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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Educação dos Sentidos - Final - The Education of the Senses - Epilogue

(Dedicado à Domme Andrasta)

Archotes direcionavam os convidados à festa de aniversário de Domme e ao encoleiramento de aleph no Templo. Aquele clima era mais adequado ao cerimonialismo que se esperava e que com certeza seria aplicado pelo rigor que a Senhora sempre aplicava e pelo qual era conhecida.
Poderia se dizer que, sem sombra alguma de dúvida, que as pessoas mais conhecidas e as melhor reputadas encontravam-se naquela localidade.
Desde o circunspecto Senhor C. e sua serva até a irriquieta e sempre animada Senhora M. com seus dois escravos. Ao dirigir-se à Domme e presenteá-la com invejável chicote de sua própria confecção, disse-lhe , sorrindo mas sem qualquer sombra de dúvida que não mentia:
- Jamais permitirei que você passe seu aniversário sem usar esse chicote que fiz especialmente para você sem usá-lo. Meu escravo j. se submeterá ao seu spanking tão logo queira.
Domme não sabia se agradecia ou se apenas calaria com um pequeno movimento de cabeça e foi isso que acabou acontecendo. Cuidou em recepcionar cada um dos convidados seus e da Senhora que tinha consciência que aquela noite pertencia à sua amiga apesar de que fosse especial também para ela.
aleph estava recolhido ao seu quarto esperando que um acólito de sua Dona viesse lhe chamar para a cerimônia. Por sua vez, vestindo uma roupa negra que compunha-se de uma capa em modelo medieval com uma roupa que cobria uma bota até a altura de seus joelhos.
Na mão, uma jóia feita por um joalheiro que também era do meio que era um "S" montado sobre uma plataforma e contendo cinco rubis pequenos. Era um anel ritualístico que apenas usava quando em sessão, um sinete de seu poder.
Os convidados chegavam sucessivamente até que a Senhora considerara a hora adequada para a cerimônia que antecederia a uma "play" previamente programada e que obedeceria uma rígida proibição de bebidas àqueles que pretendiam fazer cenas e essa vedação estava prevista até que as cenas acabassem podendo , em seguida, serem consumidas à vontade,entre as mais finas disponíveis.
- Atenção todos , Senhores, Senhoras e submissos.
A voz da Senhora, distinta entre os ruídos de conversa e celebrações, fez com que essas últimas cessassem e a atenção fosse toda destinada à ela.
- Fico muito feliz em tê-los aqui nesse nosso Templo, em uma noite tão especial por celebrarmos a vida de Domme e o encoleiramento de aleph. Fico feliz não apenas pela ocasião mas por seu significado, o de estarmos todos celebrando o nosso modo de vida, aquilo que nos faz mais pessoas dados os princípios que norteiam a nossa prática. Passaremos agora ao encoleiramento de aleph.
Cerimoniosamente, os acólitos derigiram-se à habitação de aleph de lá o trouxeram , precendo-no na entrada. Podia se ver que o futuro escravo de Senhora estava vetido em uma túnica púrpura com o símbolo de sua Senhora distintamente visível em dourado.
Caminhava lentamente em direção à sua Senhora que assentou-se no trono que lhe era de direito. C., que registrara o contrato, leu-o para testemunho de todos os presentes que atestavam o acontecido.
Lido o contrato, aleph colocou-se de joelhos frente à sua Senhora e beijou-lhe o anel cerimonial. Feito isso, foi trazido primeiramente à Senhora o contrato, o qual assinou e em seguida a aleph que também colocou sua assinatura.
A coleira de sessão feita em couro especialmente trazido para tal, foi entregue à Senhora por M. , o artesão de todos os apetrechos que pertencial à Dominadora. aleph colocou-se em posição para recebê-la e foi saudado por todos em volta.
Ao mesmo tempo, recebeu a sua coleira de passeio, aquela que portaria em todo e qualquer momento, uma peça marcante porém discreta , em prata, como o pingente da letra S, de sua Dona.
Não foi necessário muito mais para que lágrimas discretas lhe tomassem os olhos em símbolo de gratidão por aquele favor que alcançara, superando todos os problemas que enfrentara e com os quais soubera aprender que a dominação exercida pela Senhora não baseava-se no jogo bruto de bater e apanhar mas, de forma evidente, perceber que aquela mulher que se alteava à ele não apenas tinha o direito de impor-lhe castigos mas também de fazer-se maior pela simples existência.
À seguir ocorreu uma cerimônia da mais bela submissão: aleph , descalçando a bota de sua Senhora, lavou-a em água de rosas, cuidadosamente, como gesto de serviço e de submissão. Derramou levemente a água de rosas e fazer pequenas massagens nos pés da Senhora de forma a não apenas perfumá-lo mas de prover um relaxamento bem vindo ante a cerimônia formal e que imprimia a todos um sentimento de sobriedade beirando a tensão.
Depois de bem perfumado e relaxado, os pés da Senhora foram enxutos em uma toalha de linho egípcio alvíssimo e foram calçados novamente por aleph, secundado pelos acólitos que assistiram ao submisso em sua tarefa.

