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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!

Queridos amigos leitores.

Pode parecer um grande clichê mas eu gostaria nessa mensagem de Natal agradecer o núnmero significativo de leitores que esse blog tem. Mesmo tendo, por motivos profissionais e pessoais, dado menos atenção do que eu gosto e vocês merecem, a média de 1.000 visitas mensais me deixa feliz e orgulhoso.
Tivemos muitas coisas boas e outras não tão boas assim mas o balanço geral foi muito positivo. No entanto, espero que essa época nos suscite uma grande reflexão sobre o que conquistamos e onde falhamos em nossa prática, seja em que papel for.
O mundo sempre clama por mais ética, mais transparência, mais respeito por nós e pelos outros em um mundo cada vez mais hostil e intolerante com a diferença e o diferente. Quem mais do que nós sabemos o que isso significa? Reproduziremos aquilo que sofremos? Sinceramente , espero que não.
No mais, celebremos! Vencemos mais uma barreira e quase adentramos um novo ano. Que as festas sejam felizes e satisfatórias com os seus. 
Forte abraço de Janus e astharoth! Feliz Natal!



sábado, 11 de dezembro de 2010

Mais regras para um primeiro encontro (Anônimo)



Nota do tradutor: esse artigo foi escrito para submissas dada a maior vunerabilidade em relação à dominantes mal intencionados mas acredito que muitas das dicas apliquem-se a qualquer pessoa, independentemente do gênero.

Essas regras pode variar de acordo com o que você tem de lidar ou é capas de revelar ou decidir usar mas seja o que você faça, não ignore a segurança básica que será necessária para você, como submisso, encontrar um novo dominante pela primeira vez.
Existem pessoas por aí que são simplesmente predadores e seu novo dominante pode ser maravilhoso ao telefone ou "on line" mas, admita, você não o conhece de verdade e proteja-se até que isso aconteça.

1. Antes mesmo de planejar um encontro, discuta sua segurança pessoal com seu novo dominante. Diga o que sente e ouça o que ele diz. Se ele realmente é um homem que preocupa-se com você, ele acrescentará coisas que vão protegê-la e concordará com o que você quer fazer. Se não o fizer isso é uma dica para usar de cautela.


2. Uma vez tendo planejado seu encontro ache duas pessoas que você conhecem seu nome, seu endereço, seu número de telefone e seu histórico pessoal e tenha certeza que eles saibam as mesmas informações de quem você irá encontrar. Deixem um plano detalhado de sua visita e do que planejam fazer e combine com eles verificações telefônicas regulares e o que fazer caso essas verificações não tenham resultado.  Obviamente você não gostaria que a polícia arrombasse a porta do hoel enquanto você está amarrada na cama mas também pode acontecer de você ficar muito satisfeita em vê-los.



3. Faça seu encontro em um lugar público, algum lugar com bastante pessoas e NÃO DEIXE esse lugar público até sentir-se confortável com a pessoa com quem está se encontrando. Se não sentir-se assim logo de saída tenha algum tipo de plano alternativo ao invés de ir com ele. Tente ter seu automóvel disponível ou , melhor ainda, um amigo musculoso para socorrêla ou encontrar seu dominante em sua companhia.

4. Em seu primeiro encontro não viaje para um lugar afastado. Encontre um hotel ou pousada confortável com boa equipe onde, novamente, existam PESSOAS. Outras pessoas são a melhor defesa contra violências e , se necessário, corra em direção à elas, mesmo nua. Uma velha cabana nas colinas onde possam "estar sozinhos" pode parecer maravilhoso mas não é seguro e não deve ser considerado.


5. Nunca, nunca viaje para longe do itinerário planejado com seu novo dominante. Você planejou para que pessoas possam encontra-la e se você abandonar esse itinerário elas nã conseguirão.  Permaneça onde você disse que estaria e quando você tomar suas medidas de segurança resista à tentação de uma fuga ou qualquer tentativa de seu dominante em levá-la para longe.

6. D/s e práticas. É normal que você queira muito agradar esse homem que significa tanto para você e proporcionar tudo o que ele pedir e desfrutar com prazer o que ele goste. No entanto, como tudo mais que você fizer pela primeira vez, você tem que proteger-se e por mais excitante que "caning" possa parece enquanto amarrada e com gag, uma vez começando será complicado parar. Use palavras de segurança, não sinta vergonha de precisar delas porque VOCÊ precisará. Resista a qualquer tipo de amarração na garganta ou pescoço enquanto não conhecer bem seu dominante. Sexo em si? Bem, a AIDS está por aí e se for inevitável que ele aconteça use camisinha. Insista nisso, de verdade e não abra mão.

7. Essas são minhas dicas para vocês. Você são submissas e não há nada que tenha econtrado em meu mundo que seja tão belo. Vocês são especiais e nós não podemos perdê-las porquê não há muitas boas por aí... portanto, cuidem-se. Quando voltarem, mostre-nos sua nova coleira, suas marcas ou o que de mais valoroso obteve em sua visita e nós a amaremos mais por tê-lo feito.

Independentemente do que fizerem, retornem para nosso convívio!

(Fonte: http://albanypowerexchange.com/Events/guidelines.htm - Traduzido por Janus SW)

domingo, 28 de novembro de 2010

Humilhação Erótica

Humilhação erótica é o uso consensual de humilação psicológica em um contexto sexual, onde uma pessoa se excita ou tira excitação erótica da mistura de fortes emoções em ser humilhado e diminuido ou em humilhar os outros. A humilhação não necessita ser sexual em si, como muitas das outras atividade sexuais, seus sentimentos são derivados de quais são tiradas, independentemente da natureza da atividade real.
A humilhação pode ser verbal ou física e pode ser pública ou privada. Normalmente pode ser ritualizada e ao contrário de algumas variações sexuais, ela pode ser facilmente feita à distância ou “on line”. A distinção entre humilhação e dominação, em uma atividade como o spanking é que o resultado primordial é a humilhação, sendo a atividade apenas um meio para justificar os fins.

