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sexta-feira, 11 de junho de 2010

E você não sabia disso????? (Janus SW)

Antes de entrar no "tema" de hoje, gostaria de agradecer as mensagens gentis quando do afastamento do blog o que, como vêem, não durou muito. Essas demonstrações de amizade são um incentivo e tanto para continuar.
Bem, mal recomeço a escrever e vou colocando fogo no circo. Aliás, costumo dizer que não apenas gosto de colocar fogo no circo mas ver o palhaço morrer queimado e cuidando para que eu não seja nem palhaço e nem esteja queimado...rs...
Tenho acompanhado à distância algumas discussões muito interessantes em diversas comunidades e algumas delas versam sobre a questão das "subs casadas" e quero esticar essa conversa sobre os "Doms e Dommes casasados(as)".
O que se constata é um mar de insatisfação, seja porque não pode bater no(a) submisso(a) casado(a) ou porque não pode contar com a presença do Dom/Domme a hora que sente falta. Fico pensando se o "vício" é tão grande a ponto das pessoas perderem o senso dos limites das relações à que se propõem viver.
Diga-se de passagem, principalmente no caso dos Dominadores e Dommes que há muita gente por aí que "vende mais do que entrega". Em qualquer um dos casos, o resultado é invariavelmente o mesmo, o de uma frustração sem limites, de um sentimento de não irresponsabilidade que dá gosto, irresponsabilidade consigo mesmo e com o outro, esteja em que posição estiver.
Ninguém deve ser ingênuo e exigir mais do que a realidade permite. Se o bottom é casado e se oculta do parceiro a sua atividade "paralela" não é de se esperar e nem se frustrar se não rola uma sessão do querido spanking ou um gotejamento de velas. E daí? Não há como ter-se formas diferentes dentro do nosso "Universo BDSM"  a ponto tanto de satisfazer uma parte como a outra?
Olhando em sentido oposto, mesmo tendo em conta toda aquela história de que o sub que é sub fica à mercê do Top e de suas vontades, o fato é que a "frustração" , "a sensação de abandono" até algum grau de "desconsideração" sempre costuma vir à baila. Agora, a questão inoportuna: quem "entrou nessa" não tinha a dimensão do que estava prestes a acontecer? Não sabia que seu relacionamento, admitindo que é feita à margem da outro parceiro, seria clandestina, paralela e marginal?
Retomo: tudo isso parece óbvio e que deveria estar no horizonte de quem se propõe a vivê-la mas é só revirar os blogs e outros escritos para se ver que nem sempre é assim. O que parece, e aqui eu dou até um testemunho pessoal, é que há uma falha em "calibrar" as expectativas e os desejos ou, o que me parece mais terrível, uma grande dose de ilusão que as coisas mudem "mais para a frente".
E porque essa ilusão é a mais terrível? Porque ilusão não é algo que rompa-se por uma certa dose de "iluminação" mas sim por alguns choques terríveis ou, ainda, por um adiamento "ad nauseam" e que acabará por conduzir ao inevitável choque terrível.
Aquele preceito jurídico de que "não se deve alegar ignorância" deveria ser aplicado também aqui mas para isso há de ser ter uma boa dose de honestidade com o outro e consigo próprio, de um lado e outro.
Ah... Outra coisa: não exatamente no meio BDSM mas já vi o "caso" de pessoas pressionando outras para tomarem partido de um lado (o seu) ou de outro (família). Podem estar certos, a família (principalmente os filhos) pesarão mais do que qualquer outra coisa ou pessoa. Pressionar assim chega uma temeridade, principalmente para quem tem a ilusão de ser o escolhido em detrimento de outra parte.
Acredito que um "relacionamento" BDSM nessas bases pode ser possível mas, conscientemente, precisa de uma boa parte de "desapego" nos nossos desejos e expectativas  e , principalmente, a de se ter o conhecimento e a critividade necessárias para procurar alternativas viáveis para uma prática prazerosa e compensadora, para AMBOS.
Esperar de mais ou "fornecer" de menos, pelo menos na minha visão, são polos opostos que denunciam imaturidade e falta de consciência das consequências para si e para o outro. É aquela dor que nem masoquismo pode ser considerado essencialmente porque não há prazer. E não é isso que estamos todos buscando?

