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segunda-feira, 29 de junho de 2009

A inexperiência do Top (Janus SW) / The Top´s inexpirience (by Janus SW)

Abstract:

The Top´s inexperience can be dangerous to the bottom during pratice. But is not due this fact that the Top´s development in BDSM will be jeopardized and three suggestions can be the key to overcome the obvious handicaps: 1. To study the BDSM, keeping an eye on the best sites and theories about the pratices learning about the potential dangers involved, allowing the planning of each step in the pratices; 2. To observe the pratices in clubs and other places; 3. To ask the skilled BDSMist to learn with experience in order to have a full scenario of the risk and challenges involved.
The author believes that the true partnership that must exist beetween the Top and the bottom can be an enormous gain to the pratice and life in BDSM and also believes that is a duty of the Master to insure that the health and safety standarts are observed both in the Master's and submissive behalf.

No artigo anterior, tecemos alguns comentários acerca de um ponto que se revestiu (artificialmente) de polêmica, ou seja, a inexperiência do sub. Hoje faremos uma reflexão sobre "o outro lado do chicote".

Quando comecei no BDSM, ouvi algumas vozes dizerem: "Ah... vc é Dominador! É fácil ser Dominador". Não serei eu que começarei a hierarquizar as atividades do BDSM à ponto de afirmar que essa ou aquela posição é mais "fácil". Para mim, praticar BDSM é tarefa exigente, em qualquer posição que se ocupe.

No entanto, usarei essa frase pelo que ela revela: como muitas pessoas estão desinformadas sobre a exigência que paira sobre nossas cabeças e talvez sobre o que significa ser BDSMista.

No caso dos Dominadores e Dommes (usarei o termo Dominador genericamente à partir de agora, representando qualquer um dos gêneros), o ingediente adicional é o da conseqüência dos atos, como veremos.

Não se pode deixar de ter em mente que a sigla comporta diferentes práticas, diferentes exigências, diversas necessidades de conhecimento e... diversos riscos. Esses riscos devem ser entendidos multidimensionalmente, no viés físico mas , principalmente, no viés psicológico e emocional.

Isso traz conseqüências quando pensamos na questão da inexperiência dos Dominadores e digo isso baseado na minha experiência como spanker que, obviamente, foi iniciante um dia. Evidentemente que cometi muitos erros, felizmente, todos reparáveis na medida do possível, sem nenhuma conseqüência mais grave.

Haveria uma "regra" a observar quando se deseja iniciar a prática de algo que sempre se quis fazer e nunca se fez? Não digo que seja regra mas costumo dizer que quando não se sabe algo deve-se "estudar", "observar" e "perguntar". Reflitamos um pouco sobre isso.

ESTUDAR

Para que se estude, existem vários sites, blogs e outros , na web. No entanto, aquela dica de sempre, falada por todos os que orbitam no "cyberespaço": sempre façam a crítica do material lido. Existem alguns sites que recomendo sem pestanejar como o Desejo Secreto e a Tollbar do Carcereiro (veja os endereços na nossa barrinha). Eles contém materias sérios e escritos por gente série, portanto, é uma fonte indispensável de pesquisa.

A leitura de uma técnica não é como ler uma receita do que fazer e pronto mas deve ser o momento no qual pergunta-se: "sou capaz de fazer? o que preciso para fazer? quais são os cuidados que preciso para fazer?". Quem já trabalhou desde uma cozinha até uma gerência sabe o que é isso: PLANEJAMENTO!!!

Planeje sua nova prática, veja quais são os potenciais riscos, como minimizá-los, quais as providências a tomar etc. Mesmo que algumas correntes tresoloucadas digam de uma "responsabilidade compartilhada", não se engane Dominador, a responsabilidade sempre será SUA, INTRANSFERÍVEL. Falaremos sobre isso mais tarde.

OBSERVAR

Você, Dominador, freqüenta um clube BDSM com sua submissa ou sem? Eis uma excelente oportunidade para praticar o segundo item do nosso trinômio, o observar.

Responda sinceramente: quantas vezes, seja na sua vida "civil" ou no "meio", muitas idéias não vieram à sua cabeça quando viu alguma prática sendo feita? Muitas vezes, não é verdade? Pois então! Há uma grande oportunidade para, de posse das informações iniciais, vê-las colocadas em prática por pessoas mais experientes.

Atente aos detalhes técnicos mas também aos comportamentais. Como o Dominador se porta em determinado momento e em determinada prática? Quais são os acessórios e outros "elementos" que ele tem à mão, inclusive para o caso de uma emergência. Um exemplo: sempre é interessante que se tenha por perto uma tesoura, faca, estilete ou qqer coisa cortante quando se pratica amarrações, para o caso de ter de cortar as cordas em uma emergência. Isso é um aprendizado importante.

Outro exemplo: a prática do "tramppling". Apesar de ser uma prática proibida para mim , dado meu peso e altura, não deixo de observar que a pratica, onde pisar, que áreas evitar etc. Quem sabe um dia eu emagreça muuuuuito (porque de altura não vou diminuir mesmo) e consiga praticar. No entanto, as informações básicas já estão adquiridas e junto com o estudo, já fazem uma "massa crítica" super importante para nossa futura prática. Agora discutamos o último item do trinômio.

PERGUNTAR

Não há um grande número de Dominadores que se recusem a comentar sobe suas práticas. Vamos e convenhamos: há maior orgulho para quem faz algo (e bem feito), do que ser reconhecido? Olha, te digo, faz um bem danado para o ego!!! Acredito também que além de reconhecido, a maioria tenha grande boa vontade em compartilhar aquilo que aprendeu ao longo da trajetória, assim como outros fizeram com ele dia desses.

Portanto, não tenha vergonha de perguntar! Colete o máximo de informações possíveis para formar a sua própria "base de conhecimento" e aplique-o com cuidado!

Além disso , tenha certeza, você terá um novo amigo(a)! Quer coisa melhor do que isso?

MAS VOCÊ E SUA(SEU) SUBMISSO(A) FAZEM OU NÃO FAZEM UMA DUPLA?

Opa! A "temperatura" da conversa subiu de repente? O chicote virtual ameaçou estalar? Nada disso! Isso é recurso de articulista para chamar a atenção.

No entanto, ela começa a apontar uma questão que você enquanto Dominante deve ter em mente: por mais que haja uma relação D/s entre vocês, é importante ouvir o que o bottom tem a dizer sobre a prática que vocês se propuseram a fazer. Afinal, aperfeiçoamento se faz à partir de "feedback", não tem jeito mesmo!

Reservem algum momento para conversar sobre as sensações, dúvidas, dores , prazeres e etc e veja se há algo a mudar ou , inclusive, melhorar ainda mais. No meu caso, esses "feedbacks" ocorrem depois da sessão, logo depois daquele momento que vcs querem é mesmo ficarem juntos. Posso dizer que vale muito a pena.