Apesar da humilhação fraca ou moderada não ser uma parte incomum do BDSM e de outras cenas de cunho sexual, ela pode ser levaa à um ponto onde passa a ser considerada uma prática extrema por muitas pessoas, devida a sua natureza extrema e a controvérsia acerca do seu impacto psicológico. Esse é uma questão subjetiva e depende fortemente do contexto.
TERMINOLOGIA E VISÃO GERAL
Uma pessoa a ser humilhada é geralmente chamada de “bottom” e a pessoa que humilha é geralmente chamado de Dominante (apesar desses termos padrão, usados nas relações D/s não são específicos à humilhação) e se mulher é chamada , algumas vezes de humiliatrix. Outros nomes comuns são escravo ou sub/sumbisso para o bottom e Mestre/Mistress ou Dom/Domme para os “top”.
Humilhação não é o mesmo de Dominação uma vez que o submisso não necessariamente procura receber ordens. A humilhação provém de sua própria força sexual quando o submisso procura a himilhação com e de qualquer meio, por exemplo, quando o spanking é primariamente valorizado pela humilhação envolvida. Como tal, ela abrange um grande especto da parafilia, em particular o fetiche por pés, sapatos, spanking, bondadge e a maioria dos estilos de BDSM. Ela pode ser tão básica como o desejo de beijar e massagear os pés como antecedente ao sexo, ou ser complexa, envolvendo o desepenho de papéis ou a demonstração pública de subserviência. Ela também pode acontecer em um período de tempo (uma “cena”) ou ser uma face do relacionamento. A “humilhação” não é intrínsica ao ato ou ao objeto, ao contrário, é simeoticamente carregado pela atitude compartilhada dos parceiros envolvidos no ato. São eles que investem atos específicos, objetos ou partes do corpo com seu aspecto de humilhação.
MÉTODOS DE HUMILHAÇÃO
A humilhação sexual é muito aberta. Ela pode ser, genericamente, em aspectos verbais e físicos. Os aspectos verbais podem incluir:
  • Diminuição verbal, tais como “escravo” , “rapaz”, “garota”, “bicho”.
  • Insultos e abusos verbais tais como “gordo”, “feio”, “estúpido”, “inútil”.
  • Referências degradantes como “puta”, “sem vergonha”, “viado” e “biscate”.
  • Desmerecendo partes do corpo ou comportamentos tais como referências cruéis ou diminutiva aos seios, aparência facial, genitália ou tamanho dos genitais, traseiro e ironizar de alguns maneirismos como caminha, respostas ou padrões de cuidados pessoais.
  • Ter de pedir permissão para atividades do dia-a-dia como ir ao banheiro, comer ou gastar dinheiro.
  • Humilhação devido a seios pequenos onde a humilhação é dirigida a suposta inadequação aos padrões de seios femininos adultos ou sua inabilidade em agradar um homem (ou, por conseqüência, a intulidade dos seios da mulher em ser objeto de uma sessão).
  • Humilhação devido a pênis pequeno onde a humilhação é dirigida a supsota indadequação com os genitais adultos do home e sua inabilidade de satisfazer uma mulher (e por conseqüência , a inutilidade de ser objeto de uma sessão).
  • Repetição forçada, como ser obrigado a repetir os comandos dados para confirmá-los.
  • Gentileza forçada, como , por exemplo, concordar que toda decisão do Dominante é sábia, correta e justificada, enquanto eleogia as características físicas e de personalidade dele.
  • Ironizar e ridicularizar.
Os aspectos físicos e tangíveis podem incluir:
  • Ejacular, defecar, cuspir, bater ou ourinar sobre o corpo do submisso ou, especialmente, no rosto.
  • Fazer tarefas menores ou ter uma carga de trabalho abusica como, por exemplo, limpar o chão com escovas de dente.
  • Desempenhof requente de serviços sexuais passivos/ativos para o Dominante como massagem erótica, cunnilingus, analingus ou felação sem expectativas de atos recíprocos ou ato sexual.
  • Acompanhamento detalhado e contro de como gasta o tempo ou atividades feitas, incluindo lista de trabalhos para fazer, orientações precisas de como fazer o trabalho de casa e exatamente como agir e comportar-se.
  • Rituais específicos e intervenções a serem adotadas. Isso inclui mostras de subserviência como acender cigarros, andar um passo atrás do dominante, apenas falar quando permitido, ajoelhar-se ou prostrar-se na frente do Dominante enquanto espera ordens, comendo apenas após os outros ou no chão, um lugar mais baixo para dormir e uma variedade grande de atividades de adoração corporal como beijando ou chupando os pés dos Dominantes, botas, traseiro, ânus, vulva etc. para experessar agradecimento, subserviência, vergonha, ou mesmo emoções positivas como alegria ou excitação.
  • Suprimir a liberdade de movimentos. Isso pode incluir não poder deixar a sala enquanto o Dominante estiver presente sem sua permissão, e que pode ser proibido de deixar a casa ou masmorra, em geral para demonstrar a escravidão ou servidão.
  • Punições detalhadas para uma variedade de “infrações” ou má conduta como ter que permanecer em um canto olhando para a parede por algumas horas, açoitamento ou chicoteamento, comida racionada ou exercício forçado.
  • Personificação de papéis de stauts inferior como animais (cavalos ou cães por exemplo) ou bebês.
  • Spanking, chicoteamento, retenção ou qualquer atividades BDSM como tortura de pênis e escroto (cock and ball torture – CBT).
  • Proibições ou restrições de vestimenta, mesmo em público. Para mulheres, um exemplo comum é de serem comandadas a vestir apenas um biquini revelador ou lingerie. Para homens, isso poderá incluir feminização ou cross dressing. Para ambos sexos pode se esperar a ir completamente nus, com objetos decorativos como colares, tiaras, bandanas , sendo a algema a única exceção.
  • Uso de cintos de castidade ou outras formas de negação erótico-sexual.
  • Uso de símbolos externos de “propriedade” tais como a coleira.
  • Ter amigos, familiares ou estranhos cientes ou presenciando o tratamento do sbumisso (exemplo: humilhação pública).
  • Tratamento erótico de objeto, onde o submisso é colocado no papel de um objeto como um escabelo.
  • Embraços.
  • Ter de pedir permissão para orgasmo durante sexo ou masturbação.
  • Forçar a portar uma gag e/outros restritores no corpo.
Algumas formas de humilhação sexual envolvem causar dor mas a maioria diz respeito ao ridículo, ao escárnio, à degradação e ao embraço.
O desempenho de papéis sexuais pode envolver ou não humilhação. Por exemplo, uma pessoa pode desempenhar o “pael” de cão porque gosta de ser diminuído – forçado a fzer isso e o Dominante dará ênface da pequenês do submisso, reduzindo seu “status” ao de um animal enquanto outras pessoas podem desempenhar o seu papel de animal sem qualquer tipo de humilhação mas sim da experessão do “animal interno” ou do espírito brincalhão que o submisso tem.
PSICOLOGIA DA HUMILHAÇÃO
Geralmente a humilhação toca fortemente os “botões emocionais”, e ainda mais quando torna-se sexualizada. Devido isso, o consentimento e , paradoxalmente, um grande grau de acompanhamento e comunicação se fazem necessários, para assegurar que o reultado seja o desejado ao invés de abusivo. Por exemplo, um submisso pode gostar de ser insultado de algumas maneiras mas ser genuinamente ofendido e devastado se humilhado de outra forma.
O fetichismo também tem conexão com um fetichismo sexual, no qual as atividades não sexualizadas, tornam-se sexualizadas pela associação com a excitação e também podem ser associadas com o exibicionismo no sentido de querer que os outros testemunhem (e fique excitada por isso) com a degradação sexual dele.
Para algumas pessoas, ativ idades como chamar de um nome é outro caminho para a redução do ego ou superar inibições sexuais. Por exemplo, entre as pessoas gys, associados com a homofobia podem ser usados, como “viado”.
Como todas as atividades sexuais, agumas pessoas têm fantasias sexuais sobre humilhação e cdomo outros realmente a aotam como um estilo de via em uma sessão. As fantasias relacionadas à humilhação leve não são incomuns. Algumas atividades de humilhação (plays como animais ou de idade , em particular) é combinada com lealdade e dedicação de cuidados para estender esses fetiches que podem ser apenas exercícios de carinho ao contrário de, primiliminarmente, o fetiche de humilhação.
Conseidere que o desejo de estar inferiro ao outro parceiro durante o intercurso, a idéia de “ser pego” como quando tiver sexo no jardim ou na mata, ou fantasias de estrupo suaves (onde as pessoas imaginam serem forçadas de uma forma que gostariam e que deve parecer completamente diferente de qualquer forma de estupro),  são jogos emocionais suaves que enfatizam as posições, vunerabilidade e controle. Todavia, para a maioria das pessoas, tais idéias mantêm-se uma fantasia das quais têm uma reserva muito forte de torná-las públicas ou arrumar um parceiro para torná-las rais, apesar do quão erótica a idéia possa ser.
Se uma pessoa revela para seu parceiro sobre seu fetiche, isso usualmente é resultado de uma grande confiança que compartilham, devido ao grande esforço psicológico que as pessoas devem dedicar para dizer ao outro. Muitas pessoas temem ser ridicularizadas pelo seu fetiche e tal ridículo para seu parceiro poderia ser psicologicamente catastrófico.  Portanto, muitas pessoas utlizam humilhação on line (onde quem humilha e outros envolvidos usam a internet, chat, e-mail, websites, etc.) como um compromisso  entre o exibicionismo e a relaidade de um lado e segurança e anonimato entre outros.
HUMILAÇÃO “ONLINE”
A humilhação “on line” é o desejo de ser visto em um contexto de embraço sexual na internet. Essa prática permite ao submisso procurar parceiros de fetiche em todo o mundo.
MÉTODOS COMUNS DE HUMILHAÇÃO ON LINE PODEM INCLUIR:
  • Pelourinhos públicos.
  • Tarefas em fotografia ou vídeo que conduza a embraços aos submissos.
  • Ordem para que os submissos mantenham diáiros on line detalhando informações pessoais taiscomo frequência de masturbação e detalhes sobre elas.
  • Abuso verbal.
Essas práticas podem ser conduzidas via chat, webcam, e-mail ou sites de contato BDSM.
(Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Erotic_humiliation) – Tradução: Janus SW

