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sábado, 15 de agosto de 2009

A educação dos sentidos - Parte 5 - The education of the senses - Part 5(Janus SW)




(Esta série é integralmente dedicada,
respeitosamente, a Domme Andrasta, RJ)

Segundos, minutos, horas... Quantos e quantos livros foram escritos para tentar estatuir o que seja o passar do tempo na mente humana e quais seus efeitos. No caso de aleph, essa soma, tão pensada e tão discursada, representou apenas um tipo de tortura a que sua Senhora o submetia para que, entre outros motivos, domasse a impaciência que o dominava.
Foram exatas duas horas, onde fora ordenado que permanecesse em suas acomodações até que o momento chegasse, não apenas de poder estar na presença de sua Senhora como também na de outra Domme a quem sua Dona mentorava.
Houve um tempo em que lhe repugnava pensar que pudesse ser "emprestado" por sua Dona para quem quer que fosse mas logo percebera que , ao acolher a coleira da Senhora, abdicara de sua vontade e que depositava imensa crença que Ela pudesse fazer tudo aquilo que não o ferisse mais do que o necessário para promover o prazer daquela que o tinha.
Podia sentir pela temperatura que a noite caia, saindo do calor que sentia até à pouco para um frio que começava a dominar. Sutilmente a porta abriu e pressentiu a figura de sua Senhora:
- Não deixe que o frio o atinja que temos uma longa noite pela frente. Banhe-se adequadamente e vista a roupa que eu lhe indiquei para dias frios. Será chamado quando for conveniente.
- Sim, Senhora...
Ela retirou a venda e , por um breve segundo, os olhares se chocaram e causaram um sentimento que dava conta da real posição de ambos no mundo e do laço que os unia. O que é um segundo senão todo o tempo, aquele mesmo no qual ansiara tanto? Exatamente, a sua conjunção e também tempo suficiente para tornar real um sentimento tão intenso.
Banhou-se com os sabonetes adequados, com os perfumes prescritos e vestiu as roupas cerimoniais que guardavam do frio e apenas aguardava apresentar-se para portar sua coleira, colocada pela própria Dona.
Cai a noite, avança, a campanhia, a Mentorada de sua Senhora chegara. De onde estava não conseguia ouvir o diálogo que se seguiu.
- Fico honrada que tenha decidido me instruir dessa forma, cara amiga. Fico sinceramente lisongeada!
- Não há de que, caríssima. Você bem sabe que tenho apenas uma a quem mentoro e não é por motivo outro senão reconhecer nela as qualidades e a intenção para bem seguir nessa senda.
- E quais são essas qualidades?
- Comportamento, carisma e aforça que legitiimam a dominação e trazem para a luz a submissão.
- Assim como aconteceu com vc e aleph?
- aleph está sendo educado, caríssima... Não é um sub acabado e espero que sempre tenha a aprender mas agora percebe que o mundo que rege todo nosso modo de vida não são apenas chicotadas e palavras duras mas é a submissão que se concede e domínio que se legitima. Tudo espero, tudo posso, tudo quero mas sei que um homem , assim como um submisso e uma mulher, assim como uma Domme , não se constróem senão na vida. aleph vive, eu vivo com sua Senhora e vc viverá com sua peça. Nada mais, nada menos, nem ansiedade e muito menos dor. Viver, cada dia e apenas isso.
Os olhos da Senhora brilharam e sua orientanda logo percebeu a intensidade do vínculo que A unia à aleph. Almejava também conquistar tal nível de intensidade de sentimentos e de possibilidades de domínio que sua grande amiga encontrava com aquele que tanto a fazia sentir-se bem, em plenitude e ter realmente prazer.
Sentia que a Senhora era feliz com aleph e seria mais ainda, tendo em vista a profunda reeducação , incialmente de seus sentidos, depois de todo o mais.
- Por falar em aleph, é hora dele apresentar-se á nós!
A Senhora tocou uma sineta que aleph, atento, ouviu imediatamente. Colocou-se em pé, ajustou a túnica que era a última peça a vestir e que jamais deveria parecer amassada ou rota, e dirigiu-se à sala. Ao chegar quase á soleira da porta da sala, postou-se de cabeça baixa e aguardando:
- Peço-lhe permissão, Senhora minha, para adentar ao recinto dedicado ao Seu culto.
- Tem permissão , aleph!
Entrou na sala e encontrou tanto a Senhora como Sua amiga, sentadas em uma cadeira de espaldar alto com as armas de sua Senhora entalhadas nele. Colocou-se de joelhos frente a sua Dona e beijou-lhe os pés envoltos pelas botas altas.
- aleph, saúde aquela que conhecerá como Domme e que deverá merecer de você o mesmo respeito e consideração que dedica a mim.
- Sim, minha Senhora. Saúdo a Senhora Domme e espero que possa proporcionar , dentro do que me cabe, tudo o que a Senhora queira e que lhe dê satisfação sendo que , assim, também concederei honra e glória à Dona minha, Senhora do meu destino.
- Grata, aleph.
- Agora, aleph, nos prepare o que havíamos combinado, exatamente da mesma forma que lhe recomendei. Quando tudo estiver pronto, basta anunciar da forma que você sabe que deve fazer.
- Sim, Senhora. Com sua permissão....
- Vá!
Retirou-se sem jamais dar as costas para as Tops presentes. Se isso não foi nada excepcional para a Senhora, fora para a Domme.
- Esse é o submisso que a Senhora diz ter de ser treinado?
A Senhora riu e respondeu afirmativamente com a cabeça. Domme aidna também deveria saber mais sobre o que significava dominar. No fundo, saberia que aquela noite, ao menos no básico, poderia aprender muito.
(Fim da 5a. parte)

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