu muito errado. Até porque, mais uma vez, o culpado será você mesmo não sendo. 

3. Desconfiar é algo que preserva a vida e o gosto pelo modo de vida - Temos vários papas em diversos assuntos e nas mais variadas áreas do conhecimento. Você acredita que no BDSM seja diferente? Tolinho ou tolinha... Como eu disse lá em cima, tudo o que estiver escrito aqui só poderá ser assimilado como seu se o Tio Janus disse algo que vale apena querido sobrinho ou sobrinha (tio Janus tá ficando velhinho por isso fala com vocês assim)! Desconfie dos papados auto-designados, usem aquele processador maravilhoso que você tem na caixa craniana, exercite o gostoso e importante direito de pensar. Sabe, aceitar cegamente alguém conduziu pessoas, países e sociedades à perdição e não cabe a você ser elemento dessa estatística. Olhe com uma lupa para o que pareça estranho e, acredite, se parece estranho é porque é.

4. O que está escrito em sites qualificados são boas fontes de informação - Sites como o Albany Exchange, Site do Carcereiro, o infelizmente finado Desejo Secreto (ainda no ar) são fontes maravilhosas de conhecimento sobre o BDSM. Pessoas como Raven Shadowborn, Jack Rinella e outros também fazem da discussão algo qualificado e agradável. Se você fala  inglês, alemão, francês ou qualquer outra língua, convém você interagir e ler coisas produzidas fora do nosso país. Você verá que a perspectiva é diferente e muitas vezes dão de mil a zero no que se vê por aqui. Não se trata de complexo de "vira-lata" , trata-se de ampliar o mundo ao nosso redor.


5. Quando você não consegue listar três defeitos de um lugar ou pessoa, desconfie - Ixi! isso vai dar polêmica. Um dos grandes desafios que qualquer novato tem é o de não começar a ver que, como qualquer obra humana, o BDSM é imperfeito e (deveria) estar em constante revisão. Só que tem muita gente acomodada ao que está aí e , inclusive, impondo modos de viver e de ver a qualquer pessoa. Você consegue listar ao menos três defeitos de um lugar, pessoa, prática ou até mesmo seus para vc mesma? Se consegue é um bom começo. Se não, que tal ver com carinho o que está acontecendo à sua volta?
Ao contrário do que querem fazer imaginar, criticar, ver os defeitos também é um gesto de amor, do gostar de algo e nos faz ter o impulso de pesquisar e querer saber mais para evoluirmos e levarmos conosco o meio em que vivemos, seja qual for.



6. Dominar não significa achar que o outro ou outra é igual um trapo -  Milgram, Zimbardo, Lifton, Gilbert, Jones são sobrenomes de alguns psicólogos e psiquiatras que refletiram sobre a qestão da despersonalização enquanto elemento que é contribuinte para diversos episódios de abuso durante a história da humanidade, notadamente no Holocausto (Shoá). Apesar de aparentemente não ter nada a ver, estamos em um meio que atiça a testarmos os limites e autoridades (reais ou fictícias) que estimulam , no limite, coisas que nem sempre são abonadoras dos indivíduos envolvidos.
A grande tarefa do Dominador ou Dominadora é ter em mente que aquela pessoa que aceita ser submetida aos piores e mais intensos "castigos" , é um ser humano com limites psiquicos e físicos.
Se é verdade que o psíquico nem sempre pode ser aferido o físico dá muitas indicações do estado global da pessoa. Esteja atento à eles. Mesmo um ou uma masoquista extrema se sujeita ao seu comando porque confia que você esteja atento e cuidando de quem se submete à você.

Não se iluda, você vai ouvir muito blá-blá-blá por aí mas a responsabilidade sobre o sub ou a sub é SUA, Domme ou Dom. Nem a consensualidade salva e , aos olhos de legisladores, NADA te salva se der errado. Todo cuidado é pouco.


7. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal à ninguém - Se você ler o blog ou já lê , vai ver que essa advertência é recorrente e, entra dia , sai dia, essa recorrência tem sua razão de ser. Você quer ser um fodástico ou uma fodástica, onde quer que você esteja e em qual prática faça, é uma aspiração legítima. No entanto, é infinitamente melhor que você seja fodástico na ética, no cuidado, no respeito do que em shibari, spanking etc. É isso que fará com que você tenha gente disposta a se submeter à você e sempre.
Não sabe? Aprenda. Sabe o básico apenas? Execute o básico apenas e bem feito Tem dúvidas? Não faça. A regra do bom dominador é por seu controle e controle é a base do poder.