domingo, 21 de novembro de 2010

Dominação – A arte do poder (Por CJK)

“Dos infinitos desejos do homem,
os principais são os desejos de poder
e de glória.”
Bertrand Russell
Em sua definição sobre poder, J.K.Galbraith, diz : “O poder – a habilidade de um indivíduo ou de um grupo conseguir a submissão de outros a seu propósito.”
O exercício da Dominação requer, antes de mais nada, competência. Esta competência manifesta-se na forma pela qual o Dominador submete sua escrava a seus propósitos.
Tal habilidade é necessária, posto que uma relação D/s requer percepção e sensibilidade, sem as quais pode se incorrer em graves distúrbios psicológicos, que afetarão a ambos : Dominador e submissa.
E, entre ambos, deve existir total confiança. A submissa manifesta sua entrega de forma plena somente quando existe total confiança na relação.
E confiança é algo que se adquire, que se conquista.
Percebendo a essência de sua submissa (isso só será possível através de muita sensibilidade), compete (daí a necessidade de muita vivência e prática de vida) ao Dominador conduzir a relação, potencializando toda oportunidade de prazer.
Ao conduzir o processo, o Dominador elimina todas as barreiras existentes. De forma hábil, sutil. Ele invade. Estende este momento, posto que, o prazer provocado pela tomada de posse é indescritível. Momento elaborado. Pleno em detalhes. A submissa, muitas vezes sem dar-se conta, se posta, reverencia e se entrega. Nem sempre admite que esta sendo tomada.
A responsabilidade. a partir desse momento. é imensa. O Dominador, com as mãos nas entranhas de sua submissa, serve-se do prazer na forma que mais lhe convém. Poucos têm a ousadia de tornar o jogo ainda mais fascinante. Instruindo sua submissa, o Dominador permitirá que momentos ainda mais intensos sejam vividos. Cada vez mais a submissa lança-se em um pulo no escuro, sabedora que braços fortes a amparam. Mais uma vez a competência se faz presente.
Cada qual estabelece a melhor relação para si. Mas é inegável que a relação não permite manifestações de dúvidas, fraquezas e, acima de tudo, incompetência.
Prazer é algo singular.
Saber potencializá-lo é uma arte.
(Fonte: http://www.desejosecreto.com.br/tops/tops03.htm)

domingo, 14 de novembro de 2010

Concepções de regulação nas relações BDSM - Algumas considerações (Janus SW)