Senhora também encontrava-se emocionada por ter talhado o seu submisso através das provas e por ter chegado á conclusão que não errara ao escolhê-lo entre vários que foram submetidos à sua apreciação.
Entendia também que as missões e os ensinamentos que já dera à aleph não eram nada mais, nada menos, do que o início do processo que se estenderia por toda a vida já que, como nada é estático na existência, também não era o aprendizado.
aleph tinha consciência, por sua vez , que inciava-se uma nova fase em sua vida, a de servir, um adicionamento à vida que levava e que dava um sentido e uma cor especiais à sua existência.
- Quero tornar públcio que aleph hoje tem, além da minha coleira, mais uma tarefa, a de fazer crônica detalhada de todos os acontecidos em sua vida de submisso e assim criar a crônica de meu reino. Que sua narrativa seja forjada com competência de escritor competente que é e com mais esse gesto, me honre hoje e sempre.
aleph apenas inclinou sua cabeça em assentimento e compromisso e foi convidado à sentar-se um degrau abaixo de sua Dona.
Domme, por sua vez, no transcorrer da noite, teve a experiência e o entendimento em saber que colocar alguém sob seus domínios era cuidar e respeitar aquela vida que se colocava aos seus pés.
Tendo participado de uma sessão de spanking com sua amiga que lhe emprestara o escravo, sabia, no íntimo que aquele gesto apenas era um prenúncio de uma necessidade de aprendizado, também dela, que parecia não ter fim.
A noite foi bela, as cenas arrebatadoras e todos, recolhidos aos seus leitos, refletiam cada um sobre as lições que todos aprenderam.
Uns, como a Senhora, reavivaram as lembranças de ensinamentos que receberam dos mais experientes e que agora tornavam-se evidentes por si. Outros, como aleph, tinham seus sentidos educados para ouvir, para ver, sentir e saborear cada um das elevadas práticas que lhe eram ensinadas e a Domme, por sua vez, aprendeu o valor da perseverança, do não acomodar-se e sequer desistir de quaisquer de suas intenções.
Cada um, por seu turno, buscando a realização do que lhes parecia e no que consistia ser o BDSM. Muito mais do que apenas um jogo erótico-afetivo, um meio de construção dos mais perfeitos caminhos da vida. Que assim fosse.
(Fim)

2 comentários:

  1. Fico feliz em ver que um final assim...tive o prazer de ler e acompanhá-lo desde o início... e saber que nao é algo surreal...pois ja conversamos mto sobre a vida SM...Lindo final feliz...

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  2. Um final doce e delicado... como vc sempre eh cmg!!! bjs e mt obrigada mais uma vez

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