TOMA QUE A RESPONSABILIDADE É SUA!

Com todo respeito à quem é adepto do RACK (Risk Aware Consensual Kink), essa história de compartilhar responsabilidades com o (a) submisso(a) é história da carochinha, história para aliviar a "barra" do Dominante.

Na minha concepção, muito do que acontecer de bom e tudo que acontecer de ruim é responsabilidade pessoal e intrasferível do Dominante. Parece até patético que o plenipotenciário Dominante de repente diga: "olha a culpa também é dele/dela! .

Portanto, Senhores e Senhoras, convém tomar, além do primeiro passo, algumas outras medidas:

  • NA DÚVIDA, NÃO FAÇA - Não sabe se a resposta do bottom será adequada em caso de alguma prática? Deixe-a para depois! Melhor é investigar mais à fundo e depois fazer. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal à ninguém.
  • NÃO SUBSTIME O RISCO DE SUBSPACE - Esteja sempre atento às reações de seu bottom. Ao menor sinal de subspace, tome as providencias relativas à esse momento e só prossiga quando tiver plena certeza de que há uma "volta".
  • ESTEJA ATENTO, SEMPRE! - Mesmo isso sendo um grande momento de prazer, não desconecte-se por completo das reações de seu sub, por menores que sejam. Mudanças de tonalidade de pele além do que deveria, respirações demasiado fora do padrão, mudança de temperatura, enfim, uma série de indícios podem indicar que algo não vai bem. Não substime e nem ao menos desconsidere esses sinais. E na dúvida, lembre-se do primeiro tópico dessas dicas.
  • SEU BOTTOM, SEU TESOURO: CUIDE BEM DELE(A)! Se isso é verdade, bem além das palavras, então a melhor medida que você tem a tomar é preservar a integridade física e psicológica de seu menino ou sua menina. Informe-se, cuide de si mesmo e dele(a) com todo o respeito que ambos merecem. Avançar fronteiras é sempre importante e engrandecedor mas isso tem de ser feito com cuidado e principalmente com RESPEITO.
  • O QUE É GRANDE, JÁ FOI PEQUENO - Não é desdouro à ninguém ser um Dominante com um repertório limitado de práticas. Não tenha ansiedade e não tente "abraçar o mundo" . Uma prática bem feita vale por milhões de práticas desastradas. Pode acreditar, seu(sua) submisso(a), agradece.

É claro que não pretendi dar lições à ninguém e muito menos esgotar o assunto. Essas observações são fruto de uma prática que acertou mais do que errou mas sempre ensinou.

Boa sorte e boa sessão para todos, experientes e novatos!

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

domingo, 28 de junho de 2009

Nós REALMENTE amamos o BDSM - Janus SW

Dizem que recordar é viver e por isso lembra-se de alguém ou de algo. Sabem que às vezes lembar-se traz uma incrível dose de dor junto com a nostalgia? E é interessante notar que não apenas sofre-se por aquilo que foi perdido com relação à pessoas, lugares e momentos da vida, principalmente quando isso possa significar uma perda difinitiva de alguém.
Na minha visão, a pior perda que se pode ter em qualquer setor de atividade ou mesmo da vida, é a perda da inocência. Quer um exemplo: se você é uma pessoa de alguma estrada no BDSM, consegue lembrar-se do que pensou nas primeiras ou na primeira vez que ouviu falar no meio? Tenho certeza que além da excitação, uma frase do tipo, "nossa encontrei uma expressão sexual que diz respeito a mim desde que eu me lembro por gente sexualizada" ou algo que o valha.
Pois é! Estava resgatando um dos primeiros e-mails que escrevi sobre o BDSM a uma querida amiga e não sabia se ria ou se chorava o ler que estava escrito que eu considerava o BDSM "uma forma superior de expressão sexual" e discorria enfaticamente sobro o porquê de querer cada vez mais me expressar sexualmente nessa corrente.
Era uma postura inocente,sem a menor dúvida. Não podemos esquecer que como em qualquer atividade, o BDSM é composto de pessoas com histórias individuais, coletivas, familiares totalmente díspares, muitas vezes conflituosas que por motivos outros que imaginam nossa vã filosofia, resolvem-se arranajar como switcheres, Dom/Dommes, subs homens e mulheres ou todas as combinações maravilhosas possíveis.
No entanto, surge uma questão: como lidar com "o lado escuro da força"? Com encarar a nossa relação com o outro, independentemente em qual posições ocupemos? Como deixar de estar emocional e afetivamente envolvidos (apaixonados????) para ver no outro um ser humano comum, suscetível a erros mesmo que os idolatremos e nos coloquemos em dedicada reverência? Como ousar , principalmente no caso dos subs, dizer não aos nosso Donos(as), Mestres(as), Senhor(as) quando o nosso intelecto e a nossa emoção indica um risco que coloca nossas vidas em questão?
Como acreditar, piamente, que alguém com um chicote, corda, lâmina , o que quer que seja, jamais nos ameaçará a segurança, será um SSC, RACK, SSS competente a ponto de não deixar-se levar pela excitação do momento, pelas condições particulares de uma sessão ou de um momento específico de suas vidas onde o descontrole seja possível e que não cair nele é questão de "bom senso" seja o que o bom senso venha a ser?
Como sentir-se confortável em um meio leniente com quem causa um sofrimento definitivo nos corpos e mentes de seus bottoms a ponto de , em tese, não mais suportarem essas dores e tomarem decisões radicais? Porque calar quando, claramente, estão em risco as vidas de nossos amigos e amigas e meio e amanhã,sabe-se lá, podemos fazer parte, como algozes ou como vítimas de tal rol?
Algumas dessas questões fariam qualquer pessoa recuar, desistir e sair do meio. Ficamos porque realmente gostamos do BDSM e nos revestimos de uma crença absoluta que nada vai nos acontecer, uma atitude até certo ponto temerária, às margens da insanidade. Ficamos porquê temos (ou deveríamos) ter clareza de quem são nosso parceiros, submissos(as) e Dominantes, de que podemos confiar que eles zelarão por nós com o mesmo carinho, dedicação e respeito que servimos à eles.
Quem leu e lê meus artigos escritos na fase JB sabe muito bem que sou um ardente defensor da entrega da coleira e advogo esse método como o mais eficaz, senão único, do submisso fazer-se entender em suas necessidades não atendidas, nas privações que passa e no sofrimento mental e físico que vai além do suportável e torna-se ameaçador da própria existência.
Também sabem que eu repilo esse tal de "bom senso" e advogo, com firmeza, um contato honesto, claro e aberto mas sempre respeitoso e consciente de suas posições, entre Tops e bottoms, até porque mandar (e bem mandar) , ter poder, não é apenas ter um título, um chicote nas mãos e uma boa dose da arrogância mas, repito-me, é ser ligitimado por quem ajoelha-se, entrega-se, esmera-se em ser o (a) melhor dos(as) submissos(as).
Uma amiga querida, submissa, dizia que não conseguia ser rigorosamente litúrgica por não entender como uma bottom não possa olhar seu Top nos olhos. Sinceramente, penso que os Tops que não olham seus bottoms nos olhos são um risco e perdem o melhor de tudo, um olhar entregue em devotada submissão, capaz de fazer mover rios e montes para atender aos desígnios de seu(sua) Dono(a) e Senhor(a), olhar submisso que é a grande riqueza e a grande força de quem se oferta em serviço inquestionável e ilimitado à quem serve.
Nós decididamente amamos o BDSM! Amamos a ponto de esquecermos de nós mesmos mas, peço-lhes encarecidamente que não façam esse sacrilégio de colocarem-se em ultimíssimo lugar.
Os Tops, que não se esqueçam que em suas mãos fortes e que seguem na trilha do aprendizado e da habilidade que se adquire, estão depositadas vidas, emocional e fisicamente carentes de condução forte mas sensível às necessidades deles e delas; aos bottoms que tambéem não se esqueçam que apesar de serem "peças, coisas, meninos e meninas" são pessoas inteiras que demandam, minimamente, o respeito de seus Tops, sem restrições e esperam que, os pessoas que devotadamente servem, sejam dignas de olhá-las com o mesmo olhar carinhoso que dedicam à eles , em outra perspectiva, obviamente, e que orgulhem-se e zelem por quem possuem.
Antoine de Saint-Exupery, o fantástico escritor francês, lavrou uma pérola que tornou-se até um lugar comum mas que é pouquíssimo pensada enquanto uma tremente carga de responsabilidade: "És eternamente responsável pelo que cativas". Espírito de Polyanna? Não acredito! Para mim, é uma essência que espalha gosto e perfume em qualquer que seja a relação.
Apesar de tudo , dá prazer afirmar: Nós, realmente, amamos o BDSM!!!
Saudações!!