Percebo que muitas pessoas acessam os blogs no sentido de aprender mais sobre técnicas e ter idéias o mais prazerosas possíveis para realização de suas sessões. No entanto, existem algums reflexões absolutamente necessárias para o exercício pleno e o prazer máximo dessas relações; outras, tratam de questões de segurança, elementos que nos preparam para tomar as providências para que nada de desfavorável aconteça e , por fim, aquelas que tratam de elementos conceituais que em minha visão “ditam” as linhas mestras para que possamos nos posicionar dentro do que preceitua o BDSM e verificar se ele nos expressa enquanto uma vertente erótica e de vida.
Muitas vezes, esses textos carregam conceitos densos e de leitura difícil e espero que não seja o caso desse artigo acerca de algo que nos é (ou deveria ser) de interesse, tanto no pensamento como na acão: o consenso. Por mais que possamos pensar ser essa uma questão pacífica (consensual????) , logo constataremos não ser. Mais do que pretender ser um artigo que põe um ponto final na questáo, esse texto é um caminho para entender-se onde a grande polêmica surgiu.
A “VELHA” ESCRAVIDÃO E A “NOVA”
Talvez convenha lembrar que algumas coisas que nos são tão caras e que consistem em nossas grandes marcas, motivos de orgulho entre Dominantes (citados aqui como elementos únicos de determinação) não nos pertencem, remontando à séculos de práticas e conceitos que acabaram por formar a parte do imaginário de toda uma sociedade.
Não podemos ler nas páginas de escrituras históricas e religiosas, centenas de menções a açoitamentos, flagelações e congêneres? Quem tendo lido crônicas da era vitoriana, apesar de toda a sua pretensa castidade social, não se perguntará como poderia haver um elenco tão grande de castigos corporais na escola e e em outras instiuições, inspirando nosso spanking? Como não relacionar nosso jargão “básico” (escrava, escravo, Senhor , Senhora…) com práticas de subjulgamento involuntário que perpassaram a história da humanidade e causaram como causam uma imensa repulsa em vários segmentos? Impossível.
Parece-me óbvio que uma nova modalidade de submissão merece um novo estatuto, colocando a vonluntariedade como um elemento central, uma diretriz que nos faria (e faz) poder distinguir com clareza o valor das palavras Senhor(a), escravo(a) e as práticas imemoriais que mencionamos acima, não mais na antiga simbologia da servidão mas de outra que é entregue, perpassa a função sexual e , em casos de Transferência Total de Poder (Total Power Exchange – TPE), a totalidade da vida do submisso(a).
Obviamente a voluntariedade pode impor , e de fato o faz, limitações ao pleno poder, uma vez que acredito ser óbvio imaginar-se que ninguém em sã consciência predisponha-se a submeter-se à condutas e práticas que firam seus princípios e sanidade física e mental.
Portanto, além de voluntária, a submissão que se concede deve partir de balizamentos, inclusive éticos, que delimitem uma série de vadações/restrições que , em tese, garantam os pressupostos de sanidade e segurança expressos anteriormente, mutuamente acordados entre o Dominante e o submisso. Ao acordo estabelecido nessas bases de mútua concordância, chegou-se à elaboração do conceito de CONSENSUALIDADE. Essa elaboração teórica surge das listas de discussão nos EUA, consubstanciada na  famosa tríade Sane, Safe and Consensual (São , Seguro e Consensual), o nosso famoso SSC.
CONSTRUINDO A CONSENSUALIDADE
Muitos conceitos são tão utilizados que acabam por perder seu significado mais profundo, sua real concepção. O termo “consensual”, na ótica BDSM, foi um dos termos com os quais ocorreu essa perda. Para uma visão comum do termo, recorramos ao dicionário no nosso caso, o Aulete Digital:
(con.sen.so)
sm.
1  Concordância de idéias, de opiniões
2  Senso comum: De acordo com o consenso popular, trabalhar demais cansa.
3  Aprovação, consentimento: Esperava o consenso do chefe ao seu pedido.


[F.: Do lat. consensus,us.]
Consenso das gentes
1   Rel.  Fato de haver crença na divindade nas diversas religiões dos povos, considerado como prova consensual da existência de Deus.


Consenso mútuo

1  Acordo ou consentimento pleno de todas as partes envolvidas em um negócio, contrato etc., e que é condição para que estes sejam realizados ou desfeitos; consentimento mútuo, mútuo consenso


