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domingo, 6 de maio de 2012

Fascinação - Parte 1

Saltos que marcavam seu ritmo no piso de madeira e finalmente entrando na habitação onde um homem encontrava-se sentado à espera. No restaurante elegante havia poucas pessoas distribuídas nas mesas do salão, desfrutando das finas refeições oferecidas pelo estabelecimento. 
- Bom dia, Senhor. 
- Está atrasada! - disse consultando o relógio - Porque?
- Um acidente na Marginal e o trânsito complicado nas cercanias. Não adiantou em nada sair uma hora mais cedo como me ordenou.
- Espero que hoje á noite não se atrase. Não há nada mais irritante do que esperar quem quer que seja. Escolhi seu prato para que não atrasemos mais na volta ao nosso trabalho.
- Grata, Senhor. 
Conversas amenas, quase esquecidas dos contextos implícitos e explícitos da situação que poucos conseguiam perceber. Poderiam dizer, sem sombra de dúvida, que era um casal absolutamente normal.
O almoço continuo rigorosamente normal, primeiro prato, prato principal, sobremesa e café. 
- Satisfeita?
- Sim, Senhor! As escolhas foram absolutamente maravilhosas. Muito obrigada!
- Fico feliz que tenha gostado. Quero muito que você use isso que está dentro desse estojo. Não abra aqui e nem em qualquer momento antes de usá-lo. 
- Sim, Senhor.
- Outra coisa:  não ouse abrir esse estojo antes do tempo determinado porque eu saberei. Você não sabe esconder nada e eu sei como tirar a verdade de você, portanto, não aventure-se.
- Sim, Senhor, como desejar.
A conta foi fechada e caminharam ambos em direção ao estacionamento. Quando o carro dela foi trazido antes do dele, esperou que ela se sentasse e discretamente ofereceu sua mão para a reverência protocolar, um sutil beija-mão.
Aquele estojo branco exercia uma fixação sob ela e o Dono sabia disso, decidindo dessa forma a maior prova que poderia demandar dela. Cada parada nos sinaleiros era uma tortura, passava as pontas dos dedos pelo estojo, era uma fascinação inacreditável que fazia, inclusive, ser um elemento da profunda excitação na qual se econtrava. 
Chegou ao seu trabalho, pegou o elevador e o celular toca:
- Onde está, escrava?
No elevador cheio respondeu baixo que estava no elevador do trabalho.
- Trouxe a caixa consigo?
- Sim, Senhor! Trouxe aqui e está em minhas mãos.
- Não ousou abrí-lo, né?
Aquela pergunta, aquela voz , a entonação a excitava e aquilo não era apenas uma posição mental, era também física e conseguia sentir a umidade tomar-lhe o sexo, além da boca seca, da vontade de ajoelhar-se ali mesmo e render tributo àquele homem imensamente forte.
- De forma alguma Senhor, eu não ousaria!
- Assim, espero. Boa tarde!
- Boa tarde, Senhor.

Que tarde! Em sua empresa era uma comandante firme e séria o que, para os desavisados, poderia parecer uma contradição com seu papel de submissa, o que não chegava a não ser uma surpresa mas era absolutamente incorreta.
Naquela tarde,pouco pode ou conseguiu conciliar as tarefas com a ansiedade que a invadia por conta da sedução do objeto que não via, da sessão que viria, do que Ele faria com seu corpo e sua alma que Lhe pertencia.
A caixa, a caixa, a caixa... Ousou quase a abrir, mas imaginou as dores que poderiam advir daquele fato pela simples curiosidade que teria de controlar. 
O celular toca:
- Não fale nada, não precisa. Cuide-se em não deixar a curiosidade te dominar. Há uma pequena caixa dentro de sua caixa de correios, é um sabonete,tome banho com ele. Ontem te deixei uma caixa com uma roupa específica que espero que também não tenha aberto. Vista-a e apresente-se no lugar determinado. Boa tarde!
Que vontade imensa de responder, fazê-lo saber o quanto o idolatrava, era seu Dono de fato, de direito, uma coleira que estava posta e não seria removida senão se Ele quisesse.
Passaram-se uma, duas , três horas, final do expediente. os papéis rapidamente colocados, celular mais uma vez:
- Ainda aí? Não ouse atrasar-se!!!
- Sim, Senhor.
Dirigiu com velocidade para que não chegasse fora do tempo requerido. Estacionou o carro, abriu a caixa de correios, pegou a caixa, tomou cuidadosamente um banho, encontrou uma roupa maravilhosa de couro branco e botas que modelava seu corpo e a fazia com que apenas realçasse sua bela pele morena, cabelos negros e botas da cor da roupa.
A ida ao ponto de encontro com seu Dono requeria menos tempo para ser atingido do que o caminho que anteriormente fazia. Não estava autorizada a parar na frente do local do encontro mas mais uma vez utilizando o celular indicou onde estava e recebeu a ordem de entrar com o carro na garagem, estacioná-lo, tomar o corredor à direita e entrar na habitação onde transcorreria a sessão. Ao chegar, uma voz na meia penumbra ordenou que preparasse o ambiente, colocasse todos os objetos sobre uma mesa mas que ainda não abrisse a caixa que mantivera consigo e a fascinara completamente.
- Muito bem, menina! Vejo que a caixa não foi aberta, parabéns. 
- Obrigado, Senhor.
Ocupou seu lugar em uma confortável poltrona e ela sabia o que isso significava, era hora de servir. 

(Fim da 1a. Parte)

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