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

Fetichismo - Nancy Friday (Parte 1)

Tenho feito minhas leituras acerca de aspectos que envolvem o mundo BDSM. Até que involuntariamente, acabei pegando o livro “Men in Love” , de Nancy Friday, na Biblioteca aqui de minha cidade. Considerei a abordagem extremamente interessante que pode ser o “pontapé inicial” de um belo debate entre os leitores.

Como o artigo é extenso, divido-o em partes. Boa Leitura.

Fetichismo (Nancy Friday, “Men In Love” , p. 177-193 – Tradução Janus SW)

“Mesmo que muito do meu pensamento atual deve-se creditar à Freud, algo em mim resiste ao seu determinismo de ferro. A criança é o pai do homem, sim – mas ondo os msitérios do temperamento, personalidade, e gênio individual entram? E sobre a aleatoriedade e a herança genética? Durante o segundo rascunho desse livro, eu perguntei à digitadora o que ela pensava sobre o material. Ela disse estar “chocada ao ver o quanto do que fazemos e sentimos pode ser ligado à infância”.
Compreendi o que dizia. Não é todo ser humano algo mais do que um trem de brinquedo rodando em trilhos colocados na infância? Baseei minha vida vangloriando-me de ter “feito a mim mesma”. Em retrospecto, minha recusa em dar aos ensinamentos de Freud algum crédito era a evidência da determinação em ignorar, esquece, reprimir – escolha a palavra que quiser – meus primeiros anos e as inevitáveis humilhações e traumas. Os livros que tenho escrito são uma educação dolorosa mas escolhi escrevê-los e sobre assuntos cuja gênese remeta aos primeiros anos. Algo em mim quis entender as facetas do quebra-cabeças de meu próprio comprotamento, padrões da minha viada que nenhum acúmulo através da racionalização da minha idade adulta poderia explicar.
Especialmente sobre sexualidade, resistimos à noção que nossos medos e desejos são condicionados por eventos de desenvolvimento que ocorrem muito antes de ao menos pensarmos sobre nossos amantes atuais.As teorias de Freud sobre sexualidade infaltim foram um escândalo em Viena. Mesmo a classe médica virou-lhe as costas. Hoje, não gostamos de pensar nas crianças sentindo algo na área com talco localizada entre as pernas delas.

Quem quer render-se à lisonja implícita na noção que nossos caráteres foram esculpidos por nós mesmos em uma vida de granito? Esse é o caminho auto-administrado de volta ao bem-estar superficial: o preço é alto. Se tudo que nós fazemos é um ato de vontade consciente, porque tantos relacionamentos infelizes por razões que não sabemos nominar? Com explicamos as ansiedade sexuais e as culpas, padrões de erro que se repetem sempre e sempre do mesmo jeito? É o azar que é nosso inimigo – ou a falha é nossa?
Apesar de todo o meu desejo de acreditar na escolha espontânea feita pelas pessoas, e na espontainedade, e na eficácia de remediar a vida por si só – apenas os “insights” penetrantes da teoria psicanalítica são de alguma ajuda para desvendar os mistérios do fetichismo.

Roy

Sou podólatra. Eu amo pés descalos, sapatos, botas de salto alto e qualquer coisa pertinente aos pés femininos. A estória começa dessa forma: tanto quanto me lembre, minha mãe, uma bela mulher no início dos seus quarenta anos, dava-me “cavalgadas” em seus pés. Naquela idade ela não me afetava sexualmente, mas sempre sentia-me bem.
Aos treze ou quatorze anos, ela ainda me permitia a tal “cavalgada” mas tenho para mim que ela percebeu que eu não estava apenas brincando. Eu estava gozando no meu pijama. A razão, que agora sei, é de que quando a “cavalgada” terminava, ela me esfregava com ambos os pés, usualmente com seus belos sapatos pontudos de salto alto, esfregando seus pés no meu pênis e bolas me proporcionando mais prazer, então cama.
É desnecessário dizer que minha fantasia é ter quatro garotas ou mulheres no meu quarto, despindo-me e rolando no chão enquanto elas me chutam em todos os lugares vuneráveis até que elas me façam gozar tantas vezes quanto podia. Parece bizzaro? É verdade.