Mútuo consenso
1  O mesmo que consenso mútuo


“Negritei” a parte da definição que acredito ser muito adequada ao nosso caso. Desde que Wanda exigiu de Severin um contrato que lhe prendia à Domme, é usual em nosso meio um contrato, formal ou não, que determina algumas obrigações e algumas normas de conduta.  Está convencionado, portanto, as obrigações do submisso e os limites do Dominante. Limites do Dominante? É aqui que começam os problemas.
CONSENSO: A ARTE DA NEGOCIAÇÃO VERSUS O PODER ILIMITADO
Consenso não é feito por qualquer tipo de imposição e é bom que se deixe claro esse fato. O que é imposto não é pode ser base da ação consensual. Dessa maneira, quando dizemos que há um consenso dentro de uma relação BDSM, deveríamos estar dizendo que , livremente, as partes concordaram em balizar o relacionamento da forma que está documentado.
Sem considerar certo ou errado, não é a questão de julgar, essa concepção implica, como já dizemos, em limites ao Dominante. Opa! Como assim? O Dono(a) não é um plenipotenciário? Se nos atermos à rigidez do vocábulo “consenso”, não.
Para chegar ao acordo, tanto submisso como Dominante definiram marcos, cederam, concordaram de maneira livre e chegaram à uma concepção do relacionamento que queriam. Será que é isso que muitos Dominantes pensaram em viver quando vieram para o BDSM? Com certeza, não.
Isso não quer dizer que o SSC e o próprio consenso esteja ferido de morte, de forma alguma. No entanto, para aqueles que não comungam dessa aceitação da limitação da ação da ação do Dominante, o que fazer?  E de outra parte, como o submisso(a) pode sentir-se minimamente confiante de que terá sua integridade respeitada? Mesmo sendo essa garantia apenas algo “teórico” , melhor isso do que nada.
Há alternativa? Acredito que sim.
AS  QUESTÕES GERAIS DA REGULAÇÃO
Todos nós experimentamos em nossas vidas diárias, o resultado do contato com a diversidade de pessoas: com algumas nos afinamos, com outras não; com algumas, estabelecemos relacionamentos variados e intensos, com outras, convivemos em ambientes determinados e em momentos específicos, convivendo harmoniosamente; com algumas pessoas, podemos fazer acordos, com outras, não e por aí vai. As relações BDSM compartilham da diversidade de tipos humanos mas devem contemplar princípios básicos que devem servir de baliza à quem se propõe a vivê-lo.
Nesse aspecto, nenhuma corrente de regulação das relações SM discorda que suas práticas devem ser livres, sãs e seguras. Concordo com a “objeção” que via de regra se faz quanto á questão do que é sanidade já que essa questão importa em peculiaridades orgânicas e psicológicas que, certamente, são particulares de cada indivíduo. Acredito que como princípio geral, essa colocação é perfeita.
Como já tive oportunidade de afirmar em artigo sobre SSC, RACK e SSS é de RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA do Dominante, fazer uso das ferramentas que julgar necessárias (questionários, exames clínicos e etc) para ter clareza, de forma inequívoca, dos problemas físicos e psicológicos que o(a) submisso(a) esteja passando ou tenha passado, com vista adotar-se as condutas necessárias para a preservação da sanidade em amplo espectro daquele(a) que nos serve.
Também será de RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA do Dominante, acercar-se de conhecimentos práticos e teóricos sobre o que pretende executar em suas sessões, disponibilizando sempre os recursos necessários para caso de problemas e tendo consciência absoluta de que em suas mãos está depoisitada a sanidade do seu(sua) submisso(a), algo qe deve ser de fundamental importância para quem realmente preza quem o serve.
Outro aspecto muito importante que deveria estar no coração e na mente de qualquer Dominante, é sua relação com o(a) escravo(a). Não importa o que sua fantasia e Dele(a) comporte, se esses princípios forem observados, podemos ter tudo para que aconteça uma relação prazerosa e intensa.
Observados esses aspectos, podemos considerar a questão da superação do consenso em direção ao sensualismo.
SÃO, SEGURO E SENSUAL
A definição proposta não é minha mas de Klaus, conforme explicado no mencionado artigo sobre SSC, Rack e SSS. No entanto, a sua aplicação deve ter bases rígidas nos pressupostos que enlencamos nos paragrafos imediantamente acima.  A fronteira entre nossas fantasias, especialmente as sadomasoquistas , e a violência é muito estreito e não precisamos de muito para fluir de um lado para o “outro” e por isso é fundamental a vigilância.
O Sensual do SSS tem uma visão de prazer mútuo sem deixar de reconhecer e colocar em evidência a preponderância da vontade do Dono(a) sobre o submisso(a). A vontade do Dono(a) não é limitada, ao contrário, é um querer vigilante e atento, é um querer que sabe e que define, com precisão e responsabilidade aquilo que irá se fazer.
Exige do submisso(a) o que ele pode dar e dita estratégias claras para superação dos limites, para a experimentação e para que se tragam, ao contexto da relação, elementos que dêem um caráter sempre renovado á relação. Fundamentalmente, é uma proposta que encontra respaldo em Donos(as) amdurecidos(as) e consciente de suas funções e do que os guia. Não transfere, nem por concordância e nem por imposição, ao submisso o ônus das decisões sobre a adequação das práticas e dos limites mas traz para a mão do Dominante o completo controle da vida do submisso(a).
Portanto, acredito estar derrubada a principal questão levantada para objetar quanto aos marcos regulatórios sem se descambar para o falsa divisão de tarefas que algums propostas trazem e reclama, gosto de ressaltar tal fato, do Dominante uma ação responsável e consciente.
Ao submisso(a) cabe selecionar bem o(a) Dono(a) a quem deve servir com dedicação e empenho infinitos. Uma boa observação acerca desse processo foi escrita por Mater Eso em seu artigo sobre seleção de subs (clique aqui para ler).
Novamente reitero que esse artigo é uma pálida contribuição que não pretendeu fechar questão sobre esse elemento. No entanto, como já dito, a principal função desse blog é fomentar o debate. As manisfestações de todos serão bem vindos, independentemente do papel que ocupem.
Saudações BDSM!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A inexperiência do Top (Janus SW)

No artigo anterior, tecemos alguns comentários acerca de um ponto que se revestiu (artificialmente) de polêmica, ou seja, a inexperiência do sub. Hoje faremos uma reflexão sobre "o outro lado do chicote".
Quando comecei no BDSM, ouvi algumas vozes dizerem: "Ah... vc é Dominador! É fácil ser Dominador".  Não serei eu que começarei a hierarquizar as atividades do BDSM à ponto de afirmar que essa ou aquela posição é mais "fácil". Para mim, praticar BDSM é tarefa exigente, em qualquer posição que se ocupe.
No entanto, usarei essa frase pelo que ela revela: como muitas pessoas estão desinformadas sobre a exigência que paira sobre nossas cabeças e talvez sobre o que significa ser BDSMista.
No caso dos Dominadores e Dommes  (usarei o termo Dominador genericamente à partir de agora, representando qualquer um dos gêneros), o ingediente adicional é o da conseqüência dos atos, como veremos.
Não se pode deixar de ter em mente que  a sigla comporta diferentes práticas, diferentes exigências, diversas necessidades de conhecimento e... diversos riscos. Esses riscos devem ser entendidos multidimensionalmente, no viés físico mas , principalmente, no viés psicológico e emocional.
Isso traz conseqüências quando pensamos na questão da inexperiência dos Dominadores  e digo isso baseado na minha experiência como spanker que, obviamente, foi iniciante um dia. Evidentemente que cometi muitos erros, felizmente, todos reparáveis na medida do possível, sem nenhuma conseqüência mais grave.
Haveria uma "regra" a observar quando se deseja iniciar a prática de algo que sempre se quis fazer e nunca se fez? Não digo que seja regra mas costumo dizer que quando não se sabe algo deve-se "estudar", "observar" e "perguntar". Reflitamos um pouco sobre isso.

