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domingo, 6 de dezembro de 2009

Janus

A escolha de um nome dentro e fora do BDSM não é um fato fortuito como muitos podem crer. No meu caso, particularmente, a escolha de Janus obedeceu uma certa lógica de dualidade e de recomeço, enfim, uma retomada de trajetória. Lendo um livro sobre Mitologia grega e romana, encontrei uma importante explicação sobre esse deus romano, essencialmente romano e compartilho com vocês.

"Jano é uma divindade romana cuja origem os mitólogos não estão de acordo. Uns dizem-no originário de Cítia; outros, do país dos perrebos, povo da Tessália; outros, enfim, fazem dele um filho de Apolo e Creusa, filha de Erecteu, rei de Atenas. Ao se tornar adulto e tendo armado uma frota, Jano abordou na Itália, onde fez conquistas e construiu uma cidade a que deu seu nome, Janículo. Todas essas origens são obscuras e confusas. Mas a lenda o faz reinar, desde as primeiras eras, no Lácio. Expulso do céu, Saturno refugiou-se nesse país e foi recebido por Jano, que inclusive o associou à realeza. Em reconhecimento, o deus destronado dotou-o de uma rara prudência que tornava o passado e o futuro sempre presente aos seus olhos, o que foi expresso representando-o com dois rostos voltados em sentidos contrários.
O reinado de Jano foi pacífico, e por esse motivo foi considerado o deus da paz. O rei Numa construiu para ele em Roma um templo que permanecia aberto em tempo de guerra e era fechado em tempos de paz. Esse templo foi fechado uma vez sob reinado de Numa; a segunda vez, depois da segunda guerra púnica, e três vezes, em diversos intervalos, sob o reinado de Augusto.
Ovídio diz que Jano tem uma dupla face porque exerce seu poder sobre o céu e sobre o mar, assim como sobre a terra; é tão antigo quanto o mundo; tudo se abre ou se fecha à sua vontade. Só ele governa a vasta extensão do universo. Preside as portas do céu e guarda-as junto com as Horas. Observa ao mesmo tempo o oriente e o ocidente.
É representado tendo numa mão uma chave e, na outra, uma vara, para assinalar que é o guardião das portas (januae) e que preside os caminhos. Suas estátuas muitas vezes marcam com a mão direita o número trezentos e, com a esquerda, o número sessenta e cinco, para exprimir a medida do ano. Era o primeiro a ser invocado quando se fazia um sacrifício a qualquer deus.
Havia em Roma vários templos de Jano, uns de Jano Bifronte, outros de Jano Quadrifonte. Além da porta de Janículo, haviam sido erguidos, fora dos muros de Roma,doze altares a Jano, relativos aos doze meses doa no.
No reverso das suas medalhas, via-se um navio ou simplesmente uma proa, em memória à chegada de Saturno na Itália a bordo de uma nau.
O mês de janeiro (januarius), a quem o rei Numa deu seu nome, lhe era consagrado".

Comelin, P. Mitologia grega e romana: tradução de Eduardo Brandão - 2a. edição - São Paulo: Martins Fontes, 1997


2 comentários:

  1. Não conhecia o mito de Janus.
    Lindo demais. O Senhor é um Homem culto e de muito bom gosto.
    Parabéns pela escolha!

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  2. Obrigado, Amar! Felizmente tive a oportunidade de poder conviver com pessoas que me instruiram muito em muitas coisas e sou eternamente grato a elas, muitas ds quais já se foram.
    Obrigado, Amar!

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