KIP

Tanto quanto me lembre, estive envolvido sempre com masturbação e fantasias. Lembro-me vestindo fraldas e calças plásticas e estou certo de estar deitado de “umbigo para baixo” e me masturbando contra o revestimento da fralda . Eu apreciava a atenção da minha mãe quando ela me segurava para fazer “weewee”. Lembro-me disso e do quanto era prazeroso. Lembro de levar uma fralda para a cama porque eu sugava a sua borda para dormir. A razão secreta , todavia, era que tão logo ficava sozinho, eu poderia deitar sob meu umbigo e com a fralda entre as pernas, sobre meu pênis.
De volta à infância: devo explicar que minha mãe tinha um guarda-roupa de vestimentas muito femininas mas também um grande número de aventais de borracha. Ela vestia os aventais em todos os trabalhos que envolvessem água e para cuidar de mim. Eu prestava muita atenção neles e lembro-os como especiais. Isso devido a conexão dos cuidados de minha mãe e do “weewee” quando minha mãe fazia ambos vestindo os aventais de borracha, quando fazia minha higiêne , limpando meu pênis, puxando a pele e limpando embaixo das gônadas e puxando a pele para que não houvesse a necessidade de circuncisão. Sempre ficava ereto durante essa performance e eu estou certo que ela apreciava virtualmente me masturbar, apesar que sua consciência pudesse causar alguns problemas à ela, e não me permitiram esfregar minhas pernas porque era indecoroso. Quando perguntei o porquê, deram-me a resposta que lembro-me apenas ter a ver com meninas e senhoras mas não entendi.
Apaixonei-me aos cinco, quando fui à educação infantil, com uma pequena e bela garota que eu admirava à distância e , quando perguntei para minha mãe se as garotinhas tem suas peles puxadas e ela explicou que garotas e mulheres adultas não tem um pênis – apenas um buraco. Fiquei profundamente chocado.
Meu pai flagrou me masturbando na cama e, preocupado, deu-me uma longa explicação sobre ela ser ruim para mim. Ele disse que poderia ferir-me e não era para rapazers pequenos fazer aquilo. Eu o entendi mal e pensei que apenas as menininhas faziam aquilo, o que me fez querer masturbar-me ainda mais.
Nesse mesmo tempo eu tive meu primeiro “orgasmo seco”. Eu concluí que as garotas e senhoras sentiam-se bem dessa forma todo o tempo e poderiam alcançar o sétimo céu do deleite, que acontecia quando elas vestiam aventais de borracha. Mas se eu continuasse a fazer essa coisa , que me fazia sentir ser tão bem, e era reservado para as garotas eu poderia ser mandado para o hospital onde uma enfermeira bonita, vestindo um vestido e avental de borracha, poderia me forçar a me masturbar e ter um orgasmo extremo (eu não poderia por aquilo em palavras). Então meu pênis desapareceria e eu me transformaria em uma garota. Eu temia e ao mesmo tempo desejava isso.

Essa fantasia me fez masturbar por anos, depois de vestir o avental de borracha de minha mãe ao mesmo tempo. Ela não parecia notar se eu o surrupiava de seu armário.

Em raras ocasiões , eu acidentalmente molhava a cama. Isso irritava muito minha mãe. Ela começava pela operação de limpeza e troca, depois eu era lavado e colocado em seu colo, sobre o avental de borracha para o spanking. Meu pênis em contato com o avental frio e úmido era maravilhoso; as palmadas tendiam a fazer que meu pênis se esfregasse contra o avental também.

Os aventais de borracha sumiram durante a guerra e eu me masturbava com uma bolsa de água quente de borracha cheia de água fria e com o gargalo dobrado para fazer cócegas entre o escroto e o ânus.

Eu conheci minha esposa quando tinha vinte e um anos e ela dezessete. Éramos ambos tímidos. Necessitei de muito esforço para encontrar a coragem para declarar-me à ela, ainda em poucos meses, nós estávamos masturbando um ao outro em qualquer oportunidade, e ela foi a primeira, última e única. Tenho a satisfação de dizer que aos quarenta e sete ela continua a ter o rosto e a figura que causa inveja a garotas com metade da idade dela.

Minha esposa nunca aderiu à idéia da borracha, apesar de que ela aceitou com suficiente boa vontade no começo – quando eu trouxe o seu primeiro avental de borracha. Tentei muito dar uma atenção especial quando ela o vestia para mim mas lentamente um ciúme dele desenvolvia-se; recentemente, tive algum sucesso em premiar com sexo oral e curti fazê-lo para ela sob a borda inferior do avental. A borracha e seus sucos tinha uma certa afinidade e similaridade (instintivamente eu tinha conhecimento disso enquanto criança).

As fantasias com borracha continuam comigo e quando minha esposa me masturbava eu fantasiava que garotas nuas vestindo aventais estavam fazendo isso ou que ela estava vestindo um fantástico vestido de noite de borracha ou que eu estava assistindo o Miss Universo em borracha e vendo garotas com aventais de borracha se masturbando e masturbando as outras.

Em outra fantasia, eu era solicitado a visitar uma casa em qualquer lugar e eu , surpreendentemente, era recebido por uma bela mulher vestindo um vestido de noite de borracha. Ela tornava claro que iria me seduzir.

Eu era muito viril e alcançava múltiplos orgasmos secos quando criança. Eu usava fantasias como essas quando eu tinha sexo com minha esposa, e isso tinha o efeito de realmente fazer-me durar mais e ficar no limite por mais tempo. Mesmo depois do gozo, eu podia permanecer semi-duro e continuar na carícia por um pouco mais.

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Como alguém poderia decidir fazer de um sapato ou uma fralda como a razão e a finalidade de sua sexualidade durante toda a sua vida? De onde esse gosto vem? Quando as quatro mulheres entram na fantasia de Roy (acima) nós vemos o porque de ele querer vesti-las de sapatos “sexy” e meias como uma forma de explicitação do seu imaginário – mas porque ele chega ao orgasmo não pelo contato com a vagina delas mas com seus pés? Qual é a força do fetiche?

Existem duas escolas de pensamento na área de psiquiatria nessa matéria. Devo alertar os leitores que ambas parecem bizarras e como alguma delas poderá explicar, com simplicidade, tal matéria?

A teoria clássica do fetiche centra sua explicação em torno do complexo de Édipo. Para Freud, a determinação mais importante do comportamento masculino é o grau no qual o rapaz é bem sucedido em superar os problemas dada a rivalidade com o pai que, sendo maior e mais forte, punirá seu jovem rival através da castração. Nessa forma de pensar, o objeto de fetiche, de alguma forma, está ligado, na parte inconsciente da mente da criança, com seu próprio pênis.

Podemos ver esse processo em ação com Kip (acima). As suas primeiras lembranças são a de que ele se masturbou “vestindo fraldas e calças plásticas”. Essas idéias são imediatamente ligadas à atenção da mãe “quando ela me segurava para fazer o “weewee”” e quando ela manuseava seu pênis. Ela “puxava a pele e lavava embaixo da glande”. Ele podia ter ereção durante essas atividades. De noite ele levava uma fralda para a cama para masturbar-se.

A conexão entre pênis, fraldas, calças de borracha e sexualidade e o envolvimento da mãe não poderia ser mais claro.

Nesse caso de pensamento associativo, a visão do fetiche faz que imediatamente se pense no pênis. Aqui reside a fuga mágica do medo que papai consumará a punição ao rapaz que desejava a mamãe. O fetiche é o pênis; quando o rapaz o vê, quando ele o toca, seu inconsciente alivia-se. Ele não perdeu seu pênis – aqui está ele! O enorme alívio da ansiedade evidencia-se através de um aumento da energia sexual. Confirmando que esse tipo de atividade está ligada com o prazer de manter o pênis do que de ter “ganho” a mulher é costumeiramente observado no fato de que o fetiche em si que atrai a atenção do homem. A vagina está lá, mas tem um glamour secundário.