8. Consenso não é você concorda com o que tenho a oferecer mas é a discussão madura de duas intenções em polos opostos - Um dos grandes critérios criados para distinguir a escravidão que praticamos (escravidão moderna) da antiga é o consenso. No entanto, até nisso, parece haver uma grande avacalhação. Se era preocupação, anteriormente, discutir o que era são e seguro (continua uma questão relevante), hoje há uma discussão totalmente sem nexo sobre o CONSENSUAL. Criam-se estruturas como avaliação de risco compartilhado como se fosse algo que não envolvesse estrutura de poder e etc. Quer fazer um consenso sério? Então tenha ouvidos mais do que a boca, estrutura e conhecimento para discutir (e convencer) o outro da validade de sua visão. Crie um ambiente onde todas as condições estejam colocadas para desfrutar, verbo quase esquecido. Isso sim é consenso, isso sim é verdade, isso sim é PRAZER que começa desde a construção da relação até a prática. Dá trabalho? Me diz alguma coisa que não dê trabalho e seja bom?


Bem , queridos e queridas, Tio Janus vai almoçar nesse novo horário de verão, o bendito. Vamos discutir o escrito acima, sejamos nós novatos ou veteranos. Aliás, quero renovar meu convite para quem se sentir afim de publicar coisas e não quer ou não pode ter seu próprio blog que publiquem aqui se assim desejarem. No entanto, se apenas colocarem seus pontos de vista e opiniões, já estarei mais do que satisfeito. ]
Esse é o nosso blog e todas as vertentes de pensamento serão bem vindas e respeitadas! Saudações!





domingo, 18 de setembro de 2011

Saindo do Muro das Lamentações

Eu não quero fazer desse blog, aliás no qual não tenho escrito a algum tempo, um muro das lamentações. No entanto, quando as coisas começam a se repetir durante muito tempo e por muitas pessoas, é motivo para pensar-se algumas vezes e de forma o mais responsável possível.
A pergunta a ser feita é exatamente essa: afinal do que se está realmente "a fim" quando se fala em BDSM? Sempre tive claro para mim que o BDSM seria um dos espaços onde eu poderia encontrar uma expressão qualificada de minha sexualidade mas não o ponto final de tudo o que eu gostaria de viver e sentir mas apenas uma das coisas que mais gosto de fazer não em prejuízo de outras.
Atualmente parece que as coisas ficaram um tanto, como dizer, doidas: primeiro que em um mundo que orgulha-se em chamar "kink", uma série de pessoas vêm dizer que há um "verdadeiro BDSM" e, via de regra, são os mesmos que aplaudem quando a gente diz que a liturgia BDSM é algo , inclusive, dispensável.
O que mais me preocupa, no entanto, é que as coisas estão, de fato, saindo fora de um controle, com pessoas inclusive morrendo. Aí fica a pergunta? O que está, de fato, acontecendo?Parece que foi implantado o vale tudo em completa disconsideração com a vida humana.
Além disso, as coisas estão parecendo uma religião de fanáticos: o que é certo é nosso, é BDSM e o que é errado, vamos achar um critério para dizer que não é BDSM. Oras ! Dá um tempo! Mesmo que algo que deu errado não tenha sido feito por alguém do "meio" não seria interessante, já que são atividades que também nós fazemos, aprender com as lições dos erros para fazer que nós mesmos não os cometamos? Não! Melhor dizer que não é BDSM.
O absurdo é tão grande que estão querendo subverter, inclusive, a semântica da língua portuguesa. Dizem aí que consenso é a apresentação de um "programa" para a adesão por parte do bottom. Cara, isso não é consenso, é formulário de adesão à um clube esportivo, cultural e recreativo escola de samba unidos da chibata. É disso que se trata mesmo? Se for fica muito complicado!!!
Aliás, no caso do shibari mal sucedido na Itália, o sujeito teve a desfaçatez de dizer que não era assassino porque  as meninas que participaram da ação mal sucedida, concordaram... Que coisa, hein???????
Além de subverter a língua, desejam também subverter a toxicologia. Na discussão dessa mesma questão da Itália onde , agora de forma definitiva, os envolvidos usaram álcool e drogas, elementos que reconhecidamente restringem a capacidade de julgamento, a manifestação de alguns contra o consumo dessas substâncias virou algo rotulado como "BDSM Puritano". 
Insurgi-me contra isso mas fico pensando se eu deveria ter ficado quieto e pensado que cada um faça o que quiser e quem quiser de se submeter, que se submeta. No entanto, fico pensando o quanto as pessoas de fato têm consciência de que nossas práticas são potencialmente perigosas, que ninguém está com uma Real Doll mas com um ser humano sob sua responsabilidade, nos várias aspectos que essa palavra possa ter.
Se tudo virou válido, sinceramente, eu sou o primeiro a voltar atrás com minha "reinvindicação" da retirada das diferentes prática do CID-10 e DSM-IV. Se houver um pequeno grupo que seja, que sinceramente pense que vale tudo, acredito que essas práticas devam estar em ambos documentos. A ciência médica não pode prescindir desse balizamento para casos congêneres à nossa prática. Não gostaram dessa afirmação? Sinto muito!
Eu sou um ser social e, apesar de recluso por questões alheias à minha vontade, quem me conhece pessoalmente sabe que adoro estar com todos, brincar, conversar sério , dar risadas e até chorar se for necessário. No entanto, eu fico dentro de tudo conquanto me faça bem.
Sei que o "meio" segue comigo ou sem mim porque o todo será sempre maior do que indivíduo. No entanto, sinceramente, eu sei que o que vale é a vida que tenho com astharoth, minha menina, entre quatro paredes com pessoas que comungam dos mesmos ideais que eu. 
Será que o BDSM mudou tanto assim a ponto de eu quase não reconhecê-lo mais? Espero estar enganado!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aniversário de/Birthday of astharoth de Janus

