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sábado, 8 de agosto de 2009

A educação dos sentidos - Parte 4 - The education of the senses - Part 4 (Janus SW)

(Abstract in English in the end of the text in Portuguese)

- Quantas horas faz que chegamos, aleph?
Ainda com os tampões e a venda, aleph experimentava a desorientação e a experiência da privação dos seus sentidos à ponto de fazer perder o referencial do tempo, esse bem tido como um bem absoluto, como um indicativo de produtividade ou de criação de um valor próprio do serviço que fora prestado.
Essa privação, portanto, impedia que respondesse a pergunta feita pela Senhora. Poderia arriscar-se a expor sua ignorância?
- Senhora, não posso dizer a quanto tempo chegamos. A cegueira me deixa incapaz de perceber o tempo...
A Senhora nada comentou, apenas fez com que aleph ficasse ajoelhado frente a Ela e retirou-lhe primeiramente os óculos e depois, com bastante cuidado, os tampões dos olhos.
- Não abra seus olhos ainda, a luz não lhe fará bem. Lembre-se, aleph: assim como a luz que lhe permite ver, em excesso o cega e assim é com muita coisa na vida. Discipline suas emoções, a coloque a Meu serviço e a seu próprio, experimente, sinta com intensidade, viva com dedicação. É isso para que a Sua vida vale, para o serviço e para o aprendizado. Agora abra seus olhos, devagar.
aleph foi acostumando-se com a luminosidade e ajustou o seu olhar até distinguir a face serena de sua Senhora. Colocou-se com a cabeça na posição correta, baixa, devotada e esperou a próxima ordem.
- Banhe-se e vista a roupa que está em suas acomodações, no final do corredor à esquerda.
- Sim, Senhora. Com sua permissão.
- Pode ir, aleph.
Enquanto ele dedicava-se à higiêne e aos cuidados indispensáveis, a Senhora fazia uma ligação:
- Sim, caríssima, está correndo tudo bem, ele está se portando completamente de acordo. Agora, você bem sabe que a grande prova ainda está por vir.
- Olha... - disse a interlocutora, rindo - Você chega a ser cruel nessa sua forma de agir. Tem certeza que é isso mesmo que você quer?
- A quantos anos você me conhece, querida? Alguma vez tomei alguma decisão de afogadilho, sem pensar?
- Raramente, isso é verdade. Ok, está bem. Quando devo estar aí?
- Chegue às nove e meia e não se esqueça como deve proceder.
- Sim, claro. Obrigada pelo convite. Nove e meia da noite estarei aí.
- Ok, obrigada. Beijos!
Terminada a ligação, tomou em Suas mãos um estojo de madeira onde guardava pequenos frascos contendo amostras de perfume, inclusive aquele que usava, um amadeirado de fundo cítrico cuja apreciação requeria um cuidadoso processo de sensibilização e outro, de mesma base mas com notas diferenciadas que requeriam sofisticada apreciação para se distinguir do primeiro.
Deixou os pequenos frascos ao alcance e, pouco depois, aleph reaparecia na sala vestido com uma camisa e uma calça feitas de algodão, cor creme e descalço como convinha à um escravo. Ao contemplar sua Senhora, colocou-se de joelhos e fora orientado a ficar de costas para Ela que abriu o frasco do perfume que usava e disse a aleph que o apreciasse e disesse a constituição e o que sentia.
A resposta não A satisfez e fez saber isso com uma forte chicotada nas costas ainda cobertas. Advertiu-o mais uma vez:
- aleph, aleph... Não retroceda em seu trabalho e em suas conquistas. As provas que você enfrentará são as piores de sua vida de submisso e esteja pronto. A dignidade da coleira que portará será posta a público em breve e você não deverá me decepcionar, de forma alguma. Aprecie esse perfume, agora e descreva-me.
- É um amadeirado, Senhora.
- Apenas isso? Quais são as notas?
A Senhora sabia que aleph não desconhecia esse linguajar. Apreciador apurado de vinhos, aleph sabia o que eram as notas e que apenas são percebidas pela continuidade da apreciação. Afastou ligeiramente o frasco do nariz do submisso e recebeu a resposta que desejava:
- Notas cítricas, Senhora, provavelmente laranja e mais uma que não reconheço.
- Muito bem, aleph, muito bem...
Por algumas horas aleph dedicou-se a preparar a refeição de sua Senhora da maneira que mais a agradava, ou seja, com poucas carnes, uma profussão colorida de vegetais e legumes, frutas, sucos e alguns doces selecionados especialmente para a ocasião e preparados antecipadamente.
A guarnição deveria ser atrativa e todos os pratos seriam preparados de forma a agradar aos olhos, ao paladar e principalmente, gerasse a sensação de satisfação sem que muito se consumisse para que não ocorressem problemas digestivos de qualquer ordem.
Essa preparação consumiu praticamente 2 horas e aleph banhou-se novamente antes de servir sua Senhora que sentou-se à mesa da cabeceira e ordenou que todos os pratos fossem simultaneamente trazidos para sua apreciação e degustação.
Como bebida, um vinho que a Senhora deixara a escolha por conta de aleph que mais uma vez distiguira-se na tarefa. Tudo foi apreciado com especial carinho e só depois aleph teve permissão para alimentar-se e retiraram-se, cada um para seus aposentos para o descanso.
No meio da tarde, aleph começou a preparar a casa sendo finalmente informado que receberiam visitas durante a noite. O trabalho foi por várias vezes interrompido para que a Senhora submetesse o perfume ao olfato de aleph que não consegueria perceber o que estava para acontecer.
Finalmente, no final do dia, mais um banho, perfumes e o recebimento da nova coleira social, em aço polido e com um "S" gótico o qual considerou de rara beleza. Porém, não veria a Domme que chegaria dali alguns minutos.
A Senhora apanha um tecido negro e envolve seus olhos e devolve-lhe antecipadamente as trevas da noite que chegaria. aleph agora sofria de uma ansiedade indizível. O que viria a seguir?
(Fim da 4a. parte)

A time plenty of new situations to aleph: first , his Mistress released him from the darkness, removing the blindfold. As aleph left the room, the Mistress phoned to another Domme with a invatation to join then in the House, latter at night.
The Mistress introduced to aleph a perfume, wood with citric notes and he was asked to appreciate this scent but he didn´t knew why he should to this.
He dedicated the rest of the day to prepare the frugal meal of his Mistress and served before eating himself and to prepare the room for something that he just was informed latter.
As he recieved his social collar he became, once more anxious about what was about to happen.
(To be continued...)

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2 comentários:

  1. Janus, caríssimo

    Cada linha que leio me encanta e me faz ansiar pela continuação.
    Esperando aqui ansiosa.

    beijos,

    lilica{D.E.}

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  2. Agradeço seu gentil comentário, cara lilica...
    Saudações à ti e ao seu Dono! Boa semana!
    Beijos respeitosos

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