(Continua)

sábado, 20 de junho de 2009

O processo de seleção (Master Eso) - Tradução Janus SW

(Publicado com permissão do autor)

Existe uma nostalgia geral e romântica entre Mestres e escravos: é a comcepção do Mestre indo para o mercado de escravos selecionando-os, ou dando um lance para um escravo em um leilão, depois de rapidamente inspeciona-los. A seleção dos escravos aqui é feitapuramente em aspectos físicos e aparência.

Conquanto isso possa ser uma tradição antiga, nostálgica e mesmo romântica, é um conceito inadequado para a moderna escravidão consensual. Um conceito tão errôneo que deixa, como conseqüência, muitos escravos sem Mestres.

É , na verdade, o escravo que primeiro efetua um processo de seleção, enrando um Dominante dequado para ele. Sim, eu sei que soa absurdo e de pernas para o ar mas é o jeito que deve ser.

O processo de seleção não é diferente de procurar um emprego. O empregado (escravo) primeiro adequa suas habilidades, capacidades e a experiência com aqueles requeridos pelo seu empregador (Mestre). Uma vez que que o empregador (Mestre) adequado foi localizado, o empregado (escravo) e faz uma solicitação (petição do escravo) com vistas ao emprego. Depois da solicitação, é recebido por um empregador (Mestre), ele preocede à seleção para localizar os mais capazes (escravos) para um entrevista e eventualmente contrata (põe coleira) à aqueles que se adequal aos requisitos do empregador (Mestre), precisa e quer.

Por menos romântico que isso possa soar, o escravo é incialmente quem pode julgar com propriedade se ela pode atender, satisfazer e servir os requisitos do Mestre, suas necessidaes e vontades, e se isso vai ao encontro de seus desejos.

Pensando realisticamente: com todas as demandas, requisitos e expectativa um Mestre dentro de um relacionamento, seja de qual forma seja, é imperativo que o escravo incialmente assegure-se que pode atender o que lhe é solicitado, sem ser influenciado de qualquer forma ou jeito pelo Mestre.

Nenhum Mestre, tenha a experiência que tiver ou mesmo sentindo-se onipotente, pode fazer o necessário julgamento inicial, como um escravo.

Uma vez tendo o Mestre tendo sido localizado e que atenda os desejos e capacidades do escravo aspirante, ela deve começar a sua tarefa mais importante, examinar o Mestre em potencial, seus valores, princípios, padrões moral, ética e crenças e avaliar, com toda a seriedade, se pode serveri o Mestre, absoluta e incondicionalmente.

A importância da avalição do caráter e dos valores de um Mestre em potencial não pode ser substimada, uma vez que a vida, saúde e bem-estar, pode muito bem depender dessa avaliação.

Um escravo necessita estar atento que na Escavidão Absoluta e Troca de Poder Total e Absoluta (TPE), o Mestre tem o direito de mudar, alterar ou modificar os requisito dos serviços e expecataivas , em qualquer momento, em qualquer razão e sob os critérios solitários do Mestre.

Os valores do Mestre, o caráter, princípios, percepções etc. devem ser levados em consideração, devido ao fato de que não mudam tão facilmente como os requisitos de serviço ou os fetiches.

Apresentamos algumas dicas que podem ajudar no processo de seleção de escravos:

  1. Esteja atento aos seus próprios desejos, necessidades ou sonhos e tome nota deles.
  2. Faça a lista das características, valores, princípios e condições que você considera mais importantes em um Mestre.
  3. Faça a lista das características indesejadas em um Mestre.
  4. Faça uma lista dos possíveis cenários do comprometimento enquanto escravo de um Mestre que poderiam ser aceitáveis ou não aceitáveis para você.
  5. Esteja atento e anoite o que você tem e pode oferecer ao Mestre.
  6. Pegue as características mais importantes das listas anteriores e as escreva conjuntamente como um resumo.

O resumo deve refletir honestamente quem é você, o que você deseja, suas necessidades e sonhos e qual o tipo de compromisso e o Mestre que você está procurando.

Agora vá e encontre um Mestre que atende as suas necessidades e desejos e quando você encontrar tal Mestre, não hesite por um momento para candidatar-se para servir a um Mestre e torcer para que o Mestre , por sua vez, queira encontra-lo e , finalmente, selecionar como seu escravo entre todos os candiidatos.

Não tenha medo de rejeição. Não é apenas um processo de seleção mas também um processo de eliminação. Se o Mestre escolhido não o aceitá-lo como seu escravo, pode até ser algo bom. Um Mestre também sabe o que deseja e quer e se não há uma harmonia entre o Mestre e o escravo, não há razão para tentar forçar as coisas.