ESTUDAR
Para que se estude, existem vários sites, blogs e outros , na web. No entanto, aquela dica de sempre, falada por todos os que orbitam no "cyberespaço": sempre façam a crítica do material lido. Existem alguns sites que recomendo sem pestanejar como o Desejo Secreto e a Tollbar do Carcereiro (veja os endereços na nossa barrinha). Eles contém materias sérios e escritos por gente série, portanto, é uma fonte indispensável de pesquisa.
A leitura de uma técnica não é como ler uma receita do que fazer e pronto mas deve ser o momento no qual pergunta-se: "sou capaz de fazer? o que preciso para fazer? quais são os cuidados que preciso para fazer?". Quem já trabalhou desde uma cozinha até uma gerência sabe o que é isso: PLANEJAMENTO!!!
Planeje sua nova prática, veja quais são os potenciais riscos, como minimizá-los, quais as providências a tomar  etc. Mesmo que algumas correntes tresoloucadas digam de uma "responsabilidade compartilhada", não se engane Dominador, a responsabilidade sempre será SUA, INTRANSFERÍVEL.  Falaremos sobre isso mais tarde.

OBSERVAR

Você, Dominador, freqüenta um clube BDSM com sua submissa ou sem? Eis uma excelente oportunidade para praticar o segundo item do nosso binômio, o observar.
Responda sinceramente:  quantas vezes, seja na sua vida "civil" ou no "meio", muitas idéias não vieram à sua cabeça quando viu alguma prática sendo feita? Muitas vezes, não é verdade? Pois então! Há uma grande oportunidade para, de posse das informações iniciais, vê-las colocadas em prática por pessoas mais experientes.
Atente aos detalhes técnicos mas também aos comportamentais. Como o Dominador se porta em determinado momento e em determinada prática? Quais são os acessórios e outros "elementos" que ele tem à mão, inclusive para o caso de uma emergência. Um exemplo: sempre é interessante que se tenha por perto uma tesoura, faca, estilete ou qqer coisa cortante quando se pratica amarrações, para o caso de ter de cortar as cordas em uma emergência. Isso é um aprendizado importante.
Outro exemplo: a prática do "tramppling". Apesar de ser uma prática proibida para mim , dado meu peso e altura, não deixo de observar que a pratica, onde pisar, que áreas evitar etc. Quem sabe um dia eu emagreça muuuuuito (porque de altura não vou diminuir mesmo) e consiga praticar (coitadinha da minha nathalie!!!!). No entanto, as informações básicas já estão adquiridas e junto com o estudo, já fazem uma "massa crítica" super importante para nossa futura prática.  Agora discutamos o último item do trinômio.

PERGUNTAR
Não há um grande número de Dominadores que se recusem a comentar sobe suas práticas. Vamos e convenhamos: há maior orgulho para quem faz algo (e bem feito), do que ser reconhecido? Olha, te digo, faz um bem danado para o ego!!! Acredito também que além de reconhecido, a maioria tenha grande boa vontade em compartilhar aquilo que aprendeu ao longo da trajetória, assim como outros fizeram com ele dia desses.
Portanto, não tenha vergonha de perguntar! Colete o máximo de informações possíveis para formar a sua própria "base de conhecimento" e aplique-o com cuidado!
Além disso , tenha certeza, você terá um novo amigo(a)! Quer coisa melhor do que isso?

MAS VOCÊ E SUA(SEU) SUBMISSO(A) FAZEM OU NÃO FAZEM UMA DUPLA?
Opa! A "temperatura" da conversa subiu de repente? O chicote virtual ameaçou estalar? Nada disso! Isso é recurso de articulista para chamar a atenção.
No entanto, ela começa a apontar uma questão que você enquanto Dominante deve ter em mente:  por mais que haja uma relação D/s entre vocês, é importante ouvir o que o bottom tem a dizer sobre a prática que vocês se propuseram a fazer. Afinal, aperfeiçoamento se faz à partir de "feedback", não tem jeito mesmo!
Reservem algum momento para conversar sobre as sensações, dúvidas, dores , prazeres e etc e veja se há algo a mudar ou , inclusive, melhorar ainda mais. No meu caso, esses "feedbacks" ocorrem depois da sessão, logo depois daquele momento que vcs querem é mesmo ficarem juntos. Posso dizer que vale muito a pena.

TOMA QUE A RESPONSABILIDADE É SUA!
Com todo respeito à quem é adepto do RACK (Risk Aware Consensual Kink), essa história de compartilhar responsabilidades com o (a) submisso(a) é história da carochinha, história para aliviar a "barra" do Dominante.
Na minha concepção, muito do que acontecer de bom e tudo que acontecer de ruim é responsabilidade pessoal e intrasferível do Dominante. Parece até patético que o plenipotenciário Dominante de repente diga: "olha a culpa também é dele/dela! .
Portanto, Senhores e Senhoras, convém tomar, além do primeiro passo, algumas outras medidas:


NA DÚVIDA, NÃO FAÇA



 Não sabe se a resposta do bottom será adequada em caso de alguma prática? Deixe-a para depois! Melhor é investigar mais à fundo e depois fazer. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal à ninguém.


NÃO SUBSTIME O RISCO DE SUBSPACE


Esteja sempre atento às reações de seu bottom. Ao menor sinal de subspace, tome as providencias relativas à esse momento e só prossiga quando tiver plena certeza de que há uma "volta".


ESTEJA ATENTO, SEMPRE!


 Mesmo isso sendo um grande momento de prazer, não desconecte-se por completo das reações de seu sub, por menores que sejam. Mudanças de tonalidade de pele além do que deveria, respirações demasiado fora do padrão, mudança de temperatura, enfim, uma série de indícios podem indicar que algo não vai bem. Não substime e nem ao menos desconsidere esses sinais.  E na dúvida, lembre-se do primeiro tópico dessas dicas.


SEU BOTTOM, SEU TESOURO: CUIDE BEM DELE(A)! 


Se isso é verdade, bem além das palavras, então a melhor medida que você tem a tomar é preservar a integridade física e psicológica de seu menino ou sua menina. Informe-se, cuide de si mesmo e dele(a) com todo o respeito que ambos merecem. Avançar fronteiras é sempre importante e engrandecedor mas isso tem de ser feito com cuidado e principalmente com RESPEITO.