Hoje é dia de muita felicidade para mim: minha astharoth está completando mais uma no de vida, de intensidade e de serviço incondicional ao seu Dono. Da minha parte, tenho o privilégio de contar com uma submissa, uma companheira e, sobretudo, com uma mulher incrível  que me enche de orgulho e felicidade.
Minha amada astharoth , eu só posso te agradecer por tamanha dedicação, desejar saúde (principalmente) , sucesso (mais do que você já tem), plenitude e uma vida inteira para vivermos esses caminhos que tanto nos têm feito bem. 
Beijo do Dono! Te amo! 

Today is a day of great joy: it´s my beloved astharoth birthday! Another year of intensity, service and a inconditional service and devotion to her Master. As far I´m concerned, its a privilege to count with a servant, a partner and, above all, a wonderful woman that makes me fell deep joy and happiness.
Dear and beloved astharoth , I only can say thank you very much for your dedication, wishing you all the best, sucess (more than you already earned), a life of plenty and that we can share this path that makes us so happy.
Sweet kiss form your Master! Luv you...


Como tenho uma alma de rock n roll, dedico à astharoth esse clássico do Deep Purple , Highway Star. O trecho da música que está marcado diz exatamente o que eu sinto pela minha menina! Keep on rocking!

As I have a rock n roll soul, I dedicate  to astharoth this Deep Purple´s classic (from Machine Head album) Highway Star. The highlighted parte of the music express what I fell and who is my girl. Keep on rocking!



Nobody gonna take my car, I'm gonna race it to the ground
Nobody gonna beat my car, it's gonna break the speed of sound
Ooh it's a killing machine it't got everything
Like a driwing power big fat tires everything

I love it and I need it I bleed it
Yeah it's a wild hurricane
Allright hold tight. I'm a highway star

Nobody gonna take my girl I'm gonna keep her to the end
Nobody gonna have my girl she stays close on every bend
Ooh she's a killing machine she's got everything
Like a moving mouth, body control and everything

I Love her, I need her, I seed her
Yeah she turns me on
Allright hold tight I'm a highway star


Nobody gonna take my head I got speed inside my brain
Nobody gonna steal my head now that I'm on the road again
Ooh I'm in heaven again I'v got everything
Like a moving ground, throttle control and everything

I love it, I need it, I seed it
Eight cylinders all mine
Allright hold tight I'm a highway star


Nobody gonna take my car....

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aretha disse tudo... Então está dito! Um pouquinho de respeito (em tudo) / Aretha said everthing... so, everything was said - A little bit of respect



What you want (hooo) baby I got it
What you need (hooo) you know I got it
(Hooo) all I'm asking (hooo) is for a little respect
( Just a little bit) when you come home
(Just a little bit) hey baby ( Just little bit)
When you come home ( Just a Little Bit) Mister
I ain't gonna do you wrong while you're gone
I ain't gonna do you wrong 'cause I don't wanna
All I'm asking is for a little respect when you come home
(Just a Little Bit) Baby ( Just a little bit )
When you come home ( Just a little Bit) Yeah
I'm about to give you all my money
And all I'm asking in return honey
Is to give me my propers when you get home
(Justa Justa Justa) Yeah baby when you get home
( Just a little Bit ) Yeah ( Just a little bit )
Hooo your kisses sweeter than honey and guess what so is my money
All I want you to do for me is give it to me whn you get home
( Re re re re spect) Yeah baby whip it to me
( Just a little bit) when you get home now ( Just a little bit)
R-E-S-P-E-C-T find out what it means to me
R-E-S-P-E-C-T, Take care, TCB ohhhh (Sock it to me,etc.)
A little respect oh yeah ( Just a little bit)
A little respect ( Just a little Bit)


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática


Advertência: se você pensa que isso não tem nada a ver com BDSM, pense duas, três ou "n" vezes.
Saudações

O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES. Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO. Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO. Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE. A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

 6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE. Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE. Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM. No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

( Fonte:http://sindromedeestocolmo.com/2011/05/chomsky-e-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica/ )