O treinamento de A. (Parte Final) - Janus SW

A. olhou para meus olhos de forma inacreditável ao dizer que me faria dar-lhe prazer de uma forma que ela mesma não havia experimentado. Não precisei estimulá-la mais do que havia feito anteriormente e ela logo percebera que comandar falava com seu coração de forma especial, era parte daquilo que eu sempre havia percebido nela.
- Vire-se para a parede.
Virei-me , sem encostar. Ela comandou exatamente que meu corpo se colasse à parede gelada pelo frio dquase inverno e senti que havia de, alguma forma, despertado naquela mulher um sentimento de até, digamos, crueldade que é indispensável e me agradava.
Pegou novamente o cinto e começou a passar a tira dobrada em minhas costas, num misto de carinho e de uma ameaça, mesclados, fazendo com que meu pênis começasse a manifestar-se em ereção.
Ao notá-la, riu e me bateu com a cinta deixando um vergão e isso eu sentia sem precisar ver, apenas precisando fechar os olhos por um segundo para ter uma imagem quase fotográfica do que acontecia.
- Tá sentindo tesão, cachorrinho? - disse, rindo. - Sempre soube que você era um grande de um safado mas não tanto. Tá gostando , não é?
- Sim, Senhora. Estou morto de tesão. A Senhora está judiando de mim...
Ficou ao meu lado, seus seios quase encostando em meu rosto e ficou maravilhada quando tive a ousadia de tentar tocar-lhe um deles com minha língua. Esbofeteou-me uma e duas vezes e cobrou-me que eu havia lhe dito que apenas permitisse tocá-la quando assim ELA quisesse. Como ousava tentar lamber o seio que se colocava perto do meu rosto
?
Intimamente, eu estava maravilhado: apesar do risco que sempre é dar à um Dominador ou Domme algum nível de conhecimento acerca do que são e do que se gosta nas práticas, ter A. sob meus cuidados, ensiná-la os caminhos da Dominação era algo que me enchia de prazer, mais do que qualquer coisa que aquela mulata de pele café com leite, com botas negras de salto alto e com um andar condizente com quem se espera de quem pretende estimular fetiches, pudesse me proporcionar na qualidade de submisso.
Não sei se reclamei pela pouca ortodoxia quando atou minhas mãos com os cadarços que estavam disponíveis, colocou-me de joelhos no chão e fez com que rastejasse em sua direção, sentada que estava em um dos cantos do quarto.
Lá chegando, ela pegou a minha "coleira" em suas mãos e abriu suas pernas, colocando-me no meio das suas coxas, separando os lãbios vaginais e expondo seu clitóris. Empurrando a cabeça, ordenou-me que a lambesse e colocava a ponta dos saltos e , continuamente, começava a jogar peso neles, cravando-os em minhas costas.
Seus gemidos e os meus tomaram todo o aposento e ao chegar ao orgasmo, esfregou seu sexo em meu rosto, levantando-me em seguida e mesmo semi-entorpecida, mandou-me alguns tapas no rosto e depois pressionou meus mamilos com a ponta da unha para finalizar com mais um tapa.
- Goze para eu ver!!! - ordenou.
Comecei a me masturbar e a gemer incontroladamente.
- Me bata, Senhora! Me bata!
Novamente Ela levantou-se e começou a me bater no rosto várias vezes e um pouco de esperma atingiu-lhe o corpo.
- Filho da puta! Venha! Limpe meu corpo desse líquido imundo.
Puxou-me pela "coleira" e mandou-me lamber todo o esperma. Pronto, estávamos ambos saciados. Ela, como uma autêntica Domme, cuidou de mim e era de uma grandeza "genética" algo que era ditado pela compreensão do cuidado que um ser humano deveria ter com qualquer um que se submete.
Ainda deitamos um pouco e após trocar alguns beijos, nos preparamos para ir ao carro e sairmos dali.
- Estava pensando em uma coisa: tem uma menina que adora fazer isso mas tem vergonha. Quem sabe eu não a traga conosco para que a comande e ela faça contigo tudo o que eu fiz e mais.... - disse rindo.
Eu também ri. Se ela quisesse, poderia, a hora que fosse. Nada me era vedado e quem sabe, de aluna A. virasse Mestra. Condições , tinha, aliás, totais.


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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Total Power Exchange - TPE - Tradução: Janus Sw

Power exchange (Troca de Poder ou chamada de Troca Erótica de Poder) refere-se a um submisso que transfere toda a autoridade para a responsabilidade do dominante. Pode ser aplicada à cenas individuais ou para toda a forma de relacionar-se um com o outro em todos os seus aspectos. A troca de poder pode aplicada a aspectos individuais como fazer amor ou finanças, até transferir toda a responsabilidade parauma pessoa ou para um grupo dentro de uma perspectiva poliamorista. Freqüentemente é encontrada relação com o BDSM mas não é restrito à ela.

A troca de poder é uma dinâmica que envolve tanto corpo como mente, criando uma combinação entre os parceiros para criar um balanço entre o que consideram erótico e satisfatório.

Na forma mais familiar, a troca de poder é uma ocorrência espontânea entre os dois amantes. O espectro do compromisso na troca de poder BDSM varia de uma cena momentânea, passageira e bem definida, para uma forma testemunhada, o encoleiramento formal com uma concordância para governar toda a vida do submisso.

TROCA DE PODER ESPONTÂNEA

Poucos casais não experimentaram, pelo menos, alguma forma leve de troca de poder, como, por exemplo, jogar o parceiro na cama depois de um seqüestro simulado, brincando com vendas ou chamando o outro de “Mestre” ou “Dona” em uma cena de 10 minutos.

uma pessoa pode desejar e conscientemente abrir mão de sua autonomia, ou da dinâmica do poder pode surgir da química interpessoal na qual nenhuma decisão consciente é feita. Esse poder pode manifestar em uma infindável variedade de dinâmicas de relacionamento.

A troca de poder do BDSM começa em um nível suave com uma diferença: os parceiros entendem o que eles estão fazendo e consentem com isso.

A TROCA DE PODER PARA UMA CENA BDSM

Na sua forma mais básica, a troca BDSM pode acontecer em bases momentâneas, as quais podem ser tão simples como chamar o outro de “Senhor” ou “Senhora” durante uma sena ou atividade D/s especificamente criada para que essa troca possa ocorrer.

No nível psicológico, em muitas das atividades BDSM , existem limites na força que um dominante tem sobre seu submisso, tais como palavras de segurança (safeword), limites de tempo e/ou entendimentos explicitamente negociados do que é aceito. No BDSM “são, seguro e consensual” esses limites são sempre negociados. Após a play, os participantes podem discutir suas limitações físicas e psicológicas, estabelecer as palavras de segurança (que sinalizarão o fim da cena) e trabalhar as cenas nas quais se engajarão.

TROCA DE PODER POR TODA A VIDA

Algumas pessoas querem viver, conscientemente, em um relacionamento com trocada de poder, onde os parceiros fazem um arranjo que cobre todas as responsabilidades e deveres do submisso (s) e Dominante que tem a intenção de ser um comprometimento de longo prazo. Algumas relações de serviço são entendidas como de duração apenas enquanto o submisso mantenha seus padrões de performance.

Essa necessidade não incorpora quaisquer aspectos do BDSM, todavia existe quando um submisso deseja dar a responsabilidade de certos aspectos do seu estilo de vida ao Dominante. Algumas vezes, o arranjo de um relacionamento de troca de poder BDSM, envolve um encoleiramento formal, testemunhado, com um acordo sobre quais aspectos da vida do submisso o Dominante irá dirigir.

Muitas pessoas desejando um relacionamento baseado na troca de poder, rejeitam negociações extensas e dispensam o uso de palavras de segurança, preferindo aceitar um risco maior e facilitar uma interação mais “natural”. O conflito entre a necessidade do risco e a de estabelecer limitações e segurança, é o centro das controvérsias entre SSC e RACK.

QUANDO A TROCA DE PODER TORNA-SE “TOTAL”

Na sua forma mais intensa um submisso dá sua autonomia ao seu Dominante para governar todos os aspectos de sua vida. Essa forma de troca de poder geralmente é referida como Total Power Exchange (Troca de Poder Total) ou TPE, apesar de que essa expressão estava caindo em descrença porque é raro que uma troca de poder seja total. Nesse caso, e dependendo da interpretação de cada parceiro, todas as responsabilidades e decisões, em limites negociados e pré-definidos são dados pelo submisso ao Dominante. TPE tem lugar mais frequentemente na relação Mestre/escravo.

Talvez estranhamente, os acordos formais, especialmente os escritos, não são comuns no TPE. Isso é justificado na perspectiva que não há nenhum aspecto na vida do submisso que NÃO SÃO governados pelo dominante. Todavia, um entendimento entre as partes para o Dominador prover uma presença de vida toda na vida do submisso é necessário e é algumas vezes acompanhado por um encoleiramento formal. Os escaravos encoleirados têm responsabilidades e obrigações que variam de moderado à um gerenciamento extremo.