O QUE É GRANDE, JÁ FOI PEQUENO -


Não é desdouro à ninguém ser um Dominante com um repertório limitado de práticas. Não tenha ansiedade e não tente "abraçar o mundo" . Uma prática bem feita vale por milhões de práticas desastradas. Pode acreditar, seu(sua) submisso(a), agradece.
É claro que não pretendi dar lições à ninguém e muito menos esgotar o assunto. Essas observações são fruto de uma prática que acertou mais do que errou mas sempre ensinou.

Boa sorte e boa sessão para todos, experientes e novatos!

Que mal há na inexperiência? (Parte 1: “Bottoms”) - Janus SW

Existem coisas que ao longo da minha não tão longa experiência no BDSM, sempre me fizeram pensar. Uma delas é a questão da inexperiência, principalmente quando se refere à submissas(os).
Inexperiência já foi argumento que diversos e diversas colegas para declinarem do encoleiramento de vários submissos, sob o argumento que há uma “indefinição do que se quer e se realmente deseja-se a submissão nos moldes que preceituo”.
Isso faz sentido? Evidentemente que faz todo o sentido do mundo e cada um sabe muito bem onde lhe aperta o calo. No entanto, há um outro significado para a inexperiência, algo que possa ser um elemento mais positivo do que negativo a pesar na balança.
Desconhecer algo , seja o que for, é uma oportunidade para que um aprenda e outro tenha a oportunidade de ensinare , em processo cíclico, reaprender uma nova forma de se fazer o que nos dá tanto prazer.
Eu sou um dos que acredita que existam tantos “BDSM” quanto existam praticantes. Mesmo tendo a liturgia como norteador, fica praticamente impossível não adaptar princípios, criar novas formas de se fazer algo, amoldar o fazer à forma que ambos concebem e praticam o BDSM. Tenho muita dificuldade em pensar em um “meio” e uma prática (mais essa do que o meio) estanque e imutável, “receitinha de bolo” sem qualquer sabeor especial e particular.
Nesse sentido, há uma grande possibilidade para os Doms e Dommes amoldarem seus “bottoms” da forma que desejam e, num segundo momento, ambos avançarem do geral, global, para o específico , particular de ambos.
Pode-se , portanto, pensar na inexperiência do submisso como ter em mãos uma argila que se molda no nosso conceito e que aponta, no futuro, à um BDSM à quatro mãos. Agora, quais os requisitos para que um Dominador/Domme, tome em suas mãos tão agradável tarefa? Responsabilidade.
Em tempos que se atiram crianças pelas janelas, aceitar e tomar em mãos a submissão concedida por um “Bottom” é algo que nos deve revestir de um senso de responsabilidade imenso. Ninguém deve dizer desconhecer a complexidade dos riscos envolvidos, ou melhor, da capacidade que temos em deixar marcas indeléveis na pessoa abusada e cuja submissão, sua melhor dádiva, foi mal usada.
Se conseguimos ter a percepção dessa responsabilidade, o papel de condutores, professores, enfim o que for, pode-nos ser mais uma fonte de prazer e satisfação tanto para os Tops como para os Bottoms.
Para os bottoms porque sentem que o fato de serem escravos não lhes tira a dignidade no servir, o respeito por suas mentes e corpos, por mais diversas que sejam as práticas; aos Tops, além da satisfação do serviço prestado por seus Bottoms serem os mais perefeitos possíveis, logo percebe que no afã de propiciar o melhor para o treinamento de seus submissos, eles também cresceram e aperfeiçoaram sua prática e sua condição de Tops.
Portanto, um sub inexperiente não é necessariamente aquele que não sabe servir, até porque o servir, ao meu ver, deriva de entregas mais profundas e significativas que estão escritas naquilo que são, pensam e sentem mas são servos e servas que almejam a condução de seus Donos e Dommes e , através dessa segurança, melhor servirem.
Como já dissemos, essa interação que se faz durante o educar reforça os laços de confiança, certeza de que o Top coloca seus subs em destaque dentro de suas preocupações, algo imprescindível para a boa convivência.
Resumindo esse breve texto, diria que treinar um Bottom inexperiente é um momento singular na vida de um Dominador ou Domme. Algo que é altamente recompensador e prazeiroso.

Saudações à todos

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Educação dos Sentidos agora em livro eletrônico


Para quem já leu, uma  boa notícia e para quem ainda não conhece, uma novidade: de setembro de 2009 a janeiro de 2010, publicamos uma série de ficção chamada "A educação dos sentidos" composta de 16 capítulos.
Com o intuito de facilitar a leitura, compilei os 16 capítulos em um arquivo PDF que pode ser baixado gratuitamente no Scribd junto com outros textos do Mundo de Janus.
Para acessar o arquivo da Educação dos Sentidos, basta clicar aqui.

Boa leitura!!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Total Power Exchange (TPE) – Tradução: Janus SW