8 comentários:

  1. Realmente o Sr abriu uma polêmica rs...entrar em uma relação seja de que nível for e esperar que uma mudança ocorra por uma das partes, quando já se entrou nela sabendo e conhecendo as regras, é um tanto imaturo e irresponsável, é não querer enxergar o óbvio que esta relação já começa fadada a frustração de um ou ambos. O prazer que buscamos tem vários caminhos e vertentes, mas não podemos tirar os pés do chão e achar que ou porque nos entregamos sem reservas ou porque dominamos alguém tudo será como desejamos, que o outro renunciará a sua vida em prol do que queremos, não é assim que funciona na prática. Ambos devem entrar numa relação conscientes de seus papeis e limites, sem ilusões paralelas, e daí buscarem o caminho do prazer, e para isso o BDSM oferece um leque de caminhos basta sermos criativos e sabermos desfrutar do que nos é oferecido.

    Um bom final de semana e obrigada por esta maravilhosa reflexão.

    Abraços,
    {cristal}_DARIUS

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  2. boa tarde, {cristal}_DARIUS.

    Sem dúvida, as coisas são assim mesmo. É claro, sem perder os objetivos para a vida a dois mas sem ilusões!
    Abraços e leve minha saudação ao seu Senhor.

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  3. Ola Janius,

    bom que retornou ao teu espaço.

    Sou casada e muito bem casada, coisa álias que por si só, gera certa polêmica entre a maioria das pessoas e veja só, no meio BDSM que "a principio" deveria não ter precinceitos, afinal, como dizem, se sou bem casada para que tenho outra pessoa?
    Esquecem que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa...rsrsrs

    Meu Dono também é casado.

    Ambos temos nossas familias e elas nos são um bem precioso.

    De fato, meu Dopno não pode fazer o spanke que gostaria, porém, nem por isso, quer deixar-me e arranjar outra escrava, que possa ter marcas nesse nível.

    Em contrapartida a isso, começou a se interessar e gostar de outras praticas tão ou mais gostosas que spank, e isso nos satisfaz e nos realiza intensamente.

    Tenho pra mim, que quando existe de fato, desejo, vontade e cunplicidade, nada é obstáculo, nem o fato de sermos casado e vivermos nosso SM em paralelo.

    Bom assunto este. Mas cansei de tentar explicar para pessoas com cabeça do tamanho de um alfinete.

    Beijos carinhosos,

    ÍsisdoJun

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  4. É sempre muito bom vir aqui e constatar a sua lucidez de sempre, sr.
    Com o devido respeito ao seu ótimo texto, gostaria de acrescentar também que em torno de toda essa polêmica em torno dos praticantes casados, sejam tops ou bottoms, há uma boa dose de preconceito, o que considero inadmissível em um universo onde as pessoas estão para liberar suas fantasias, fetiches e perversões.
    Creio que algumas pessoas gostariam de criar um BDSM que servisse apenas aos seus propósitos, criando suas próprias regras e leis e que estas fossem seguidas por todos.
    Sou escrava, casada e tenho uma relação D/s prazerosa e intensa há dois anos e nove meses com meu Dono.
    Não me sinto diferente de ninguém pois são raros os casos em que pessoas livres ou não, podem revelar em sua vida pessoal (família, trabalho, amigos), serem praticantes.
    Quanto às ilusões, concordo em gênero, número e grau: pura imaturidade.
    Saudações respeitosas.

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  5. Amei seu blog e mais ainda este tema, meu DONO é casado e temos uma relação D/s perfeita porque quando entrei nessa relação estava plenamente consciente do que eu queria.

    Como bem disse a Isis, o maior problema é lidar com as "cabecinhas de alfinete" dentro do SM, cheios de preconceitos mediocres e descabidos

    Beijos
    {aninha}_WOLFMAN

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  6. Isis e vita, caríssimas... obrigado pela visita e pelos comentários.
    aninha, seja bem vinda e mande meus cumprimentos ao seu Senhor.

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  7. Sr. Janus, eu to apaixonada pelo seu blog. amei tudo que li aqui.
    Essa postagem era justamente o assunto da nossa conversa.
    Tanto o texto quanto os comentários das carissimas amigas acima já dizem tudo, eu nada tenho a acrescentar sómente concordar com todos.
    Já aviso que virei sempre aqui, e te convido a dar uma espiadinha no meu blog http://pensamentospuroseprofanos.blogspot.com. Não é informativo como o do Senhor, mas são coisas eu vivi e vivo.

    saudações

    [{mila}]MAGNO

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  8. Primeiramente, peço-lhe , mila, enviar minhas saudações ao seu Senhor.
    Fico feliz que tenha gostado do blog e espero que venha aqui sempre.
    Visitarei o seu com todo o carinho.Adoro blogs testemunhais!
    Saudações! Bem vinda!

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