TIPOS DE CENAS DE TROCA DE PODER

AGEPLAY (CENA DE IDADE)

Nesse tipo de relação, uma pessoa finge ser um bebê, criança ou adolescente.

PROFESSOR/ESTUDANTE

Uma cena envolvendo açoitamento (floggin) ou sexo manipulativo.

ADESTRADOR E ANIMAL

Uma cena onde o submisso finge ser ou é forçado a agir como cão ou animal.

MESTRE/ESCRAVO

Momentos onde o Dono e o escravo interagem com vistas ao prazer mútuo.

TIPOS DE TROCA DE PODER TOTAL

CABEÇA DO CASAL

Muito próximo do casamento “tradicional” esse tipo de relacionamento que existem em muitas casas baunilha (pense na frase “quem veste as calças”). Ele está listado nesse site porque um relacionamento desta forma é conscientemente consensual, que envolvem ou são impostas ao outro parceiro.

DISCIPLINA DOMÉSTICA (DD)

Um relacionamento DD saudável mantêm-se porque um dos parceiros deseja ser disciplinando pelos outros e o outro deseja disciplinar, onde a disciplina é feita para o bem do outro parceiro ou da parceria em si. O propósito é diminuir os conflitos e promover harmonia, respeito mútuo e uma conexão mais próxima dos parceiros.

PAPAI/GAROTINHA OU PAPAI DOMINADOR

Um relacionamento dinâmico onde um dos parceiros toma uma posição reconhecidamente paterna com o outro parceiro. Aqui encontra-se uma diferença de idade mais notável do que em outros mas isso não significa que haja, de fato, uma diferença real de idade : o “pai” pode ser mais novo que “a menininha”. Confusamente, o “Papai Dominador” pode se ruma mulher mas na maioria dos relacionamentos heterossexuais, eles se referem com termos Mamãe/menino.

Dominante/submisso (D/s)

De acordo com algumas definições, todas as relações de trocad de poder são Dominante/submisso, exceto aqueles nde as partes normalmente trocam de posição (switcher). Um foco mais estreito do significado do relacionamento D/s, todavia, é o de pessoas que concordam em que um tem uma posição de domínio entre os outros.

TROCA DE PODER TOTAL (TOTAL POWER EXCHANGE – TPE) OU TROCA ABSOLUTA DE PODER (ABSOLUTE POWER EXCHANGE – APE)

Uma troca de poder extrema, usualmente usada como sinônimo de Mestre/escravo. Esse termo é mais frequentemente usado quando o submisso retém propriedade , agindo de moto própriio mas seguirá todas as ordens do Dominante.

Mestre/escravo (Master/Slave – MS)

Uma extrema forma de troca de poder, onde um parceiro considera o outro propriedade do outro, em todo o significado da prática. Apesar de ser dita como um grande negócio, é realmente raro devido ao alto nível de compromisso que o Mestre (Dono) e a profunda dependência que o escravo (Propriedade) deve estar pronto para aceitar.

(Fonte: http://www.londonfetishscene.com/wipi/index.php/Power_exchange)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Que mal há na inexperiência? (Janus SW)

Existem coisas que ao longo da minha não tão longa experiência no BDSM, sempre me fizeram pensar. Uma delas é a questão da inexperiência, principalmente quando se refere à submissas(os).
Inexperiência já foi argumento que diversos e diversas colegas para declinarem do encoleiramento de vários submissos, sob o argumento que há uma “indefinição do que se quer e se realmente deseja-se a submissão nos moldes que preceituo”.

Isso faz sentido? Evidentemente que faz todo o sentido do mundo e cada um sabe muito bem onde lhe aperta o calo. No entanto, há um outro significado para a inexperiência, algo que possa ser um elemento mais positivo do que negativo a pesar na balança.
Desconhecer algo , seja o que for, é uma oportunidade para que um aprenda e outro tenha a oportunidade de ensinare , em processo cíclico, reaprender uma nova forma de se fazer o que nos dá tanto prazer.
Eu sou um dos que acredita que existam tantos “BDSM” quanto existam praticantes. Mesmo tendo a liturgia como norteador, fica praticamente impossível não adaptar princípios, criar novas formas de se fazer algo, amoldar o fazer à forma que ambos concebem e praticam o BDSM. Tenho muita dificuldade em pensar em um “meio” e uma prática (mais essa do que o meio) estanque e imutável, “receitinha de bolo” sem qualquer sabeor especial e particular.
Nesse sentido, há uma grande possibilidade para os Doms e Dommes amoldarem seus “bottoms” da forma que desejam e, num segundo momento, ambos avançarem do geral, global, para o específico , particular de ambos.
Pode-se , portanto, pensar na inexperiência do submisso como ter em mãos uma argila que se molda no nosso conceito e que aponta, no futuro, à um BDSM à quatro mãos. Agora, quais os requisitos para que um Dominador/Domme, tome em suas mãos tão agradável tarefa? Responsabilidade.
Em tempos que se atiram crianças pelas janelas, aceitar e tomar em mãos a submissão concedida por um “Bottom” é algo que nos deve revestir de um senso de responsabilidade imenso. Ninguém deve dizer desconhecer a complexidade dos riscos envolvidos, ou melhor, da capacidade que temos em deixar marcas indeléveis na pessoa abusada e cuja submissão, sua melhor dádiva, foi mal usada.
Se conseguimos ter a percepção dessa responsabilidade, o papel de condutores, professores, enfim o que for, pode-nos ser mais uma fonte de prazer e satisfação tanto para os Tops como para os Bottoms.
Para os bottoms porque sentem que o fato de serem escravos não lhes tira a dignidade no servir, o respeito por suas mentes e corpos, por mais diversas que sejam as práticas; aos Tops, além da satisfação do serviço prestado por seus Bottoms serem os mais perefeitos possíveis, logo percebe que no afã de propiciar o melhor para o treinamento de seus submissos, eles também cresceram e aperfeiçoaram sua prática e sua condição de Tops.
Portanto, um sub inexperiente não é necessariamente aquele que não sabe servir, até porque o servir, ao meu ver, deriva de entregas mais profundas e significativas que estão escritas naquilo que são, pensam e sentem mas são servos e servas que almejam a condução de seus Donos e Dommes e , através dessa segurança, melhor servirem.
Como já dissemos, essa interação que se faz durante o educar reforça os laços de confiança, certeza de que o Top coloca seus subs em destaque dentro de suas preocupações, algo imprescindível para a boa convivência.
Resumindo esse breve texto, diria que treinar um Bottom inexperiente é um momento singular na vida de um Dominador ou Domme. Algo que é altamente recompensador e prazeiroso.