Power exchange (Troca de Poder ou chamada de Troca Erótica de Poder) refere-se a um submisso que transfere toda a autoridade para a responsabilidade do dominante. Pode ser aplicada à cenas individuais ou para toda a forma de relacionar-se um com o outro em todos os seus aspectos. A troca de poder pode aplicada a aspectos individuais como fazer amor ou finanças, até transferir toda a responsabilidade parauma pessoa  ou para um grupo dentro de uma perspectiva poliamorista. Freqüentemente é encontrada relação com o BDSM mas não é restrito à ela.
A troca de poder é uma dinâmica que envolve tanto corpo como mente, criando uma combinação entre os parceiros para criar um balanço entre o que consideram erótico e satisfatório.
Na forma mais familiar, a troca de poder é uma ocorrência espontânea entre os dois amantes. O espectro do compromisso na troca de poder BDSM varia de uma cena momentânea, passageira e bem definida, para uma forma testemunhada, o encoleiramento formal com uma concordância para governar toda a vida do submisso.
TROCA DE PODER ESPONTÂNEA
Poucos casais não experimentaram, pelo menos, alguma forma leve de troca de poder, como, por exemplo, jogar o parceiro na cama depois de um seqüestro simulado, brincando com vendas ou chamando o outro de “Mestre” ou “Dona” em uma cena de 10 minutos.
uma pessoa pode desejar e conscientemente abrir mão de sua autonomia, ou da dinâmica do poder pode surgir da química interpessoal na qual nenhuma decisão consciente é feita. Esse poder pode manifestar em uma infindável variedade de dinâmicas de relacionamento.
A troca de poder do BDSM começa em um nível suave com uma diferença: os parceiros entendem o que eles estão fazendo e consentem com isso.
A TROCA DE PODER PARA UMA CENA BDSM
Na sua forma mais básica, a troca BDSM pode acontecer em bases momentâneas, as quais podem ser tão simples como chamar o outro de “Senhor” ou “Senhora” durante uma sena ou atividade D/s especificamente criada para que essa troca possa ocorrer.
No nível psicológico, em muitas das atividades BDSM , existem limites na força que um dominante tem sobre seu submisso, tais como palavras de segurança (safeword), limites de tempo e/ou entendimentos explicitamente negociados do que é aceito. No BDSM “são, seguro e consensual” esses limites são sempre negociados. Após a play, os participantes podem discutir suas limitações físicas e psicológicas, estabelecer as palavras de segurança (que sinalizarão o fim da cena) e trabalhar as cenas nas quais se engajarão.
TROCA DE PODER POR TODA A VIDA
Algumas pessoas querem viver, conscientemente, em um relacionamento com trocada de poder, onde os parceiros fazem um arranjo que cobre todas as responsabilidades e deveres do submisso (s) e Dominante que tem a intenção de ser um comprometimento de longo prazo. Algumas relações de serviço são entendidas como de duração apenas enquanto o submisso mantenha seus padrões de performance.
Essa necessidade não incorpora quaisquer aspectos do BDSM, todavia existe quando um submisso deseja dar a responsabilidade de certos aspectos do seu estilo de vida ao Dominante. Algumas vezes, o arranjo de um relacionamento de troca de poder BDSM, envolve um encoleiramento formal, testemunhado, com um acordo sobre quais aspectos da vida do submisso o Dominante irá dirigir.
Muitas pessoas desejando um relacionamento baseado na troca de poder, rejeitam negociações extensas e dispensam o uso de palavras de segurança, preferindo aceitar um risco maior e facilitar uma interação mais “natural”. O conflito entre a necessidade do risco e a de estabelecer limitações e segurança, é o centro das controvérsias entre SSC e RACK.
QUANDO A TROCA DE PODER TORNA-SE “TOTAL”
Na sua forma mais intensa um submisso dá sua autonomia ao seu Dominante para governar todos os aspectos de sua vida. Essa forma de troca de poder geralmente é referida como Total Power Exchange (Troca de Poder Total) ou TPE, apesar de que essa expressão estava caindo em descrença porque é raro que uma troca de poder seja total. Nesse caso, e dependendo da interpretação de cada parceiro, todas as responsabilidades e decisões, em limites negociados e pré-definidos são dados pelo submisso ao Dominante. TPE tem lugar mais frequentemente na relação Mestre/escravo.
Talvez estranhamente, os acordos formais, especialmente os escritos, não são comuns no TPE. Isso é justificado na perspectiva que não há nenhum aspecto na vida do submisso que NÃO SÃO governados pelo dominante. Todavia, um entendimento entre as partes para o Dominador prover uma presença de vida toda na vida do submisso é necessário e é algumas vezes acompanhado por um encoleiramento formal. Os escaravos encoleirados têm responsabilidades e obrigações que variam de moderado à um gerenciamento extremo.
TIPOS DE CENAS DE TROCA DE PODER
AGEPLAY (CENA DE IDADE)
Nesse tipo de relação, uma pessoa finge ser um bebê, criança ou adolescente.
PROFESSOR/ESTUDANTE
Uma cena envolvendo açoitamento (floggin) ou sexo manipulativo.
ADESTRADOR E ANIMAL
Uma cena onde o submisso finge ser ou é forçado a agir como cão ou animal.
MESTRE/ESCRAVO
Momentos onde o Dono e o escravo interagem com vistas ao prazer mútuo.
TIPOS DE TROCA DE PODER TOTAL
CABEÇA DO CASAL
Muito próximo do casamento “tradicional” esse tipo de relacionamento que existem em muitas casas baunilha (pense na frase “quem veste as calças”). Ele está listado nesse site porque um relacionamento desta forma é conscientemente consensual, que envolvem ou são impostas ao outro parceiro.
DISCIPLINA DOMÉSTICA (DD)
Um relacionamento DD saudável mantêm-se porque um dos parceiros deseja ser disciplinando pelos outros e o outro deseja disciplinar, onde a disciplina é feita para o bem do outro parceiro ou da parceria em si. O propósito é diminuir os conflitos e promover harmonia, respeito mútuo e uma conexão mais próxima dos parceiros.
PAPAI/GAROTINHA OU PAPAI DOMINADOR
Um relacionamento dinâmico onde um dos parceiros toma uma posição reconhecidamente paterna com o outro parceiro. Aqui encontra-se uma diferença de idade mais notável do que em outros mas isso não significa que haja, de fato, uma diferença real de idade : o “pai” pode ser mais novo que “a menininha”. Confusamente, o “Papai Dominador” pode se ruma mulher mas na maioria dos relacionamentos heterossexuais, eles se referem com termos Mamãe/menino.
Dominante/submisso (D/s)
De acordo com algumas definições, todas as relações de trocad de poder são Dominante/submisso, exceto aqueles nde as partes normalmente trocam de posição (switcher). Um foco mais estreito do significado do relacionamento D/s, todavia, é o de pessoas que concordam em que um tem uma posição de domínio entre os outros.
TROCA DE PODER TOTAL (TOTAL POWER EXCHANGE – TPE) OU TROCA ABSOLUTA DE PODER (ABSOLUTE POWER EXCHANGE – APE)
Uma troca de poder extrema, usualmente usada como sinônimo de Mestre/escravo. Esse termo é mais frequentemente usado quando o submisso retém propriedade , agindo de moto própriio mas seguirá todas as ordens do Dominante.
Mestre/escravo (Master/Slave – MS)
Uma extrema forma de troca de poder, onde um parceiro considera o outro propriedade do outro, em todo o significado da prática. Apesar de ser dita como um grande negócio, é realmente raro devido ao alto nível de compromisso que o Mestre (Dono) e a profunda dependência que o escravo (Propriedade) deve estar pronto para aceitar.
(Fonte: http://www.londonfetishscene.com/wipi/index.php/Power_exchange)