Saudações à todos

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domingo, 14 de junho de 2009

O treinamento de A. (Parte 2) - Janus SW

Os olhos de A. faiscaram, era quase impossível não se perceber a centelha que se evidenciou naquele momento. O que não pude perceber foi a mão que se levantou em velocidade e estalou em meu rosto.
No entanto, quando esperava continuidade, ela cessou e olhou com preocupação para meu rosto vermelho. Olhei para ela esperando a continuidade, instiguei-a a prosseguir mas ela hesitou. As mensagens cifradas não bastaram, era necessário que houvese mais clareza:
- Bata, A.! O que está esperando?
No hesitação, a mão que quase moveu-se mas não teve continuidade. Novamente a fala firme para que batesse a liberou de seus últimos pudores, com dois tapas, à direita e esquerda, incialmente mais leves e, mais uma vez estimulada, a força se multiplicasse.
Não sei o quanto alguém possa fazer outro alguém mas, naquele caso, eu percebia que A. necessitaria de alguém que a conduzisse, se assim desejasse, à descobrir as suas condições, limitações e aquela força que brotava naquela linda figura.
Era perceptível a excitação que causava aquela sessão de um spanking discreto. Tomei-a pela mão e disse:
- Se um dia você tiver mais alguém que queira submeter-se, permita-se apenas ser tocada quando quiser e com reverência. Venha, minha Senhora.
As pontas dos dedos de A. repousaram sutilmente na palma da minha mão, tratada à maneira da rainha. Ela bem aceitou e portou-se como tal, com a coluna reta e um caminhar lento, mantendo os saltos altos para diminuir a diferença que havia entre nossas alturas.
Retirei o cinto de minha calça, um cinto grosso e de couro, e ofereci-lhe para que me batesse já que não havia um chicote à altura para ser usado. Novamente a surpresa e um certo estremecimento, fruto da excitação.
Coloquei-me de costas com as mãos na parede e comecei a sentir as lambadas em minhas nádegas, num crescendo de forças que me fazia sentir um prazer incomparável, um crescimento de tensão sexual, de tesão , de tudo...
- Ai, A.! Isso , minha querida! Bata-me! Use-me! Força!
Ela se estimulou como nunca antes e batia à farta! A respiração crescia, excitava-se sem absoluto controle. Bem sei que essa era uma situação perigosa mas também sabia que estava longe de meu limite e poderia me surrar muito mais.
- A.! Minha Senhora! Surre esse seu submisso! Dona!
Ela parou de me surrar e me acariciou , beijou-me os ombros, passou a mão por minhas nádegas que ardiam como brasa acessa e então me supreendeu: passou o cinto pelo meu pescoço e colocou-me de quatro no chão do quarto. Beijei-lhe os pés, ela permitiu.
- Agora é hora de você ampliar meu prazer, cachorrinho...
(Fim da Parte 2)

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sábado, 13 de junho de 2009

O treinamento de A. (Parte 1) - Janus SW

Talvez pouco possa interessar como ele chegou até ela mas não interessa menos o fato de que desse encontro sugiram tanto a oportunidade de ensinar como a de ver brotar uma nova "persona".
Por não ter a autorização de mencionar seu nome, a moça que um dia cruzou meu caminho será chamada de A. Ainda conservo em minha memória as lembranças de nosso primeiro encontro e da intensidade que senti naqueles olhos.
Será possível que se acredite que, mesmo sem ser uma procura cotidiana, minha alma e meus olhos agitam-se quando reconhecem a força ou a submissão em olhos alheios? Assim foi com A.: atrás de um sorriso doce, de palavras que traduziam uma afeição inquestionável, percebi, sem muito esforço, que aquela gentileza ocultava o verdadeiro exercício do Poder.
Sim, A. atraia suas "vítimas" como uma serpente de ébano que se desloca entre as folhas até que seja muito tarde para evitar-lhe o bote. Seria , para mim, tão preciosa essa percepção? Sim, não apenas seria como efetivamente o foi. Sorrisos trocados, uma chamada para que desencadeasse um "jogo" breve de convites e de propostas não ditas.
Àquele primeiro encontro somaram-se outros onde a eletricidade e a mensagem dos olhos levaram ao quase inevitável, ao encontro daqueles corpos que se desejaram de forma legítima e intensa, na plenitude de seus sentimentos e de seus desejos.
Toda a natureza parecia gritar para que sim, viessem e aproveitassem de seu banquete. No entanto, no banquete da natureza, há de se sentir a energia provinda do poder da entrega ou do domínio. Qual chama, inconfessada, queimava dentro de A.? Haveria de se verificar, de se perceber qual era a intensidade dos elementos da natureza, Poder ou submissão, Fogo ou brisa, se manifestariam naquele corpo.
Como provocar a reação desejada? Corpos nus em contato, peles que transmitem uma eletrecidade inaudita, um gesto, uma mão , a minha, que percorre o pescoço até emaranhar-se nos cabelos negros e segurá-los com força e outra, supostamente frágil mas poderosa, que retira a mão insurgente e diz: não faça isso!, não como um pedido de piedade mas com autoriddade necessária. A senha estava dada e haveria de ser explorada e , assinale-se,quem poderia explorá-la senão alguém que conhecesse os dois lados da equação?
- Oras, oras... Você pensa que pode me afrontar, menina? - disse rindo.
- Você duvida? - respondeu séria.
- Sim, duvido...
Esperava sua reação e ela não tardou a vir.
(Fim da 1a. parte)

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A iniciação de A - Parte 1 by Iniciação de A - Parte 1 is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.


Bem vindo ao mundo de Janus

Estimados amigos e a amigas, Tops e bottoms.

É uma honra para mim recebê-los em minha humilde casa. Esse será um espaço de liberdade para a expressão, para o livre debate de idéias e de concepções, evidentemente, respeitada a diversidade, a liberdade e o respeito que cada um merece, ocupe a posição que ocupar.
Aqui não cabe desrespeito baseado em opção sexual, raça, credo, concepção de vida dentro do BDSM, ou de qualquer outra espécie. Creiam-me, respeitadas as posições e a hierarquia decorrente, tudo é aceito e acolhido.
Para quem eventualmente não me conheça, tenho 44 anos, moro no interior de SP e em outro momento fui conhecido como Mestre JB. Janus vem complementar e ampliar o conhecimento e a prática do antigo MJB, transformando uma prática parcial em completa, conduzindo, paralelamente à prática a reflexão e avaliação do que se aprende.
Sem meias palavras, digo-lhes que sei de como algumas pessoas encaram a posição do Switcher dentro do BDSM e não o tratam com o devido respeito enquanto ser humano. Se você não concorda, não suporta e sente-se ameaçado com alguém que conhece, gosta e pensa sobre os dois lados do chicote, definitivamente, esse não é o seu lugar.
No entanto, se todas as opções são válidas mesmo que você não concorde com elas mas as aceite e legitime , seja bem vindo mais uma vez. A vida que se vive em liberdade é a vida que vale a pena ser vivida.
Saudações!
Janus, Switcher.